domingo, 21 de junho de 2015

Lula está desesperado com o risco de ser preso


BRAZIL-PT-LULA DA SILVA
Que dia bonito. O que não falta hoje é notícia sobre o desespero de Lula com o avanço da Operação Lava Jato.

Quer dizer: do Brahma, como o lobista número 1 do Brasil é chamado pelos empreiteiros presos em mensagens interceptadas pela Polícia Federal.

A coluna Radar, de VEJA.com, informa:

“Possesso e tenso na sexta-feira, 19, logo após a prisão dos dois maiores empreiteiros do Brasil,Lula espumava de raiva.

Aos interlocutores, culpou o governo Dilma, qualificado de ‘frouxo’ por ter deixado a situação ter chegado a esse ponto.”

Em outras palavras: Lula culpa Dilma por não ter conseguido boicotar as investigações.

A Folha acrescenta:

“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a aliados que a prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Guiterrez é uma demonstração de que ele será o próximo alvo da operação Lava Jato. Lula também reclamou nesta sexta-feira do que chamou de inércia da presidente Dilma Rousseff para contenção dos danos causados pela investigação.

Nas conversas, ele se mostra preocupado pelo fato de não ter foro privilegiado, podendo ser chamado a depor a qualquer momento”.

Na verdade, podendo ser “preso” a qualquer momento, mas a Folha dá uma colher de chá ao petista.

Já O Globo revela frases do próprio Lula em seu Instituto, ditas antes da prisão de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques:

“Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto”.

“Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo”.

Gostei do “nossa”. Gostei do “nós”.

Lula e Dilma são faces da mesma moeda, do mesmo projeto de poder, e têm de cair assim: juntinhos, em volume morto.


Tic-tac, tic-tac, tic-tac…

Venezuela diz que senadores brasileiros queriam 'causar confusão'

Por Veja

Senadores brasileiros durante visita em apoio aos líderes oposicionistas da Venezuela
Senadores brasileiros chegam à Venezuela para tentar encontro 
com líderes presos da oposição: "tentativa de gerar confusão 
conflito entre países irmãos", segundo a chancelaria venezuelana 
(Reprodução/Twitter)
Segundo a chancelaria venezuelana, objetivo da visita era 'desestabilizar a democracia'. Oposição a Maduro fez marcha neste sábado

Apesar de o governo brasileiro haver condenado a agressão contra o grupo de senadores que esteve na Venezuela na quinta-feira, 18, a chancelaria venezuelana sustenta que o objetivo da visita era "causar confusão".

Segundo a chancelaria, seria uma "grande mentira" afirmar "que a segurança e a integridade física dos senadores da direita brasileira esteve comprometida". A nota afirma ainda que o grupo "chegou ao país com o único propósito de desestabilizar a democracia e gerar confusão e conflito entre países irmãos".

O governo brasileiro pediu esclarecimentos a Caracas pelos "inaceitáveis atos hostis" contra os senadores, entre eles o ex-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB), que viajou à Venezuela para interceder por políticos opositores detidos. Eles foram agredidos por manifestantes chavistas e não conseguiram visitar os presos políticos, uma vez que as vias de acesso entre o aeroporto e a capital haviam sido fechadas.

Hoje, o líder opositor da Mesa de Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba exigiu que a presidente Dilma Roussef se promuncie sobre o incidente e disse que há uma "notória diferença" entre o tratamento que os senadores receberam na Venezuela e o que foi dado no país ao presidente da Odebrecht, investigado por corrupção e um dos maiores investidores brasileiros no país.


A maioria dos cidadãos venezuelanos, assim como os opositores, rejeitou o comportamento dos chavistas. "Estamos com vergonha dos atropelos do governo e da falta de respeito aos senadores brasileiros. Por esse incidente pode-se entender a necessidade de visitar nossos presos políticos", disse a VEJA de Caracas a ex-juíza da Suprema Corte de Justiça Branca Rosa Mármol de Leon. A oposição realizou mais uma manifestação pacífica esta tarde.

