segunda-feira, 23 de março de 2015

Que sacanagem é essa? Então eu posso roubar. Se for pego o máximo que pode acontecer é devolver o dinheiro à vítima. Essa é a lei contra corrupção do governo petista.

Por Robson A.D.Silva

A Lei Anticorrupção foi regulamentada na última quarta-feira pela presidente Dilma Roussef por meio de um decreto. Ela especifica,  entre outras coisas, como serão conduzidos os acordos de leniência, que funcionam como um tipo de delação premiada para empresas.

A lei a primeira vista é muito rigorosa, estipulando multas e impedimento de participar de licitações. Mas, só a primeira vista. Lendo mais um pouco se percebe que o material imposto pelo governo acaba protegendo os empresários. No Capítulo III o decreto específica que as punições podem ser atenuadas ou canceladas se a empresa colaborar com as investigações.

“…  O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos… com vistas à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo.”

Os acordos permitem que as companhias envolvidas em escândalos de corrupção que colaborarem com as investigações e pagarem uma multa que seja suficiente para recompor as perdas do Estado (ou de estatais) com a maracutaia armada por elas mesmas, poderão continuar participando de licitações públicas.

O Brasil vai de mau a pior justamente por que o exemplo, que deveria vir de cima, como dizia meu avô, não vem.

Já se aproveitando da nova lei, a CGU convoca as empresas envolvidas nos últimos escândalos para realizar os acordos e voltar a trabalhar para o governo. Se as empresas desejarem, agora com a experiência de ter sido descobertas, sabendo onde foi que falharam em suas armações, podem voltar a realizar seus acordos ilegais e maracutaias safadas com o nosso dinheiro. Se forem descobertos tudo bem, basta devolver o dinheiro roubado e tentar de novo.

Acreditamos que empresas que estiveram envolvidas em processos de corrupção tem de ser punidas, perdendo o direito de prestar serviços para o governo por no mínimo cinco anos. Não faltam empresas e gente lícita querendo trabalhar de forma honesta nesse país.


Publicado no site da Revista Sociedade Militar

A tomada do poder pela força

Por Valmir Fonseca

Capa da Época faz análise errada: 
PT ainda tem muita bala na agulha...
Atualmente, com certa frequência, lemos que uma guerra civil poderá breve eclodir no País. Nacionalistas afirmam, ainda, que o PT está mal das pernas.

Alguns exacerbados com o caos moral e econômico da Pátria acreditam que a situação caótica desencadeará um confronto entre os cidadãos e os canalhas.

Os nacionalistas julgam que a indignação moverá as forças democráticas que dispostas a tudo expulsarão os ladravazes que inundam o País de maracutaias e se apossam do poder até as suas últimas consequências.

Discordamos.

A ação não advirá dos democratas.

Como muitos, julgamos que após dominar o País por décadas, embora as primeiras tenham sido pelo domínio dos seus meios de comunicação, e por intensas operações psicológicas, as mais recentes, a partir do insosso FHC, é nítido que o petismo efetivamente ocupa todas as áreas de mando desta Nação.

É evidente que após conquistar praticamente a Nação, incutindo terríveis dicotomias e diferenças na sociedade, o petismo não sairá do poder sem luta, pelo contrário, é nítido que com sua clara atual perda de conceito junto ao populacho em geral, sem dúvida, muito breve, teremos a sua tentativa de tomada de poder por meio da força.

Como o povo brasileiro é avesso ao combate, à perda de uma gota de sangue, seja por sua cambaleante dignidade, seja por suas débeis convicções democráticas, entendemos que apenas no grito, por alguns movimentos agressivos, o petismo deverá assumir o poder total desta Nação.

Ultimamente, assistimos à criação da inconstitucional Força Nacional de Segurança, às demonstrações de força de movimentos como o MST (e o seu “exercito”, ao comando de Pedro Stédile), às ações dos sindicatos cooptados que paralisam o País, e temos uma ideia de uma ação que a qualquer momento, em nível nacional, será desencadeada pelo desgoverno.

