Nesta edição do #ProntoFalei, o comentarista político Reinaldo Azevedo fala sobre dois
assuntos. O primeiro é a decisão das oposições que protocolaram nesta quinta
(17) uma denúncia contra a presidente Dilma Rousseff. Reinaldo explica o que se
segue após isso e comenta também a fala da presidente, que criticou a oposição
e voltou a acusá-la de golpe. O segundo assunto é a decisão do STF, por 8 votos
a 3, de proibir o financiamento privado de campanhas políticas. Segundo
Reinaldo, o dinheiro de caixa dois atingirá proporções estratosféricas.
domingo, 20 de setembro de 2015
Em louvor de Lula

Nem mesmo o
enriquecimento pessoal ilícito pode ser alegado seriamente contra ele, pelos
cânones da moral revolucionária.
Na peça teatral Processo e Morte de Stalin, de Eugenio Corti –
escritor da estatura de um Manzoni ou de um Tolstoi --, o ditador soviético
convida alguns de seus ministros e assessores para um jantar na sua casa de
campo, na intenção de prendê-los e sacrificá-los num dos seus célebres
“expurgos”. Eles descobrem o plano e decidem virar o jogo. Desarmam os guardas
da casa e já estão quase liquidando com um tiro na nuca o velho companheiro,
quando surge a idéia de lhe dar uma última oportunidade de se explicar perante
o tribunal do materialismo histórico. O que se segue é uma obra-prima de
argumentação dialética, na qual Stalin logra demonstrar, ante os olhos
estupefatos de seus executores, que os crimes que perpetrou não foram jamais
traições aos ideais revolucionários, mas sim a realização fiel, exata e genial
dos princípios do marxismo-leninismo nas circunstâncias históricas dadas. Os
conspiradores admitem que ele tem razão, mas resolvem matá-lo mesmo assim.
Para confirmar o dito de Karl Marx de que as tragédias históricas se repetem
como farsas, alguém deveria escrever uma peça similar sobre o sr. Luiz Inácio
Lula da Silva. Qualquer estudioso de marxismo que tenha feito a sua lição de
casa – um tipo que, admito, é uma raridade absoluta tanto na esquerda quanto na
direita hoje em dia --, tem a obrigação de perceber que, do ponto de vista da
estratégia revolucionária, Lula nada fez de errado. Ao contrário. Seguiu a
receita fielmente, com um fino senso dialético das condições objetivas, dos
momentos e das oportunidades, logrando realizar o quase impossível: salvar da
extinção o movimento comunista latino-americano e colocá-lo no poder em uma
dúzia de países. Fidel e Raul Castro jamais puseram isso em dúvida. As próprias
Farc reconheceram-no enfaticamente, na carta de agradecimento que enviaram ao
XV aniversário do Foro de São Paulo. Mais ainda: no seu próprio país, Lula foi
o líder e símbolo aglutinador da “revolução cultural” que deu aos esquerdistas
o completo controle hegemônico das discussões públicas, ao ponto de que
praticamente toda oposição ideológica desapareceu do cenário, sobrando, no
máximo, as críticas administrativas e legalísticas que em nada se opunham à
substância dos planos revolucionários. Isso nunca tinha acontecido antes em
país nenhum. O próprio Lula, consciente da obra realizada, chegou a celebrar a
mais espetacular vitória ideológica de todos os tempos ao declarar que, na
eleição presidencial de 2002, o Brasil havia alcançado a perfeição da democracia:
todos os candidatos eram de esquerda.
É fácil chamá-lo de ladrão, de vigarista, do diabo. Mas o fato é que essas
críticas se baseiam num critério de idoneidade administrativa que só vale no
quadro da “moral burguesa” e que, em toda a literatura marxista, não passa de
objeto de zombaria. O que aconteceu foi apenas que Lula, como todo agente do
movimento comunista internacional que não chega ao poder por meio de uma
insurreição armada e sim por via eleitoral, como foi também o caso de Allende
no Chile, teve de fazer alianças e concessões – inclusive e principalmente ao
vocabulário da “honestidade burguesa”—com a firme intenção de jogá-las fora tão
logo começassem a atrapalhar em vez de ajudar. Tanto ele quanto seu fiel
escudeiro Marco Aurélio Garcia foram muito explícitos quanto a esse ponto: ele,
em entrevista a Le Monde; Garcia, a La Nación. Mover-se
no meio das ambigüidades de uma conciliação oportunista entre as
exigências estratégicas do movimento revolucionário e os interesses objetivos
dos aliados capitalistas de ocasião é uma das operações mais delicadas e
complexas em que um líder comunista pode se meter. Mas, pelo critério dos
resultados obtidos – o único que vale na luta política --, o sucesso do Foro de
São Paulo é a prova cabal de que Lênin, Stálin ou Fidel Castro, no lugar
de Lula, não teriam feito melhor.