PEC permitirá rever acordos internacionais como o que regula o Mercosul



O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), anunciou que vai apresentar uma PEC para permitir que o Congresso Nacional possa rever acordos internacionais a exemplo do que regula o Mercosul. A decisão foi tomada hoje após a ditadura venezuelana agredir senadores brasileiros que estiveram em Caracas em missão oficial ontem e foram impedidos de transitar pelo país, além de serem submetidos à violência de manifestantes que bateram e apedrejaram o carro em que estavam os parlamentares.

"Três pessoas foram assassinadas na Venezuela, 878 ficaram feriadas e mais de 3.351 mil foram presas porque se posicionaram contra o regime bolivariano. Esses dados não são da oposição, não são senador Caiado. São da Anistia Internacional", afirmou.

Venezuela: oposição recorrerá ao STF por causa de omissão de Dilma diante do acordo do Mercosul


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Efeito dominó – Vice-líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Raul Jungmann (PPS-PE) anunciou, após reunião de lideranças da oposição no Senado, que proporá uma ADPF (Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental) junto ao Supremo Tribunal Federal contra o que chamou de “omissão de controle da presidente da República” diante do acordo do Mercosul, que tem cláusula estabelecendo que somente países democráticos podem participar do bloco.

O parlamentar explicou que, após aprovados pelo Congresso Nacional, os acordos internacionais, como o do Mercosul, passam a fazer parte da legislação brasileira. “E os senadores que estavam na Venezuela cumpriam a missão de fiscalizar, constitucionalmente, se a democracia ainda vigora naquele país, ou seja, se o acordo aprovado está sendo cumprido”. A ação será protocolada na próxima semana.

Convocação de ministro

Jungmann insistiu que a presidente Dilma Rousseff “permite que a democracia seja hoje golpeada e a oposição seja sufocada lá na Venezuela”, apesar da cláusula democrática do Mercosul. O deputado adiantou ainda que apresentou, nesta sexta-feira (19), requerimentos à Mesa da Câmara para convocar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para explicar a posição do Itamaraty no episódio e também para chamar o embaixador do Brasil na Venezuela, Rui Pereira.

Coube ao deputado Jungmann perguntar ao ministro Mauro Vieira, na noite desta quinta-feira (18), por que a comitiva de senadores havia sido abandonada em Caracas, sem nenhum apoio diplomático. “Ele respondeu que foi uma determinação do Itamaraty. Então, questionei: determinação do governo brasileiro? Ele disse que sim”, contou o parlamentar.

“Neste sentido, nós responsabilizamos a presidente Dilma Rousseff e o governo brasileiro pelo risco de vida sofrido, pela armadilha de que foram vítimas os representantes do povo brasileiro, do Senado do nosso país nessa missão diplomática aprovada pelo Senado Federal”, ressaltou Jungmann. O deputado é coordenador da comissão de deputados federais que irá à Venezuela no segundo semestre, em missão diplomática, para visitar presos políticos e avaliar a situação política do país.

Senador repudia

O senador José Medeiros (PPS-MT), que foi à Venezuela e também participou da reunião desta sexta-feira, condenou a postura do governo da Venezuela frente à visita dos parlamentares. “É lamentável, nos dias de hoje, vivenciar um ato tão inescrupuloso como o de ontem. Além da tentativa de agressão física, foi uma agressão à democracia”, criticou.

PETISTAS: Há outros modos de ganhar a Vida !!!

Por Reinaldo Azevedo


PF a um passo de LULA...
Troca de mensagens liga ex-presidente à tráfico de influência


Marcelo Odebrecht,  já preso pela PF, e LULA: 
Tráfico de Influência.
A Polícia Federal prende os donos e executivos das maiores empreiteiras brasileiras, Odebrecht e Andrade Gutierrez, e com isso atinge o topo da cadeia de comando do esquema de corrupção da Petrobras e está a um passo do ex-presidente Lula, segundo reportagem da revista Veja deste fim de semana.

