segunda-feira, 4 de maio de 2015

Lula revela que um camelô de empreiteira não para de pensar nos 10% até quando está posando de campeão da honestidade


507872-970x600-1Convidado pela CUT para animar a quermesse do Dia do Trabalho, Lula primeiro certificou-se de que só haveria na plateia ouvintes amestrados antes de acionar o serviço de som do palanque ambulante. Os cabelos convulsionados pelo drible no espelho do banheiro, a vermelhidão do rosto, cataratas de suor inundando o corpo e a roupa, a voz de leiloeiro anunciando o último frango assado — tudo no orador denunciava um forte aquecimento na hora do almoço.

O Exterminador do Plural recomendou muita paciência com Dilma e nenhuma com a elite golpista, confirmou que os ricos ficaram mais ricos graças a ele, avisou que é bom de briga, prometeu sair da clandestinidade para dedicar-se a uma temporada nacional de comícios, declarou-se vítima de “insinuações”, insinuou que mandou o BNDES ajudar irregularmente empresas de comunicações e declarou-se em estado de beligerância contra a imprensa independente.

“Essas revistas brasileiras são um lixo e não valem nada”, berrou no meio do chilique o único presidente da República que não sabe escrever, nunca leu um livro e tem azia quando os olhos colidem com um punhado de vogais e consoantes. “Eu queria dizer que peguem todos os jornalistas da VEJA e da Época e enfiem um dentro do outro que não dá 10% da minha honestidade neste país”, repetiu o valentão que foge de entrevistadores sem medo desde a descoberta da chanchada político-policial que protagonizou em parceria com Rose Noronha.

Acossado pelo pântano do Petrolão, investigado pelo Ministério Público Federal por tráfico de influência internacional, sitiado pela suspeita de ter ajudado a Odebrecht a embolsar contratos bilionários, Lula escorregou na gabolice — e o que seria apenas uma sugestão boçal desandou numa constrangedora confissão de culpa. Além dos simplesmente honestos e desonestos, o maior dos governantes desde Tomé de Souza descobriu a existência dos meio honestos, dos quase desonestos e dos classificados por índices (sem margem de erro). Sobretudo, o camelô de empreiteira também deixou claro que, seja qual for o assunto de que está tratando, não para de pensar nos 10%.

“Minha honestidade neste país”, relativizam as quatro palavras que encerram e ampliam o ato falho. Se a carteirinha de cumpridor da lei só tem validade em território nacional, Lula não tem motivos para levá-la nas viagens ao exterior. No momento em que cruza as fronteiras do Brasil, portanto, cessa o compromisso com a decência. Ele não precisa agir honestamente na América bolivariana, por exemplo. E pode fazer o diabo na África.

PLENÁRIO DEFINE ADMISSIBILIDADE DO IMPEACHMENT


Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 
Foto: Fábio R.Pozzebom/Abr
Mesmo com recusa de Cunha, Plenário pode definir IMPEACHMENT

Animado por pesquisas em que seu nome aparece – espontaneamente – com até 5% de intenções de voto para presidente, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afaga Dilma com uma mão e bate com a outra. Ele sugeriu a deputados da oposição que recorram ao plenário da Câmara em caso de arquivamento do impeachment. A oposição aposta no voto aberto do plenário para aprovar a admissibilidade.

Para aliados, o objetivo de Eduardo Cunha é a cadeira de Dilma, por isso a agrada em público e conspira contra ela nos bastidores.

Com pesquisas de opinião mostrando que é cada vez maior o apoio ao impeachment, a oposição acha que ganhará votos da base aliada.

A oposição encontra dificuldade para afinar o discurso do fato jurídico favorável ao impeachment. Aposta é o parecer de Miguel Reale Júnior.

Deputado do Paraná revela a intenção da baderna: derramamento de sangue!


