
Marco Aurélio Garcia, conhecido como "MAG", nos anos 60 e 70
do século passado foi uma liderança do trotskismo internacional. Nos anos de
luta armada no Brasil viveu exilado na França e no Chile. Após a Anistia,
voltou para o Brasil e foi um dos que colaboraram na fundação do Partido dos
Trabalhadores e, em 1990, na condição de Secretário de Relações Internacionais
do PT, um dos organizadores e fundadores do Foro de São Paulo, que não passa de
uma nova Internacional para a América Latina. É professor licenciado do
Departamento de História da Unicamp.
Em dezembro de 2002 - ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso -, por
instância do presidente eleito e já na sua condição de futuro assessor
internacional do governo Lula, coordenou o envio de uma carga de gasolina para
normalizar o abastecimento do mercado interno na Venezuela, seriamente abalado
por uma greve coordenada pelas oposições a Hugo Chávez.
Valendo-se de sua cobertura de assessor internacional do presidente manteve
conversações com os grupos armados e de oposição a vários governos da América
Latina, o que, evidentemente, não poderia ser feito pelos diplomatas do
Itamaraty. Esses contatos fora e são feitos em nome do Foro de São Paulo. Como
escreveu o escritor, jornalista e filósofo Olavo de Carvalho,"comparado
à trama do Foro de São Paulo, o Mensalão é quase um negócio honesto" (Um
Negócio quase honesto,Jornal do Brasil de 13 de abril de 2006).
Marco Aurélio Garcia foi o coordenador da candidatura do presidente Lula,
substituindo "o bando de aloprados" (frase utilizada por Lula
em uma entrevista concedida dia 25 de setembro de 2006 a três rádios populares
de São Paulo e do Rio de Janeiro) da sua equipe de coordenação de campanha
presos pela Polícia Federal quando tentavam adquirir, por cerca de 2 milhões de
reais, um dossiê fabricado para prejudicar as candidaturas de José Serra e
Geraldo Alckmin. Nessa entrevista, Lula, que mais uma vez não sabia de nada,
não titubeou em jogar a culpa no presidente do PT, Ricardo Berzoini, que foi
quem escolheu e coordenava a tal equipe.
Esta introdução objetivou publicar o artigo abaixo que foi escrito em Caracas
por Johan Freitas e publicado originalmente no site do grupoMilitaresDemocraticos.com, da Venezuela.
Finalmente, recorde-se que todas as fontes citadas nas referências do
artigo foram solenemente ignoradas pela imprensa nacional.
_________________________
O brasileiro que ganha tempo para Chávez. Seus vínculos terroristas e com
Saddam
Johan Freitas, Caracas
"Devemos dar a impressão de ser democratas", disse Marco Aurélio
Garcia, o marxista de linha dura atrás do presidente eleito do Brasil, Luiz
Inácio Lula da Silva. E acrescenta: "...teremos que aceitar
inicialmente algumas práticas. Porém, isso não é para sempre" [1].
Na semana passada Marco Aurélio Garcia esteve na Venezuela, oferecendo apoio a
outro suposto democrata, Hugo Chávez. A greve geral na Venezuela secou os
postos de gasolina e estrangulou os automobilistas. Os efeitos da greve ameaçam
derrubar Chávez do Poder. Porém agora, graças a Marco Aurélio Garcia, o navio
"Explorer Amazon" dirige-se ao porto venezuelano
carregado de 520.000 barris de gasolina sem chumbo da companhia petroleira
brasileira Petrobras.
A que se devem sua presença e sua ajuda? Por que o Brasil intervém para
desmontar uma greve de caráter eminentemente interno? Por que Lula deseja que
Chávez se mantenha no poder? Podemos vislumbrar as chaves a estas perguntas
observando detidamente Marco Aurélio Garcia, o homem por trás do plano.
"A democracia não é mais do que uma farsa para alcançar o poder"
Em uma entrevista ao tablóide francês "Le Monde", o
presidente eleito do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, repete as palavras
aprendidas com Marco Aurélio Garcia quando descreve as eleições democráticas
como uma farsa, que é simplesmente um passo necessário para alcançar o poder.
[2]
Para Marco Aurélio Garcia, estas palavras não são só uma teoria. Ele as viveu
pessoalmente no período de 1969 a 1973, quando era um ativista político
estrangeiro no Chile durante o regime de Salvador Allende. [3].
Allende foi eleito democraticamente porém, uma vez que alcançou o
poder, usou o governo para fechar jornais e controlar com mão de ferro os
partidos de oposição. Em um conhecido escândalo público, uma grande quantidade
de armamento cubano foi encontrada em sua residência, enviada por Castro para
armar as milícias civis, com o objetivo de "defender a Revolução
Socialista no Chile". As ações do brasileiro foram fundamentais para
esta ação. Este foi o primeiro contato de Marco Aurélio Garcia com as operações
cubanas no exterior.