Mensagens interceptadas pela Polícia Federal entre executivos da construtora OAS, e que constam do processo contra a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, descrevem com detalhes o esquema de lobby e indício de tráfico de influência do ex-presidente Lula em países da África e da América Latina. A 14ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada nesta sexta-feira, resultando na prisão dos executivos Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo.

A troca de mensagens ocorreu em 2013 entre Léo Pinheiro e Cezar Uzeda, presidente e diretor da área internacional da OAS, respectivamente. Nos textos, Lula leva o apelido "carinhoso" de Brahma e é citado nos termos de uma aproximação com o embaixador de Moçambique no Brasil, Murade Isaac Miguigy Murargy.

O facilitador do encontro, segundo as mensagens, é o ex-ministro Franklin Martins. Diz Pinheiro: "Tem o Brahma no meio. Quem marcou (o encontro) foi a Mônica, mulher de Franklin (Martins). Segundo ela, seria uma aproximação para 2014. Ele deve coordenar. Disse-me também que os dois (Odebrecht e AG) estão em pé de guerra. Vou confirmar sua ida. Nesse mesmo horário vou estar com Aécio (Neves)", escreveu o ex-presidente da empreiteira, preso em novembro do ano passado, e que foi liberado após um pedido de habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A mulher de Franklin Martins, Monica, também enviou mensagem a Pinheiro detalhando o perfil do embaixador. "Diz ao Cesar (Uzeda) que estarei com ele. Me encontre na porta da Embaixada. Ele vai falar sobre campanha política e novos projetos. Ele que colocou a Suzano e a Andrade lá no governo. Era o chefe de gabinete do presidente (de Moçambique)", explica.

A troca de mensagens mostra que uma viagem ao Chile, onde Lula palestrou em novembro de 2013, bancada pela OAS, foi ideia do próprio ex-presidente. Na tarde do dia 12 de novembro, Léo Pinheiro questiona Cezar Uzeda sobre as obras da OAS no Chile, afirmando que "o Brahma está procurando saber". Quando o executivo responde listando as obras, a réplica de Pinheiro, às 22h do mesmo dia, detalha a ideia do ex-presidente. "O Brahma quer fazer a Palestra dia 24/25 ou 26/11 em Santiago. Seria uma mesa redonda com 20 a 30 pessoas. Quem poderíamos convidar e onde?", diz Pinheiro.

Segundo o diretor da área internacional, os convites estavam condicionados às eleições presidenciais, em que a vencedora terminou sendo a socialista Michele Bachelet. "Os convidados dependerão do resultado das eleições de domingo próximo. O Chile é um país mais sofisticado. Talvez um almoço com participação de empresários, políticos com orientação mais à esquerda e intelectuais. Submeteríamos os convidados à crítica prévia dele (Lula)", diz Uzeda.

Em outra conversa, os empresários definem que a OAS bancará a viagem de avião, mas temem se é conveniente que a viagem seja na mesma aeronave que a do ex-presidente. "Leo, colocamos o avião à disposição de Lula pra sair amanhã ao meio dia. Seria bom você checar com Paulo Okamoto se é conveniente irmos no mesmo avião. Caso contrário, vamos na quarta feira", afirma o diretor da área internacional.

Em relação ao mesmo evento, os executivos conversam sobre as diferenças entre Dilma e Lula em relação à agenda internacional. "A agenda nem de longe produz os efeitos das anteriores do governo Brahma. No entanto, acho que ajuda a lubrificar as relações. A senhora não leva jeito, discurso fraco, confuso e desarticulado, falta carisma"

O mesmo modelo de visita, patrocinada pela OAS, ocorreu em janeiro de 2014, no Uruguai. Diz Uzeda: "Leo, o formato segue o modelo exato do que foi feito no Chile: pela manhã, grupo seleto de empresários uruguaios ou que atuam por lá. O tema passará sempre por alguma derivada da integração regional. Importante saber se ele gostaria de algum retoque ou mudança na organização. Quanto aos nossos interesses no Uruguai, na pauta está o porto de águas profundas em La Paloma (Odebrecht propôs uma PPP) e um gasoduto para levar gás ao Brasil".