O confronto entre baderneiros disfarçados de professores e a Polícia Militar do Paraná, havido na quarta-feira, foi, como já evidenciei aqui, meticulosamente planejado. Trata-se, antes de mais nada, de um movimento de caráter político, que busca emparedar o governador Beto Richa (PSDB). As digitais do PT estão estampadas no imbróglio. Mas não só.

O projeto que faz alterações necessárias na Previdência do Estado estava sendo votado na Assembleia Legislativa, enquanto o pau comia do lado de fora. Vejam este vídeo.

Deputado Nereu Moura (PMDB), um dos líderes da oposição e cabo eleitoral da Dilma 
aqui no Paraná. Na Assembleia Legislativa no dia da confusão com os professores. 
Deixa bem claro qual era a intenção da oposição: derramamento de sangue.

Esse que fala é o deputado Nereu Moura (PMDB), um dos líderes da oposição a Richa e cabo eleitoral da Dilma no Paraná. Ele deixa claro qual era a pretensão da turma: derramamento de sangue.

Educação comunista: a praxis contra a verdade

Por Carlos I.S. Azambuja
 
A escola e o ensino, segundo os comunistas, devem ser permanentemente controlados para evitar a infiltração de resíduos e concepções burguesas. É esse o objetivo da educação marxista: formar consciências comunistas. E isso, como é obtido? 

Para o marxismo, a prática tem prioridade sobre o conhecimento e é o fundamento deste. Essa é uma tese de Marx, que seus epígonos não hesitaram em manter e que é a própria base do marxismo: a primazia da praxissobre o conhecimento, da ação sobre a doutrina e do fazer sobre o ser.

A conseqüência imediata dessa tese no ensino é a de que, para o marxismo, educar não é pôr em contato com a verdade e sim com a prática. Mao-Tsetung afirmou que uma das características do materialismo dialético "é o seu caráter prático; sublinha a independência da teoria à prática; que a prática é a base da teoria; que o critério da verdade nada mais é que a prática social".

A educação e o ensino, para o marxismo, devem realizar, na prática, a vinculação do homem ao sentido da história. A educação é necessária, seu significado e sua tarefa consistem em provocar a máxima aceleração no processo histórico e em tornar possível a transformação da consciência dos homens. 

Para o marxismo, a única forma possível de educar consiste em lograr que, consciente e livremente - falamos da liberdade marxista - a educação se realize, por contradições sucessivas, na natureza e na história; a educação marxista deve ser interpretada como acomodação. A educação é uma atividade acomodadora à situação revolucionária. Educar é socializar.

Para o marxismo, o professor desempenha um papel importante, e é fundamental que o ensino esteja em mãos de mestres ideologicamente doutrinados e capacitados para acender a chispa da consciência comunista em seus alunos e, ademais, além de uma formação adequada deve ter, acima de tudo, uma consciência política. A escola e o ensino, segundo os comunistas, devem ser permanentemente controlados para evitar a infiltração de resíduos e concepções burguesas.

É esse o objetivo da educação marxista: formar consciências comunistas. E isso, como é obtido?

O procedimento varia, segundo as circunstâncias; não é o mesmo quando o partido comunista esteja no poder, ou quando ainda não tenha conseguido a tomada do poder. Quando domina a sociedade todos sabem como opera, e, no outro caso? 

Em primeiro lugar devemos ter em mente que o marxismo não trata de melhorar nada, e sim fazer uma transformação total, face ao seu próprio caráter dialético. A crítica do marxismo a toda injustiça real ou a toda situação que se apresente como injusta, ou que se faça passar como tal, não tem por finalidade restabelecer a justiça ou melhorar as coisas em seu real e mais amplo sentido, e sim inserir o homem na dialética, lograr que os homens aceitem sua vinculação ao processo dialético, que é no que consiste o progresso para o marxismo.

O marxismo não se preocupa com o proletariado porque este esteja oprimido ou porque seja débil e sim na medida em que é ou pode tornar-se uma força, e quanto mais proletários existirem maior será sua força como classe revolucionária e mais próximo e possível estará o socialismo.