Nem mesmo o enriquecimento pessoal ilícito pode ser alegado seriamente contra
ele, pelos cânones da moral revolucionária. De um lado, em todos os clássicos
da literatura comunista não se encontrará uma única palavra que sugira, nem
mesmo de longe, que o compromisso de fachada com a “moral burguesa” deva ser
cumprido literalmente como guiamento moral da pessoa do líder, ou mesmo do
menor dos militantes. De outro lado, é fato histórico arquicomprovado que todas
as estrelas maiores do cast comunista enriqueceram
ilicitamente – Stalin, Mao, Fidel Castro, Pol-Pot, Allende, Ceaucescu --, sendo
uma norma tácita que tinham até a obrigação de fazê-lo, de preferência com
contas na Suíça, para ter os meios de resguardar-se e reiniciar a revolução no
exterior em caso de fracasso do projeto local. O próprio Lênin só não chegou a
poder desfrutar do estatuto de nababo porque semanas após a vitória da
Revolução a sífilis terciária, cumprindo seu prazo fatal, o reduziu a um
farrapo humano. Como dizia Yakov Stanislavovich Ganetsky (também chamado
Hanecki), o mentor financeiro de Lênin, “a melhor maneira de destruirmos o
capitalismo é nós mesmos nos tornarmos capitalistas”.
O movimento revolucionário sempre viveu do roubo, da fraude, do contrabando,
dos seqüestros, do narcotráfico e, nos países democráticos onde chegou ao
poder, do assalto aos cofres públicos. Lula não inventou nada, não inovou em
nada, não alterou nada, apenas demonstrou uma habilidade extraordinária em
aplicar truques tão velhos quanto o próprio comunismo.
No tribunal da ética revolucionária, portanto, nem uma palavra se pode dizer
contra ele. As críticas só podem provir de três fontes:
a) Reacionários empedernidos, frios, desumanos e incompreensivos como o autor
destas linhas, que não condenam Lula por desviar-se do movimento revolucionário
e sim por permanecer fiel ao esquema de destruição civilizacional mais cínico e
diabólico que o mundo já conheceu.
b) Aliados burgueses insatisfeitos de que ele viole de maneira demasiado
ostensiva as regras da moral capitalista, sujando a reputação de quem só quer
ajudá-lo.
c) Esquerdistas com precária formação marxista, que não entendem a natureza puramente
tática da retórica burguesa de idoneidade administrativa e imaginam – ou se
esforçam para imaginar diante do espelho -- que a roubalheira seja uma traição
aos ideais revolucionários.
Os primeiros são os únicos que dizem o português claro: a roubalheira petista
não é um caso de “corrupção” igual a tantos outros que a antecederam, mas é um
plano gigantesco de apropriação do dinheiro público para dar ao movimento
comunista o poder total sobre o continente.
Os segundos, ideologicamente castrados, imaginam poder vencer ou controlar o
comunopetismo mediante simples acusações de “corrupção” desligadas e isoladas
de qualquer exame da sua retaguarda estratégica. Inclui-se aí toda a grande
mídia brasileira, com a exceção de alguns colunistas mais ousados como Reinaldo
Azevedo, Percival Puggina e Felipe Moura Brasil.
Os terceiros macaqueiam o discurso dos segundos na esperança de salvar a
reputação do movimento revolucionário mediante o sacrifício de uns quantos
“corruptos” mais visíveis. Nas suas mentes misturam-se, em doses iguais, a
falsa consciência, o fingimento histérico de intenções angélicas e o desejo
intenso de limpar com duas palavrinhas tardias uma vida inteira de serviços
prestados ao mal.
Não espanta a pressa obscena dos segundos em celebrar estes últimos como heróis
nacionais. Vêem neles uma ajuda providencial para tomar do parceiro incômodo o
controle da aliança sem ter de passar por anticomunistas, uma perspectiva que
os horroriza mais que o risco do paredón.
Publicado no Diário
do Comércio.
Quem gastou com extintor sente-se enganado
Por Jornal da Gazeta
Foi publicada hoje
no diário oficial a decisão do Conselho nacional de trânsito que diz que os
extintores em carros deixarão de ser obrigatório. A medida irritou motoristas e
lojistas que já tinham investido nos equipamentos.
NO DESESPERO, LULA PEDE A CUNHA PARA SEGURAR IMPEACHMENT
Por Vera Rosa - Estadão
Lula reconhece que
Cunha
pode derrubar o governo
|
O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva se reuniu nesta sexta-feira, 18, em Brasília, com o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Preocupado com o avanço de um
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, Lula pediu a Cunha
que segure os pedidos de afastamento.
Na avaliação do
ex-presidente, se um processo assim começar a tramitar na Câmara, será muito
difícil conter a pressão das ruas. Para Lula, a situação de Dilma é
“gravíssima” e o governo precisa do apoio do PMDB para que a presidente consiga
aprovar o pacote fiscal e terminar o mandato.
Cunha rompeu com o
governo em julho por avaliar que o Palácio do Planalto está por trás das
acusações contra ele. O presidente da Câmara foi denunciado pela
Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, por corrupção e
lavagem de dinheiro, no rastro do escândalo da Petrobrás.
PEDIDO DE BICUDO
Cunha recebeu
quinta-feira o aditamento ao principal pedido de impeachment contra Dilma. A
entrega foi feita pelo jurista Miguel Reale Jr. e por uma filha de Hélio Bicudo
– um dos fundadores do PT -, com apoio dos principais líderes de partidos de
oposição, como o PSDB e o DEM, e de dissidentes da base aliada, incluindo
políticos do PMDB. O pedido diz que Dilma cometeu crime de responsabilidade,
cita o escândalo de corrupção na Petrobrás e as pedaladas fiscais.
O Tribunal de Contas
da União (TCU) ainda examina as contas de Dilma. A possível rejeição do balanço
também poderá abrir caminho para abertura de um processo de impeachment.
Fonte: Tribuna da Internet
______________________________
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Será preciso dizer mais alguma coisa?
O governo Dilma já acabou, não existe mais. Estão tentando apenas prolongar a
agonia. (C.N.)
Resumo da Palestra do General Mourão
Por Tulio Milman
Um general de
exército, diante de uma platéia composta por civis e militares, completamente
aberto ao diálogo. Aconteceu ontem, em Porto Alegre, na abertura de um evento
organizado pelo CPOR. (OBS: muitos civis, inclusive alunos de
faculdades. militares da reserva e alunos CPOR).
O Comandante Militar do Sul, General Antônio Mourão, expôs suas visões sobre o
Brasil contemporâneo para um auditório lotado. “São as minhas opiniões”, deixou
claro antes de começar. Alguns dos posicionamentos de Mourão, um dos militares
mais influentes do país:
Sobre a política no Brasil:
- “Os políticos viraram escravos das pesquisas de opinião. Esquerda e direita
se encontram na corrupção”.
- “Cadê o líder aqui na América do Sul? Temos algumas figuras de folclore”.
- “Não é possível que um governo tenha 22 mil cargos de confiança para nomear”.
Sobre relações exteriores:
- “O Itamaraty foi bypassado pelo Foro de São Paulo. É ele que dá o ditame de
uma diplomacia paralela”.
Sobre o papel do Exército:
- “Nós sabemos como fazer. O que fazer tem que ser definido pelo conjunto da
sociedade”.
- “O emprego do Exército na segurança pública deve ser limitado no tempo e no
espaço. Somos treinados para outra coisa. Mas a gente não escolhe missão”.
Sobre a qualidade das informações passadas aos governantes:
- “Quem decide precisa de uma agência de inteligência forte. Hoje, nossos
agentes são escolhidos por concurso e têm seus nomes publicados no Diário
Oficial. O Brasil é o único país do mundo onde isso acontece”.
Sobre o desfecho da crise política:
Mourão identifica quatro cenários possíveis para o Brasil.
- 1. Sobrevida – Mesmo enfraquecido, o governo Dilma chega ao final do mandato.
- 2. Queda controlada – Dilma renuncia ou se afasta por iniciativa própria,
negociando a transição.
- 3. Renovação – Descontinuidade do governo com novas eleições.
- 4. Caos.
Fonte: Alerta Total
____________
Túlio Milman escreve o Informe Especial na página 2 do
jornal Zero Hora, de Porto Alegre, onde o resumo da palestra do General de
Exército Antônio Mourão, no CPOR, foi publicada em 16 de setembro de 2015.
Assinar:
Postagens (Atom)