Os executivos também citam contato do então ministro Fernando Pimentel para ajudar nas negociações na Argentina, sobre a construção de uma usina hidrelétrica. "(Julio) De Vido (ministro do Planejamento da Argentina) nos ligou preocupado porque o tema das UHE NK não estaria na pauta da reuniao da Camex (Câmara de Comércio Exterior ligada ao Ministério do Desenvolvimento, pilotado por Pimentel) da próxima terça e a data limite para apresentação pelas empresas brasileiras da carta do BNDES é dia 21/02 , data em que ele abrirá os envelopes de preço. Se não apresentamos a carta em 21/02 , seremos desclassificados e ficaremos mal na Argentina. A Odebrecht não está muito preocupada com isso. Ou acha que perde para nós no preço, ou ja está satisfeita por que ganhou do BNDES um financiamento para outra obra de 1,5 bilhão de dólares na Argentina", diz, Léo Pinheiro.

No mesmo diálogo, o executivo da OAS relata gestões de Pimentel para interceder pela Vale na Argentina. "FP vai para Argentina amanhã, domingo, resolver problema da Vale com o ministro De Vido. O governo da Argentina ameaçou a Vale: 'ou investe no país ou libera a mina de potássio do rio Colorado para a China explorar e sai do país'. Mais uma rateada de Murilinho (Murilo Ferreira, presidente da Vale), e o governo brasileiro se move em peso pra resolver", diz Pinheiro.


Cunha não dá colher de chá para Dilma

Por Marco Antonio Villa


Crianças brasileiras: as potenciais cobaias da ideologia de gênero

Por Orley José da Silva
 
Esta matéria permanecerá nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores até o próximo dia 24, tempo limite para que os Planos Municipais e Estaduais de Educação (PME e PEE, respectivamente) sejam votados e sancionados.

Hoje, centros acadêmicos, sindicatos, partidos políticos, entidades representativas de classe e imprensa, com raríssimas exceções, acham-se submissos à essa ideologia.

É provável que a compreensão dos vereadores e deputados estaduais acerca da Ideologia de Gênero seja confusa e imprecisa, como tem sido na sociedade. Isto porque há uma cortina de fumaça discursiva, instalada intencionalmente e muito bem articulada, para dificultar a chegada das diferentes informações às pessoas e formar um consenso sobre o tema. Esta dificuldade é posta ao público pela escolha lexical, a interdição de dizeres, uma rala e puída roupagem científica, além de um intrincado labirinto semântico para os seus conceitos, termos e nomenclaturas.

Caso os políticos ainda não dominem todos os discursos envolvidos, é bom que rompam o nevoeiro estabelecido e conheçam urgentemente as diferentes visões acerca do assunto, para o voto consciente e sintonizado com os interesses majoritários da população. Esta matéria permanecerá nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores até o próximo dia 24, tempo limite para que os Planos Municipais e Estaduais de Educação (PME e PEE, respectivamente) sejam votados e sancionados.

O leitor deve ter acompanhado a votação do Plano Nacional de Educação (PNE) no Senado, em 2012, e na Câmara dos Deputados, em 2014. Em ambas as casas legislativas a Ideologia de Gênero foi apresentada, por iniciativa do Governo Federal, mas rejeitada pelos dois plenários. O Congresso deu a seguinte redação final à Lei 13.005/2014, em seu art. 2, inc. III: dizendo que o Estado deve garantir "a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação", sem, no entanto, especificar e/ou privilegiar grupos sociais.