Embora, lamentemos estas previsões, de fato elas ocorreram em diversos países que os nossos comunas admiram com sofreguidão; vimos o que ocorreu em Cuba e o que está acontecendo na Venezuela, onde através de golpes, inicialmente pela manipulação da democracia, e depois de fato pelo poder de força daqueles desgovernos, a submissão do povo foi total, inclusive de suas Forças Armadas.

Temos apenas pequenas dúvidas: as classes que se opõem à comunização terão capacidade de suportar a opressão do desgoverno? Reagirão às suas forças guerrilheiras?

Qual será a atitude das Forças Armadas? Opor-se-ão? Serão compromissadas com os comunistas?

Ninguém sabe.

Aqui na caverna, temos acalorados debates, todos convictos de que o povo será capaz de rechaçar as ações dos comunistas e que as Forças Armadas estarão prontas para defender o futuro da Nação.

Apesar da convicção dos habitantes da caverna, pelo sim pelo não, todos fizemos um juramento de que lutaremos até o último tacape para defender a democracia nacional.

Efetivamente, cerca de dez trogloditas já saíram em campo e estão infiltrados em diversos movimentos pró-comunismo para colher informações e, se possível, na hora adequada, sabotá-los.

Nas proximidades da caverna foram montados alvos para o treinamento de arco e flecha, bonecos para treino de tacapes e de outras atividades que por sigilo vamos omitir.

Por vezes, treinamos como um tribunal na sua atividade de julgamento da canalha petista, e deliberamos que será necessária também uma depuração no universo da política, que no Brasil abriga um antro de aproveitadores da população.

Para aqueles que julgam que o lulo-petismo acobertado pelo máximo poder, pelo seu total domínio nos recursos do tesouro nacional, pela ocupação dos cargos mais importantes da enorme administração e burocracia nacional um dia aceitará a sua derrota através da política democrática, podem desistir.

O Petismo ainda inundará esta terra de sangue e terrorismo.

Quem viver verá.


Publicado no site Alerta Total


___________________________
Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General de Brigada, reformado.

ATÉ QUANDO?

Jacy de Souza Mendonça

Em Caracas, no dia 5 de março de 2015, João Pedro Stédile, o comandante em chefe do exército ilegal do MST, foi aplaudido entusiasticamente por Maduro ao pregar a luta contra o capitalismo na América Latina e convocar as nações socialistas da região para lutarem pela implantação do socialismo também no Brasil. Naquele momento vieram-me à lembrança as palavras iniciais de Cícero no Senado Romano, protestando contra a revolução que Catilina preparava na periferia da cidade: até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?
  
Stédile está mobilizando nações estrangeiras para atuarem contra o sistema constitucional do Brasil que, ao contrário dos socialistas, assegura a livre iniciativa (art. 170), utiliza-a como fundamento da ordem econômica (art. 170, IV) e garante o livre exercício de qualquer atividade econômica (art. 170, parágrafo único). Princípios que não se compatibilizam com o sistema socialista.

Como se não bastasse, no dia 9 deste mesmo mês, li, no blog do jornalista Juca Kfouri, uma das páginas mais lamentáveis para esse velho leitor que teve a felicidade de passar a juventude em uma nação pacífica, progressista e feliz e encontra-se na iminência de legar a seus descendentes um País economicamente destroçado, socialmente rompido e politicamente desmoralizado.

Para começar, o Sr. Kfouri critica o povo brasileiro por ter votado em Collor, Maluf, Newton Cardoso, Roseana, Marconi Perilo e Palocci (mesmo sabendo que muitos brasileiros nunca votaram nesses candidatos). Isso porque, no mais perfeito estilo socialista, não aceita que o cidadão eleja quem quer, mas quer que ele seja obrigado a votar no Partido único (ou que se tem por único). Além disso, em um lapso que só Freud explica, ignora que Palocci faz parte da entourage dominante. Estranhamente, não critica esse mesmo povo por ter cometido o crasso erro de votar em Lula, Dilma et caterva.

Em seguida, ignorando fatos e distorcendo evidências, como se tivesse autoridade para interpretar intenções alheias, afirma peremptoriamente que o panelaço do povo não foi contra a corrupção... terá ele coragem de pensar que foi a favor dela? Não! Os favoráveis à corrupção finalmente estão sendo presos e nem ousam andar pelas ruas de nossas cidades. Em outra agressão à verdade dos fatos, diz que o panelaço ocorreu nas varandas gourmet, fingindo não ter visto as fotografias dos jornais e os filmes das televisões que revelam à saciedade, a quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, que cenário dos acontecimentos foram mesmo as vias públicas das grandes cidades brasileiras.