O objetivo confesso dos marxistas é a tomada do Poder pela classe trabalhadora. Isso, todavia, não significa que nada se possa fazer antes de o Poder passar às mãos dessa classe. A luta pela educação tem uma importância fundamental, pois sem a dedicação a essa luta não podem tomar forma e desenvolver-se os meios para tornar possível a ofensiva final, nem a ideologia que sustenta essa luta. Qualquer avanço no progresso educativo poderá vir, afinal, auxiliar o desenvolvimento daconsciência de classe da classe trabalhadora.

Daí a importância e o perigo do ensino do marxismo nos centros escolares da sociedade em que este ainda não tenha assumido o poder. Perigo mais latente e real hoje, quando os ensinamentos de Gramsci, de tomada não-violenta e indolor do Poder pretende chegar ao final da história - o comunismo - por meio da conquista dasociedade civil, o que tornará possível a subseqüente conquista do Estado. Isto é, a conquista da sociedade civil como prelúdio da conquista da sociedade política. Ou seja, antes de tomar o poder é preciso conquistar a cultura, segundo a terminologia gramscista.

Exemplo clássico de derrota do marxismo por não possuir a hegemonia na sociedade civil foi a sofrida por Allende, no Chile. Daí a tática comunista adaptada à lição recebida. Uma vez conquistada a cultura, o caminho estará livre à implantação do socialismo.

Gramsci, ideólogo marxista-leninista italiano, falecido na década de 30, e seus seguidores, descartam, por esse motivo, a violência revolucionária - que, no entanto, admitem em último extremo - e dão mais importância à educação levada a cabo pelos intelectuais, considerando-a o principal fator revolucionário. Dessa forma, pretende-se evitar que a forte personalidade da sociedade civil nos países ocidentais se rebele contra um governo revolucionário, levando-o a fracassar, como ocorreu no Chile em 1971-1973. 

Ainda Gramsci: "É impossível que uma luta política possa culminar em verdadeiros resultados se não vem acompanhada de uma revolução, de uma reforma intelectual e moral, se não se modifica a mentalidade das pessoas e, por conseguinte, a superestrutura da sociedade. Por isso, o problema da revolução é também um problema de educação. (...) É necessário que o fato revolucionário apareça não somente como um fenômeno de Poder, e sim, também, como um fenômeno de costume, como um fato moral, o que implica, necessariamente, numa radical transformação das mentalidades".

Daí a importância da Escola - na qual a política, a cultura e a pedagogia estão indissoluvelmente unidas - que poderá vir a cumprir, com relação aos jovens, o mesmo fim que um partido político.

Por tudo isso, ainda segundo Gramsci, "a difusão, desde um centro hegemônico - a Escola -, de um modo de pensar homogêneo, é a condição principal para a elaboração de uma consciência coletiva".

Direção, organização da cultura, centro hegemônico, modo de pensar homogêneo, consciência coletiva, escola unitária, tudo isso é destinado a impor e a lograr que se assimile a filosofia da práxis, isto é, o marxismo, pela sociedade civil.

No fundo, no fundo, nada mudou. Trata-se da instrumentalização da cultura e do ensino para atingir o objetivo visado pelo marxismo: a submissão do homem mediante a submissão da inteligência.

​Volodia Valentin Teitelboim Volosky, advogado, político, escritor e intelectual, Secretário-Geral do Partido Comunista Chileno de 1988 a 1995, referiu-se a esse tema na Revista Internacional nº 1-1982: "A cultura é uma vaga e prestigiosa palavra em razão da qual, a seu juízo, os povos e as nações conservam, continuam e até superam seu passado, Porém, quem controlar a cultura e sua base imprescindível, a educação, poderá não só definir retrospectivamente o acontecido como também controlar o futuro. O amanhã se encontra nas mãos e no cérebro daqueles que estão sendo educados hoje".



Publicado no site Alerta Total



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Carlos I.S. Azambuja é Historiador.