Agora, a mesma matéria ressurge nas votações dos Planos Municipais e Estaduais de Educação, trazida pelo relatório final da 11ª Conferência Nacional de Educação (CONAE), do Ministério da Educação (MEC). Este relatório comumente usado pelas prefeituras e estados para construírem seus planos, ignora a decisão do Congresso e faz 35 referências à Ideologia de Gênero. O relatório traz, por exemplo, palavras e termos rejeitados no PNE, a saber: Gênero, Identidade de Gênero, Ideologia de Gênero, Diversidade Sexual, Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Homofobia e Orientação Sexual. Ao trazer de volta estas expressões, o texto do CONAE induz prefeituras e estados a também ignorarem à vontade do Congresso manifestada no texto do PNE. Além do mais, abre espaço nos planos educacionais para a inclusão do ensino da Ideologia de Gênero, no decorrer dos 10 anos de validade desses documentos.

Por trás da insistência governamental, está a intenção de normatizar e incrementar o ensino do Gênero que, incluído nos temas transversais, já faz parte da rotina pedagógica de várias escolas. O MEC e as secretarias estaduais e municipais de educação realizam cursos para a formação de professores em cooperação com universidades, movimentos sociais em defesa dessa causa e editoras de livros didáticos e paradidáticos. Mesmo sendo notório que o assunto choca e incomoda uma parcela considerável de pais, alunos e professores que se sentem indefesos diante da força de imposição que esta visão opera no sistema de ensino.

Afinal, o que prega a Ideologia de Gênero?
De acordo com a Ideologia de Gênero, os seres humanos não se dividem em dois sexos e as diferenças biológicas e naturais não contam para a definição do homem e da mulher, mesmo diante das diferenças anatômicas. As pessoas tornam-se homens ou mulheres, ou adquirem esses papéis, com o passar do tempo, de acordo com o contexto histórico, social e cultural.

Em vista disso, as crianças devem ser criadas e educadas de forma “neutra” para que elas mesmas escolham o Gênero no futuro, independente da identidade dos seus corpos. A escolha, no entanto, nem sempre é definitiva porque é visto como normal ao homem gostar de mulher em determinado período da vida, de homem em outro momento, ou gostar de ambos. Da mesma forma, é considerado normal que o mesmo fenômeno ocorra também com as mulheres.

Essa ideologia recomenda à escola a não classificar os alunos em meninos ou meninas, mas crianças. As roupas e suas cores, brinquedos e banheiro, é melhor que sejam compartilhados igualmente por ambos os sexos, sem as conhecidas diferenciações marcadas pela cultura tradicional. Todas essas medidas são consideradas importantes porque propiciam um ambiente de igualdade e neutralidade necessário ao processo de definição do Gênero por parte das crianças.

A construção do conceito de Ideologia de Gênero
A palavra “gênero” é usada desde os anos de 1980 em estudos de grupos feministas, gayzistas e marxistas sobre família e sexualidade, baseados nas teses de Karl Marx e Friedrich Engels. Mas foi a partir de 1990, impulsionadas pela publicação do livro “O problema do gênero”, de Judith Butler, professora da Universidade de Berkeley (EUA), que essa palavra e essa ideologia gradativamente evoluíram para a atual configuração.

Um momento importante para o reconhecimento e desenvolvimento dessa ideologia foi a IV Conferência Mundial sobre a Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz, de Pequim, em 1995. Constava no programa que se falasse sobre “discriminação sexual”, mas os grupos feministas conduziram astutamente a discussão para a “discriminação de gênero”. Com essa estratégia, introduziram este tema na agenda da Organização das Nações Unidas.