Dando sequência à sua ousadia interpretativa, afirma que a causa do evento se encontra no que denomina o incômodo da elite branca contra a gente humilde. Não, Sr. Kfouri, a elite brasileira, branca, parda, vermelha, amarela ou negra, nunca se sentiu mal com o fato de seus coirmãos ultrapassarem a fronteira da pobreza e começarem a colaborar com o progresso do País. Sempre desejou isso. Nunca houve sentimento de luta de classes entre nós, antes da chegada ao Poder dos atuais dirigentes que, estes sim, estimulam o conflito, como a mídia já mostrou nas palavras furiosas de Lula e Stédile.
  
Do alto de meus 84 anos de idade, posso afirmar-lhe, Sr, Kfouri, que nunca tinha havido ódio político em nossa História. O brasileiro era pacífico, ordeiro e tolerante. Nunca um rico moveu uma palha contra um pobre apenas por ele ser pobre. Esse sentimento belicoso entre os brasileiros está sendo plantado pelos atuais detentores do Poder. Jogar os pobres contra os ricos, os pretos e os índios contra os brancos, os homo contra os heterossexuais, o norte contra o sul, é técnica marxista adotada rigorosamente pelo PT, às vezes acobertado pelos desordeiros de seu braço revolucionário, o MST, com o propósito de solapar a sociedade.

Não diga também, Sr. Kfouri, que o governo atual é de centro-esquerda. Não, não é. Ele é de esquerda-esquerda e só não é ainda mais esquerdista por temer reações e porque espera o momento adequado para fazê-lo. Nem diga também que seu Partido defende os pobres e os trabalhadores contra os ricos. Serão porventura pobres os seus correligionários que roubaram a mãos cheias as estatais, a ponto de, pela primeira vez no mundo, levar ao estado falimentar uma empresa petrolífera, precisando por isso serem aprisionados? Algum trabalhador ou algum pobre foi beneficiado pelos bilhões roubados por seus correligionários? Quem ajuda o trabalhador, Sr. Kfouri, é o capitalista que coloca seu patrimônio a risco, investindo para gerar empregos, graças aos quais os trabalhadores podem sustentar suas famílias. Não dá mesmo para perceber isso?

O senhor diz que os liberais e os ricos perderam a eleição, não aceitam isso e, antidemocraticamente, continuaram de armas em punho. Não posso nem suspeitar que o senhor seja cego. O senhor não percebeu realmente que os únicos portadores e usuários de armas são seus companheiros do MST, são seus colegas do exército de Lula e Stédile? Leia, então, os jornais e assista às televisões. É tão evidente que não creio possa passar despercebido a seus olhos.

Realmente, Sr. Kfouri, nunca dantes nesse País se roubou tanto no governo. Como jornalista, visite os arquivos dos jornais, revistas e TVs e terá a confirmação desse fato. Ou, se quiser, procure os arquivos de processos no fórum e nos Tribunais de qualquer Comarca e qualquer Estado. Certamente os fatos irão desmascarar a parcialidade de sua posição.

Mais ainda: protestar contra o estado de coisas do governo, com ou sem panelaço, não é falta de senso do ridículo, não. É patriotismo puro. Seus colegas devem até agradecer aos céus por esse povo ser tolerante assiste abismado aos desmandos dos governantes e limita-se a gritar pacificamente fora, Dilma!

Não foi só na zona leste de São Paulo que não houve panelaço por falta de luz e de água. O senhor deve saber que o Brasil inteiro, além da carência de água e luz, não tem portos (embora seu Partido tenha construído um em Cuba com o dinheiro arrecadado à força dos brasileiros), aeroportos e rodoviárias adequadas não tem linhas para a transmissão da energia gerada em suas usinas não tem saúde nem educação nem previdência não tem segurança... não tem nada! E já teve. Foi perdendo tudo isso na última década, em consequência à desastrada política econômica e fiscal de seu Partido.