Em 1980, Marco Aurélio Garcia fundou junto com Lula da Silva o "Partido
dos Trabalhadores" (PT). Desde então, tem sido seu assessor para
assuntos exteriores.
Voltemos a 1990. Enaltecido por Castro, que a estas alturas havia orquestrado
incursões militares em mais de 30 países, Marco Aurélio Garcia convocou uma
reunião de todos os grupos de esquerda da América Latina e do Caribe. Atenderam
ao chamado os representantes de 48 partidos comunistas e grupos terroristas.
Esta reunião converteu-se no "Foro de São Paulo",
com Marco Aurélio Garcia à sua cabeça - um título que ainda conserva no
presente.
O Foro de São Paulo apóia o terrorismo
Atuando como o líder do Foro de São Paulo, Garcia controla e coordena as
atividades subversivas e extremistas que se sucedem desde o Rio Grande até a
Patagônia, Argentina. Vários dos membros do Foro de São Paulo são terroristas,
alguns dos quais estão na lista dos mais procurados pelo FBI. Isto não é uma coincidência. O Foro de São
Paulo, sob os auspícios de seu Secretário Executivo, Marco Aurélio Garcia,
estabeleceu como política o apoio a grupos terroristas. Considere esta entrevista
tomada no X Congresso, levado a cabo em 7 de dezembro de 2001 em Havana, Cuba,
na qual ele se refere aos grupos terroristas colombianos "Exército de
Libertação Nacional" (ELN) e as "Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia" (FARC)“Ratificamos a legitimidade,
justiça e necessidade da luta das organizações colombianas e nossa
solidariedade com elas".
O novo eixo do terrorismo inicia-se em Cuba, passando pela Colômbia, é
financiado pelos milhares de milhões de dólares do petróleo venezuelano e
finaliza na superpotência brasileira.
De acordo com as políticas ditadas por Havana, o líder do Foro de São Paulo,
Marco Aurélio Gracia, expressou um especial interesse pelo terrorista Manuel
Marulanda Vélez, codinome "Tirofijo", o líder das FARC. A cada ano,desde
1990, Garcia se auto-impôs como uma prioridade realizar encontros pessoais com
enviados das FARC. Estes encontros foram realizados não só em solo cubano -
sempre com a presença de Fidel Castro - mas também no México, para onde Marco Aurélio
Garcia viajou, a fim de reunir-se em 5 de dezembro de 2000 com Marco León
Calara, membro dirigente das FARC. Os temas tratados nesses encontros mantêm-se
sob um manto de sigilo. Entretanto, cada vez que se reúnem, as FARC incrementam
seus ataques com um altíssimo custo de vidas humanas.
A lista das FARC e do ELN
Chávez tem apoiado ativamente os membros das FARC e do ELN fornecendo cédulas
de identidade falsas, armamento, munições e lugares seguros para a retirada das
tropas em ordem. Também recebem apoio de Cuba, onde os líderes destes grupos
terroristas descansam e as tropas são treinadas. Inúmeras denúncias muito bem
documentadas do presidente e vice-presidente de CAVIM, de diretores da ONIDEX,
de efetivos da DIM e da DISIP chegaram ao conhecimento público nos meses
passados e sustentam estas asseverações. Desta maneira, Chávez se assegura de
contar com guerrilhas armadas que serão usadas para debilitar a democracia
venezuelana e forçar seu regresso ao Poder.
O que o futuro proporciona ao Brasil e à região
Sob Marco Aurélio Garcia, a política exterior do Brasil será manejada
desde Havana. A diplomacia do Brasil a cargo de Garcia trabalhará
ativamente contra as políticas que os Estados Unidos auspiciam na região, que
se iniciarão com seu apoio a Fidel Castro: "cuidaremos de
eliminar o bloqueio a Cuba" [4].
Marco Aurélio Garcia descreve seu partido político, o PT, como "radical,
de esquerda, socialista" [5]. Porém, Garcia é mais que um
radical e mais de extrema esquerda que um socialista: é de fato um comunista de
linha dura que quer reviver o comunismo no mundo. No artigo que
escreveu sobre o "Manifesto Comunista", de Karl
Marx, ele conclui que "A agenda é clara. Se o horizonte que
buscamos é o comunismo, é hora de reconstruí-lo". [6]
Marco Aurélio Garcia trabalha muito próximo com outros políticos de tendência
marxista ao redor do mundo e aparece em antologias que são lidas como um "quem
é quem" dos que apóiam o terrorismo internacional: de Cuba, Mário
Machado e Marta Harnecker; da China, YunLin Nie, autor de "O
Manifesto Comunista e o Socialismo com características chinesas"; Pham
Nhu Cuong representa o Vietnã; e Mohamed Latifi é o contato iraniano. Também
colaboram outros extremistas de países democráticos como Seppo Ruotsalainen, da
Finlândia (autor de "O Processo e o Manifesto Revolucionário"),
Allan Woods, da Inglaterra ("O Manifesto Comunista Hoje") e
Pierre Zarka. da França ("O Manifesto do Partido Comunista").