A confusão semântica causada pela palavra “gênero” durante a Conferência de Pequim, e nos anos subsequentes, teve culminância na Conferência de Yogyakarta, na Indonésia, em 2006, quando se produziu um consenso acerca dos termos “Identidade de Gênero” e “Orientação Sexual”. Nesta Conferência, além de resolverem o problema semântico, os grupos feministas e agora também os gayzistas, conseguiram incluir a Ideologia de Gênero no programa de direitos humanos da ONU para os países membros.

Desde então, os esforços da ONU acentuaram-se para que os países membros adotem, por um lado, a clara política de “desconstrução da heteronormatividade”, ou seja, para deixar de ser normal o masculino e o feminino e também a família formada por homem, mulher e seus filhos. Por outro lado, recomenda a “construção da homonormatividade”, ou seja, para se considerar como normais a existência do gênero neutro, à diversidade sexual e à diversidade familiar.

Essa causa ganhou mais força com a subida de Barack Obama ao poder, nos Estados Unidos, em 2009. Desde então, ele trabalha para quebrar a resistência do tradicionalismo americano contra essa ideologia e usa a diplomacia e as relações comerciais para promover a agenda de Gênero no mundo. Ele criou, por exemplo, a função informal de “embaixador gay” com a finalidade de divulgar a causa no mundo e nomeou Randy Berry para o posto. Este diplomata, inclusive, veio prestigiar a última parada gay de São Paulo.

A eleição presidencial de François Hollande, na França, representou mais um ganho extraordinário para esse movimento. O presidente francês empenha-se em implantar essa agenda em seu país e influenciar os países membros da Comunidade Europeia a tomarem decisão semelhante. Em abril passado, numa clara intenção de desafiar e ao mesmo tempo provocar desconforto à Igreja Católica, o presidente francês indicou o diplomata Laurent Stéfanini, gay assumido, para o cargo de embaixador no Vaticano. O papa Francisco não o aceitou.

O Brasil foi um dos primeiros países a seguir essa orientação da ONU quando, em 2009, o presidente Lula assinou o Decreto 7037/2009 que aprovou o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Em seu eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico V, ação programática d, o Decreto estabelece a meta de: “reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução da heteronormatividade.” (grifos nossos). Ou seja, o Governo não quer somente o reconhecimento das outras configurações familiares e da diversidade sexual, como se propaga ao senso comum, mas a desconstrução do status de normalidade para a família tradicional, ainda contemplada na Constituição.

Para que as mudanças ocorram efetivamente, é necessário mudar a Constituição. Os governos Lula e Dilma bem que tentaram, mas não venceram a resistência do Congresso. O último exemplo foi a tentativa de incluir a Ideologia de Gênero no PNE. Ciente da pouca chance de cumprir com sua agenda no Congresso, o governo vale-se da estrutura de secretarias especiais, ministérios, autarquias e estatais para estabelecer sua vontade, driblando a Constituição e o Legislativo. Dessa forma, empreende ações por meio de decretos, portarias, resoluções e até circulares. Além do mais, oferece estrutura, cargos, financiamento e dá liberdade para que defensores dessa ideologia exerçam o lobby dentro do próprio Governo e também em estados e municípios com a finalidade de implantar políticas do interesse deles. Foi assim, driblando a vontade do Congresso, que o CONAE/MEC inseriu em seu relatório todos os interesses da Ideologia de Gênero.

Argumentos favoráveis e contrários
A professora Ângela Soligo, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entende que os gêneros devem ser debatidos com as crianças em sala de aula. Segundo ela, a criança precisa alargar os horizontes e obter conhecimentos diferentes daqueles recebidos em casa. Para tanto, “não se pode negar que o gênero diferente do sexo exista. A escola tem que fornecer ao aluno subsídios para que ela pense e construa suas próprias opiniões.” O cientista social Alípio de Sousa Filho, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), demonstra a construção histórica da sexualidade humana para relativizar a crença na heteronormatividade: “(...) no longo processo de colonização do imaginário de nossas sociedades, ganhou força uma concepção que corresponderia a uma naturalização da sexualidade humana, cujo efeito mais destacado é ter criado a ideia segundo a qual a heterossexualidade seria inata (a natureza daria os exemplos em todas as espécies), sendo então natural e normal, e a homossexualidade seria uma tendência adquirida, nem natural nem normal.”

O discurso de resistência ao Gênero nas escolas ecoa em algumas vozes. O juiz de direito Antonio Pimenta, de Guarulhos (SP), questiona a fonte dessa teoria: “Você querer colocar na cabeça de um ser humano que ele pode ser mulher se ele nasceu com corpo masculino é negar a biologia.” O pastor Franklin Graham tenta desconstruir o principal fundamento dessa visão ideológica: “Ensinar que não há diferença entre meninos e meninas nada mais é do que uma mentira. Somos diferentes porque Deus nos fez diferentes.” O Papa Bento XVI sintetiza a visão comum aos cristãos: “De acordo com a ideia bíblica da criação, a essência da criatura humana é a de ter sido criada homem e mulher. Esta dualidade é um aspecto essencial do que é o ser humano, como definido por Deus. Esta dualidade, entendida como algo previamente dado, é o que está a ser agora colocado em causa.”

Uma ideologia que se estabelece com força de verdade para governos e mercados
Talvez o leitor questione por que uma ideologia sem consenso na sociedade e na Ciência, mesmo nos campos científicos nos quais estabeleceu, ganha status de verdade absoluta a ponto de influenciar leis e forçar a mudança de paradigmas sociais cristalizados. Uma ideologia que embora trate do corpo, não se firmou nos estudos biológicos e genéticos, mas acomodou-se nas ciências sociais e humanas, sobretudo nos limites do discurso e do comportamento. Uma ideologia que não consegue se equilibrar no critério cartesiano de verdade. Que para vestir-se no manto científico, orienta-se nos terrenos movediços do desconstrutivismo e do relativismo filosófico. Muitos dos seus achados importantes vieram pelo método científico de pesquisa-ação, que é livre de preocupação objetiva e predominantemente subjetivo como nenhum outro método. Este é, aliás, um método científico ideal para a pesquisa engajada e de legitimação para a militância de causas.

É possível que haja bem mais relações de interesse do que é percebido pelo senso comum sobre o esforço global para a troca da heteronormatividade pela homonormatividade nas sociedades. Este não é, portanto, um fenômeno somente brasileiro. Algumas perguntas em forma de resposta, inclusive, podem ser arriscadas a partir da análise dos ditos e não ditos encontrados em vozes de autoridade para essa ideologia e também das Nações Unidas.

Merecem estudos aprofundados, por exemplo, as motivações da ONU, dos governos, das universidades e grandes empresas em apoiar e promover a Ideologia de Gênero, elaborada a partir dos ideais feministas e gayzistas. Pode-se especular que atende aos interesses globais pelo controle demográfico, por razões óbvias; da indústria turística e do entretenimento, porque aumenta a liberdade e o desprendimento individual para viagens; o maior consumo de bens e serviços de uso individual porque se gasta menos com o sustento e a fixação da prole; maior volatilidade dos bens e recursos individuais; reflexos diretos nos sistemas de previdência pública e privada e de seguros; menor apego à cultura e aos valores locais e familiares em atendimento à cultura e valores universais; menor compromisso do indivíduo com o núcleo familiar, em benefício do coletivo; menor necessidade de acúmulo de capital para investimento na família ou herança; fortalecimento dos governos e do mercado sobre a vontade dos cidadãos, pelo enfraquecimento e/ou derretimento do modelo de agregação familiar tradicional; tentativa de quebrar a espinha dorsal das culturas judaica e cristã, (e o consequente enfraquecimento da influência dessas culturas neste novo mundo que se desenha) visto que são baseadas nos conceitos de heteronormatividade e de família tradicional. Pelo visto, o apreço que essa ideologia alcança principalmente dos governos, dos mercados e da cultura é porque ela serve muito bem ao projeto de construção de uma Nova Ordem Mundial.