Acho, enfim, arriscado afirmar que Dilma foi eleita democraticamente quando as provas estão se acumulando segundo as quais ela foi eleita graças ao dinheiro surrupiado dos cofres público das empresas estatais...


ÉPOCA SUSPEITA

Por Carlos Nejar

Sempre aprendi na experiência da justiça, que o juiz que está preso à amizade, ou é ligado a determinada agremiação, tendo sido advogado dele, devia para bem de sua consciência e a da coletividade, dar-se por suspeito. É o caso do Ministro Toffolli. Não é bondade, é obrigação de Magistrado. Nenhum colega percebeu sua suspeição, para julgar o caso da Lava-Jatos. O que talvez me faça cego, surdo e mudo. Ou o instrumento de suspeição foi suprimido do código e eu não sei. Se na anterior instância, cabe recurso. Na superior, o julgador resolve por sua conta e é fato consumado. Até a astúcia do governo é fato consumado. E a Petrobras ainda não abriu todas as suas entranhas. Há algo podre no reino da Dinamarca.

O Ministro Toffolli, petista reconhecido, ex-advogado do PT, defensor de Dirceu, no Mensalão incrivelmente não se deu por suspeito. Depois foi colocado a dedo, como Presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, para o decisório das eleições e ninguém pareceu se dar conta, nem seus confrades, quando é evidente a sua suspeição. Porque ninguém se arreda de seu passado. Nem o passado se arreda do presente. E o que repete e se repete não é acaso, é objetivo e este governo não é confiável. E nada do que diz, cumpre. Quer apenas permanecer no poder.

Tal Ministro não contente em dirigir as eleições, e era a pessoa menos indicada, com sua vinculação com o partido vencedor, lulista convicto, após entrevista com Dilma, que evita o contacto humano, a não ser para seu interesse ,entrevista estranha, apresenta-se como o novo juiz dos casos da Lava-Jatos. Será que não repara a reação geral? Será que o Supremo não está se dando conta disso, ou tudo é permitido? Até quando abusará de nossa paciência? Quem julgará os julgadores? Só a imprensa percebeu essa sinuosa manobra. E não é mais aceitável num país dito democrático e num tempo de suspeita, estando Dilma entre os nomes do desastre. Lutei contra a ditadura militar e não aceito a ditadura do PT, nem sua manipulação (vejam os condenados do Mensalão ou estão em casa, ou estão liberados) e não admite a alternância do poder. Pelas manifestações o povo não suporta mais Dilma e se impõe o remédio legal, que é o impeachment. E todos entendem, desde as pessoas nas ruas, que o que acontece no país não é democracia, é o abuso de alguns sobre todos. Mas a vergonha, o roubo, a vilania, a manipulação, a inflação, o encargo sobre os direitos trabalhistas não podem permanecer.

Falei de um Ministro que já serviu antes o governo e agora se oferece para julgar a Lava-jato. Ninguém pode levantar nada sobre a dignidade pessoal dele, nem cabe, mas a suspeita vem das circunstâncias que o cercam, das ligações com o PT conhecidas por todos, da insistência de julgar processos que deviam, no mínimo afastá-lo do julgamento, por que ninguém , também ele, não está acima de qualquer suspeita, com tendência, como vimos no Mensalão: absolutória. E onde também, absurdamente, não se deu por suspeito. E não será dará nunca por suspeito, por mais suspeito que seja? Ou estamos brincando de justiça, como brincamos de eleição, quando falta a imparcialidade que é apanágio do julgador, mesmo que ele o diga que a tem, mas como afirmava Ortega y Gasset – “o homem existe com suas circunstâncias”. E o País não pode estar cego diante de tais manobras. O julgador está sujeito ao temperamento, ao mundo que o cerca, aos amores e desamores, tosses, intempéries, mal-humor... coisas humanas. E o tal Ministro ofereceu-se por vontade a tal desígnio. Diz o Padre Vieira: ”Quem julga com o entendimento, pode julgar bem e pode julgar mal: quem julga com a vontade nunca pode julgar bem”. E nem creio que o faça. Por suspeito, ainda que faça de conta que não seja, o Brasil sabe todo que o é.


Publicado no site A Verdade Sufocada


__________
Carlos Nejar é da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia.