Por Jornal da Gazeta
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Revista francesa afirma que saída de Dilma é necessária para solucionar a crise brasileira
Por UCHO.INFO
Baverez afirma, de chofre, que a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro,
corre o risco de se transformar, assim como a de Atenas, em 2004 na Grécia, em
sinal de que o País está a caminho da falência. Enxertada no calendário
nacional, custo bilionário, para incensar o inexistente milagre brasileiro, a
Rio2016 pode transformar o outrora líder dos BRICS em símbolo do colapso
econômico dos chamados países emergentes, débâcle que já acontece sob o manto
da incompetência de Dilma Rousseff.
A dinâmica que havia feito do Brasil a sétima economia do planeta
acabou, de acordo com o editorial da revista. Enquanto o crescimento do PIB
chegou a 7,5% em 2010, a economia verde-loura está em recessão em 2015, pela
primeira vez desde os anos 1930, com retração de 3%, índice que pode se
aproximar dos 4%. A inflação oficial atingiu 9,4%, podendo fechar o ano em
10,38%, muito além do centro da meta de 4,5%. O desemprego alcançou a marca de
7,6% em setembro, podendo a marca de dois dígitos logo no começo do próximo
ano. Enquanto isso, o pode de compra do salário do trabalhador diminui e a
pobreza aumenta.
A revista francesa destaca o déficit duplo que ameaça o governo
petista: o déficit corrente de 4,5% do PIB e o déficit orçamentário de 9%, que
elevou a dívida pública a 70% do PIB. O grau de investimento do Brasil foi
rebaixado pelas agências de classificação de risco para a categoria de
investimento especulativo. O real perdeu mais da metade do seu valor em relação
ao dólar, em menos de um ano.
A Petrobras, palco do maior escândalo de corrupção da História, ilustra
o desastre brasileiro, escreve a “Le Point”. Após o maior aumento de capital da
história do capitalismo, a petrolífera registrou mais de R$ 50 bilhões de
perdas em 2014, devido ao gigantesco caso de corrupção. Os desvios são
estratosféricos, que ultrapassam com folga a casa de R$ 10 bilhões,
beneficiaram diversos partidos políticos, em especial o PT, responsável pelo
período mais corrupto da história nacional.
Ponto morto
Os dois propulsores de crescimento do País estão parados. O consumo
interno está em queda livre por conta do elevado endividamento das famílias,
cenário provocado pelo chamado crédito fácil concedido aos bolhões na última
década. Em outro vértice está a venda de matérias-primas, que representam 60% das
exportações brasileiras, afetadas pela crise na China e pelos preços do
petróleo. Além disso, o sistema previdenciário, cada vez mais insolúvel, corre
o risco de implodir.
Segundo a “Le Point”, o Brasil representa todas as piores
características dos emergentes: competitividade degredada, exposição à
desaceleração da economia chinesa; forte dependência da renda de combustíveis;
dívida externa elevada; duplo déficit estrutural.
Dilma procura atribuir a catástrofe a causas conjunturais. Mas a “Le
Point” enfatiza que elas são apenas reveladoras dos profundos desequilíbrios
que minam o país: estagnação da produtividade do trabalho, cujo custo aumentou
em 150% em dez anos; déficit crônico de investimentos (18% do PIB contra 31% na
Índia); fraqueza da concorrência indissociável de um protecionismo endêmico;
indigência dos serviços públicos, corte dos gastos sociais; fraqueza do Estado,
que se traduz em uma corrupção sistemática e um aumento da violência (alta de
10% dos homicídios).
A revista afirma que as causas da crise são internas e acrescenta que
Dilma não tem nem vontade nem legitimidade para interromper a espiral infernal
na qual a demagogia colocou o seu país. Sua saída do governo é um requisito à
recuperação do Brasil. E finaliza afirmando: “quanto mais cedo melhor”.
Intervenção Militar: Comparação conjuntural de 1964 com 2015

Como em 64, a imensa maioria dos militares, embora
enxergando o desastre em que fomos metidos – porque não deixaram de ser
brasileiros e sofrem todas as consequências do caos – espera que
os problemas políticos e econômicos sejam resolvidos com os recursos oferecidos
pelas leis vigentes, sem a necessidade do emprego da Expressão
Militar do Poder Nacional.
Diferente de 64, o governo do PT sabe que não tem
meios para tentar implantar as reformas que julga necessárias, “na lei ou na
marra”.
Diferente de 64, os grandes empresários que, naquele
tempo, realizavam encontros para debater a conjuntura e assumir suas
responsabilidades, hoje, estão presos, porque optaram
por aliar-se ao inimigo e, com ele “levar vantagem”! Já chamei isto de suicídio
e de oportunismo por ganhos efêmeros, mas, hoje, vejo que foi corrupção,
ganância e falta de caráter.
Como em 64, inúmeros grupos estão organizados para
manifestar-se contra o comunismo, na forma bolivariana adotada pelo PT, mas, felizmente,
por todas as razões da lógica e da prudência, nenhum deles está
disposto à ação revolucionária. Não constituem um bloco monolítico,
mas, encontram efêmera unidade pela situação caótica por que passa o País.
Diferente de 64, não
há, por parte dos Governadores dos Estados,
qualqueroposição objetiva às esquerdas e ao
Governo, muito menos por parte dos de Minas Gerais, do Rio ou de
São Paulo, de maneira a interferir positivamente na deposição do PT.
No Congresso, a oposição, embora
“majoritária”, tem agido de forma fisiológica, sem
determinação e sem a formação de um bloco interpartidário que produza os
efeitos esperados por quem pretenda servir de fato à sociedade e não a seus
interesses pessoais e corporativos.
A grande mídia, em contraste com o ocorrido em 64,
é dependente das verbas de propaganda do governo e empresta
seu apoio à defesa da democracia como o ferreiro que dá uma no ferro e outra na
ferradura, com raras exceções. Por outro lado, as mídias sociais,
inexistentes há cinquenta anos, têm exercido papel preponderante na
exposição e difusão das mazelas e na formação da opinião pública, embora, por
falta natural de profissionalismo, por vezes, se deixe envolver pela ação
contrária do adversário, também ele utilitário dessa ferramenta.
No meio sindical não se conhece nenhum organismo
patrocinado pela empresas privadas que esteja promovendo a reação ao
proselitismo esquerdista, distintamente do que ocorria há cinco
décadas atrás.
No meio estudantil, nas universidades, há um movimento
incipiente, promovido por abnegados e discriminados professores,
que começa a tomar vulto e que, vez por outra, põe por terra os pífios e
surrados argumentos de esquerda que, desde antes de 64, contaminam o meio.
Entretanto, muitos jovens estão saindo às ruas nas manifestações de protesto, embora
a UNE continue dominada e comprada pelo Governo.
As mulheres brasileiras continuam sendo personagens
da defesa da democracia e dos princípios judaico cristãos que
caracterizam a essência da nossa sociedade, embora sem a ênfase e
o protagonismo que tiveram em 64.
Os militares da reserva, tanto quanto em
64, têm exercido o direito de manifestar suas opiniões que, por certo, representam
o pensamento e as preocupações que estão a merecer a atenção profissional e
cidadã dos da ativa.
As FFAA estão coesas e a disciplina não corre o risco de
ser agredida por “levantes” ou “motins”, o que prova que as “lições
aprendidas” sempre mereceram a especial atenção dos militares brasileiros.
A confiança nos chefes e o conhecimento da
conjuntura, nacional e do entorno do País, neutralizam, consensualmente, o
surgimento de lideranças que assumam posições de destaque ou
de relevância ao arrepio da hierarquia, tornando
inócua a possibilidade de ruptura ou de ações intempestivas fora do controle
dos Comandantes das Forças, não havendo quaisquer indícios de que
os militares pretendam quebrar sua fidelidade à Constituição.
Como em 64, não há o risco de divisão interna das
FFAA, assim como não há risco de que os militares assumam posições que não
representem a vontade e o interesse nacionais. Também não há
planos revolucionários para depor qualquer governo,mas
planejamentos estratégicos que atendem a qualquer das hipótese
de necessidade de emprego do Poder Militar.
Isto impede que, em qualquer situação, haja o risco
de falta de coordenação e controle como o ocorrido na madrugada de 31 de
março, quando, “por razões diversas”, o movimento revolucionário foi antecipado
por tropas do I Exército sediadas em Minas Gerais.
Quanto aos os políticos brasileiros e aos Governadores dos
Estados,diversamente do ocorrido em 64, não
há consenso ou maioria que enxergue como necessária ou que
advogue por uma intervenção militar como a
ocorrida em 31 de março daquele ano.
Diferente de 64, o Presidente do Congresso
Nacional só virá a declarar vaga a Presidência da República se este
fato ocorrer estritamente dentro dos preceitos da Constituição Federal, que não incluem,
explicitamente, uma intervenção militar, o que não exclui, porém, o risco de
que, como em 64, “a perplexidade dos primeiros dias” não dê margem a uma série
de manobras visando ao atendimento de interesses pessoais e de grupos
políticos.
Diferente de 64, a substituição do Executivo terá
que legitimar-se por intermédio do Congresso e não por um decreto ou “Ato
Institucional” do novo governo. Todavia, como em 64, o novo Governo passará,
logo em seguida, a desgostar indivíduos e grupos, porquanto, antes da
deposição, da cassação, da renúncia ou do abandono do cargo, essa discussão irá
enfraquecer a coligação de forças políticas e populares que visam este
objetivo.
Com certeza, como em 64, seja qual for a
forma como o PT será deposto, as divergências começarão já no
primeiro dia, o que exigirá a atenção, a vigilância, o empenho, o
equilíbrio e a serenidade de todos, de forma a não comprometer ou permitir que
a lei seja descumprida e a ordem interna seja ameaçada.
Neste caso, o emprego da Expressão Militar será
essencial para assegurar que não haja comprometimento da manutenção e do
aperfeiçoamento do regime democrático.
As condições objetivas e subjetivas da conjuntura atual diferem
essencialmente das de 1964 e, nessas circunstâncias, uma
intervenção militar, não logrará o mesmo êxito registrado na história,
dividirá o País, poderá unir as vítimas aos seus algozes, comprometerá a
confiança que a Nação deposita nas suas FFAA, não terá legitimidade e
impossibilitará a conquista do sucesso político almejado.
É o que penso!
Governo Paralisado
As manchetes dos jornais apregoam: o governo vai ficar paralisado por
falta de votação da nova meta fiscal do ano em curso.
País interessante, este nosso. Faltando um mês para o fim do ano
fiscal, o Legislativo vota um remendo no orçamento, ajustando a lei à realidade
e livrando o Executivo de responder pelo não cumprimento das metas autoimpostas
na concepção do orçamento. Assim, legaliza a mentira em que todos fingiam
acreditar, não obstante as advertências da imprensa atenta e dos profissionais
sérios do mercado.
Repete-se o mesmo golpe legal que já foi praticado no ano de 2014.
Vai-se tornando uma tradição.
Mas o que mais surpreende é a notícia de que o governo ficará
paralisado. Como assim? Paralisado o governo já está há muito tempo. Os
serviços públicos não são prestados, os pagamentos atrasam e a dívida pública
se acumula; os restos a pagar aumentam a cada ano – em breve teremos que gerar
dois orçamentos, um para viver o novo ano e outro para pagar os débitos dos
anos anteriores; os hospitais e universidades fecham por falta de verbas para
saldar os compromissos com empresas terceirizadas, com as de segurança e as de
higiene e limpeza. Se o Brasil está andando, só pode ser para trás.
Enquanto isso, as diárias correm soltas nos altos escalões, em viagens
de ricas comitivas ou de príncipes da república, que multiplicam seus
vencimentos com rendas auferidas em passeios desnecessários e que nada trazem
de positivo para o país, mas permitem que os sátrapas driblem constantemente o
teto dos rendimentos dos servidores públicos.
O governo já está paralisado, continua gastando mais do que arrecada e
do que a lei permite e contando com a alteração da mesma para que seu déficit
seja menor e esconda o fracasso total de sua política econômica e os resultados
da escandalosa roubalheira promovida por políticos que disfarçam seus crimes
nas leis mutantes e continuam impunes.
E o Brasil vai remando, procurando crescer ou não encolher à noite,
quando o governo dorme.
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