Uma ideologia que se beneficia da interdição dos discursos
Infelizmente, não há na Academia espaço para vozes contrárias à essa ideologia, onde especulações como as listadas acima pudessem ser confirmadas ou não. Isto porque, como estratégia de proteção contra as contestações, estabeleceu-se a interdição discursiva, ou seja, esse tema foi colocado no campo dos assuntos tabu e do politicamente incorreto. O lema é não discutir, mas aceitar incondicionalmente o que se diz. Com isto, a universidade deixa de contemplar a pluralidade de ideias para satisfazer-se num projeto que estabelece nela e na sociedade uma hegemonia discursiva.

O espaço para a contestação acha-se cada vez mais escasso também no restante da sociedade. Pode-se considerar que a influência formadora da pesquisa engajada que é produzida na universidade, atravessou os seus muros. Hoje, centros acadêmicos, sindicatos, partidos políticos, entidades representativas de classe e imprensa, com raríssimas exceções, acham-se submissos à essa ideologia. Os recursos argumentativos de defesa e ataque criados e desenvolvidos pelos que seguem essa visão, cumprem o efeito de calar os que se opõem. Mesmo que sejam manifestações pacíficas de opinião e respeitosas. Não escapa nem tese acadêmica. Tudo isto é feito com a intenção promover uma agenda positiva sem a necessidade de enfrentar o debate de ideias.

Na própria universidade, há questionamentos sobre os gastos públicos com disciplinas ligadas ao Gênero criadas para espalhar a ideologia nos mais diversos cursos de graduação, especialmente nas licenciaturas, e também na pós-graduação. As interpelações internas à universidade são mais contundentes quando se analisa a função dos grupos de pesquisa e da produção de dissertações e teses. Em parte, essa produção acadêmica é financiada pela CAPES e pelo CNPq, além de agências de fomento estaduais. A crítica corrente diz respeito à necessidade de racionalizar a aplicação do escasso dinheiro público para a pesquisa científica, haja vista que o país carece, prioritariamente, é de encontrar o rumo para o desenvolvimento educacional, científico e tecnológico.

Os deputados estaduais e vereadores precisam também interpretar o sentido da mensagem veiculada pela máquina de propaganda dessa ideologia. A ideia repetida à exaustão, que hoje é quase senso comum, empresta aos contrários ao ensino da Ideologia de Gênero para as crianças, o título de preconceituosos. Segundo a propaganda, essas pessoas interferem na opção sexual de terceiros e impedem a realização de seus direitos. Mas esta não é a regra. Pelo menos os bem intencionados defendem às liberdades para todos, sem privilégios, o respeito entre as pessoas e que todos usufruam igualmente dos benefícios do estado democrático de direito.

O que está em discussão neste momento é a possibilidade de se aprimorar e tornar compulsório o ensino da Ideologia de Gênero para crianças e adolescentes em creches, CMEIs de escolas públicas e privadas. Uma ideologia ainda em desenvolvimento, muito controversa, que substitui a heteronormatividade (eixo no qual as crianças são criadas em nossa sociedade) pela homonormatividade. É justamente esta substituição que se constitui no principal ponto de discórdia entre os dois grupos. Outro ponto de discórdia igualmente importante é a proposta de fazer com que as crianças educadas pela escola nessa ideologia, assumam a tarefa de mudar a visão de suas famílias e da sociedade. Visão esta que os defensores da ideologia considerada desatualizada, preconceituosa e constituída de tabus. Uma pergunta que surge neste final é quais as consequências e conflitos um projeto como esse, de reengenharia social, pode trazer aos alunos e às famílias visto que eles são culturalmente entranhados no modelo tradicional de família.




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Orley José da Silva, é professor em Goiânia, mestre em letras e linguística (UFG) e mestrando em estudos teológicos (SPRBC).