Todos eles compartilham um profundo e intenso ódio contra os Estados Unidos e a
sociedade ocidental [7].
O vínculo nuclear com Saddam
Até 1994 o Brasil realizou investigações para o desenvolvimento de armas
nucleares e projetou duas bombas atômicas. Fernando Henrique Cardoso deteve
estas provas em instâncias dos Estados Unidos, quando se presumia que o Brasil
estava a ponto de realizar provas de um dispositivo nuclear. O programa de
armas nucleares do Brasil também estabeleceu vínculos com o Iraque e a China,
países que venderam urânio enriquecido ao Brasil e investiram em sua indústria
aeroespacial. Em vários discursos de sua campanha política para a Presidência,
Lula da Silva expressou seu desejo de estreitar relações com a China.
Agora, com Lula da Silva na Presidência e Marco Aurélio Garcia a cargo
da estratégia da política exterior do Brasil, iniciaram-se os planos para
reativar silenciosamente o programa de armas nucleares. A capacidade de
dissuasão nuclear é necessária para os planos de Marco Aurélio Garcia e dos
grupos terroristas aos quais ele apóia através do Foro de São Paulo.
Os vínculos do Brasil com Saddam Hussein no Iraque estendem-se a outros atores.
O primeiro é Hugo Chávez; o segundo o liga ao co-fundador do Foro de São Paulo,
Fidel Castro. Hugo Chávez é o melhor amigo de Saddam na América Latina, a quem
visitou pessoalmente e ofereceu seu apoio. Depois da primeira visita de Chávez,
Fidel Castro enviou ao Iraque Rodrigo Alvarez Cambras, seu braço direito, para
estabelecer um contato direto com Saddam.
Até a presente data, o trio Saddam-Castro-Chávez tem trabalhado no
desenvolvimento de armas biológicas. Porém, em janeiro de 2003, com o advento
de Lula da Silva à Presidência do Brasil, as armas nucleares se incorporaram à
fatídica fusão. É só questão de tempo. O pacote de resgate de gasolina
brasileira que Garcia enviou a Chávez compra um pouco de tempo ao Presidente
venezuelano. Em um mundo no qual os ditadores ainda se mantêm no poder, nada
agradaria mais a Marco Aurélio Garcia do que um Iraque com capacidade nuclear.
_____________
Notas:
1. "La Nación", Buenos Aires (Argentina), 5 de outubro de 2002.
2. "Le Monde", Paris (França): "En privé, Lula, âgé de 56 ans, pense tout haut que l'élection est une "farce" et qu'il faut en passer par là pour prendre le pouvoir".
3. "O Estado de São Paulo", São Paulo (Brasil), 6 de novembro de 2000:"Quem é Marco Aurélio Garcia".
4. Emilio J. Corbière, "Lulazo, populismo y desarrollismo", 28 de outubro de 2002, cita Marco Aurélio Garcia em "La Fogata, el fuego de la lucha revolucionaria".
5. Marco Aurélio Garcia, revista "Teoria e Debate", São Paulo (Brasil), julho/dezembro de 1990, nº 12. Extrato do artigo "Terceira Via: a social-democracia e o PT"; "Radical, de esquerda, socialista".
6. Marco Aurélio Garcia, "Teoria e Debate" (Brasil), 26 de janeiro de 2001, nº 36: "O Manifesto e a refundação do comunismo".
7. Internatif (França), 2002.
27 de dezembro de 2002.
1. "La Nación", Buenos Aires (Argentina), 5 de outubro de 2002.
2. "Le Monde", Paris (França): "En privé, Lula, âgé de 56 ans, pense tout haut que l'élection est une "farce" et qu'il faut en passer par là pour prendre le pouvoir".
3. "O Estado de São Paulo", São Paulo (Brasil), 6 de novembro de 2000:"Quem é Marco Aurélio Garcia".
4. Emilio J. Corbière, "Lulazo, populismo y desarrollismo", 28 de outubro de 2002, cita Marco Aurélio Garcia em "La Fogata, el fuego de la lucha revolucionaria".
5. Marco Aurélio Garcia, revista "Teoria e Debate", São Paulo (Brasil), julho/dezembro de 1990, nº 12. Extrato do artigo "Terceira Via: a social-democracia e o PT"; "Radical, de esquerda, socialista".
6. Marco Aurélio Garcia, "Teoria e Debate" (Brasil), 26 de janeiro de 2001, nº 36: "O Manifesto e a refundação do comunismo".
7. Internatif (França), 2002.
27 de dezembro de 2002.