segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O Livro Negro do Comunismo


Clique no livro para poder lê-lo na íntegra.
Através dos tempos, muito já foi escrito sobre o comunismo e a doutrina pretensamente científica que iria transformar o mundo, criar o homem-novo e conduzi-lo ao Paraíso.

Em 1997, foi editado na França – e em 1999 no Brasil - já tendo sido traduzido em 17 idiomas, o “Livro Negro do Comunismo”, organizado pelo historiador francês Stephane Courtois, um ex-maoísta convertido em crítico feroz do marxismo. Ele argumenta que o crime é intrínseco ao comunismo e não apenas um instrumento de Estado ou um desvio stalinista. Na França, o livro já vendeu mais de 170 mil exemplares, e na Itália, a primeira edição, com 30 mil exemplares, está esgotada.

O livro, com 846 páginas, é fruto do trabalho de diversos historiadores e o primeiro compêndio abrangente dos crimes cometidos em todo o mundo pelos regimes comunistas e pelos partidos e movimentos revolucionários de inspiração marxista, desde a Revolução de Outubro.

Pela estimativa dos autores - que tiveram acesso aos arquivos da antiga União Soviética - as ações dos comunistas causaram cerca de 85 milhões de mortes. Destas, a maioria teria sido na China (60 milhões) e na ex-URSS (20 milhões). Na América Latina, os mortos teriam sido 150 mil, em Cuba, Nicarágua e Peru.

Eis a aritmética da matança: 60 milhões na China; 20 milhões na ex-União Soviética; 2 milhões no Cambodja; 2 milhões na Coréia do Norte; 1,5 milhão no Afeganistão; 1 milhão no Vietnã; 1 milhão nos países da Europa Oriental; e 150 mil na América Latina. A lista dos crimes de STALIN contra a humanidade é especialmente longa e horripilante, envolvendo mais de 10 milhões de pessoas. Ele cometeu o crime de genocídio, conforme definido pelos tribunais internacionais, em diversas ocasiões: contra os kulaks russos, em que um genocídio de classe substituiu o genocídio de raça, em 1930/1932; contra os ucranianos em 1932/1933; contra os poloneses, bálticos, moldavos e bessarábios, em 1939/1941 e, de novo, em 1944/1945; contra os alemães do Volga em 1941, os tártaros da Criméia em 1943, os chechenos em 1944 e os inguches em 1944.

O XVI Congresso do Partido Bolchevique foi realizado em Jun 34. Quando da votação para o Comitê Central, realizada por voto secreto, 292 delegados votaram contra Stalin, que ficou atrás de todos os demais candidatos. A vingança do ditador, assim desafiado pelos delegados, seria terrível. Em 1936-1938, Stalin liquidou 60 dos 63 membros da Comissão de Contagem de Votos, a maioria dos delegados ao Congresso (1108 em 1936) e a maioria dos membros do próprio Comitê Central eleitos nesse Congresso (98 em 139 efetivos e suplentes).

Essa contabilidade do horror, no entanto, não chega a ser nenhuma novidade. Em 30 de outubro de 1997, quando do 80º aniversário da Revolução Bolchevique, o jornal“Izvestia” publicou uma ampla reportagem sobre essas matanças, sob o título “Outubro, 1917-1997”.

Às vésperas da Revolução de Outubro, Lenin abordou a questão do Estado em seu livro “O Estado e a Revolução”: “Aqui, o organismo de repressão é a maioria da população e não a minoria, como sempre tinha acontecido no tempo da escravatura assalariada. Ora, na medida em que é a maioria do povo que domina os seus próprios opressores, deixa de haver necessidade de um poder especial de repressão. É nesse sentido que o Estado começa a extinguir-se”.

TROTSKY tinha outra opinião: “Qualquer que seja a interpretação que se dê ao Estado soviético, uma coisa é incontestável: ao fim dos seus primeiros 20 anos, ele está longe de ter ‘definhado’; ele nem sequer começou a ‘definhar’; e o que é pior, tornou-se um aparelho de coerção sem precedentes na História. A burocracia, longe de desaparecer, tornou-se uma força incontrolável dominando as massas; o Exército, longe de ser substituído pelo povo em armas, formou uma casta de oficiais privilegiados na cúpula da qual apareceram marechais, enquanto que o povo, exercendo a ditadura através das armas, nem sequer pode possuir uma arma branca em toda a URSS”.

Segundo o “Izvestia”, o comunismo eliminou pelo menos 110 milhões de pessoas em todo o mundo. Ou seja, nos 23 países do chamado bloco comunista, dois terços do total das vítimas causadas por todos os regimes ditatoriais do Século XX.

A título de comparação, a reportagem citou que a Alemanha nazista, no período de 1933 a 1945, foi responsável pelo extermínio de apenas 21 milhões de pessoas.

Para o “Izvestia”, Stalin pode ser considerado “o maior facínora do Século”, cujo regime assassinou 42,6 milhões de pessoas. A seguir, aparece Mão-Tsetung, com 37,8 milhões, a partir de 1923, ou seja, muito antes de 1949, quando ele criou a República Popular da China.

Segundo o organizador do “Livro Negro do Comunismo”,os dados recolhidos por sua equipe estariam demonstrando que a violência é um elemento intrínseco à ideologia e à praxis comunista. Em seu longo prefácio, Courtois vai além disso, chegando a comprar o “genocídio de raça”  (o Holocausto dos judeus), perpetrado pelos nazistas, ao “genocídio de classe”, teorizado e posto em prática pelos comunistas.

Um agora ex-comunista, que foi 1º Ministro da Itália, Mássimo D’Alema, definiu o sistema soviético como “uma forma odiosa e terrível de opressão”, enquanto Pietro Ingrao, um ex-lider do Partido Comunista Italiano, sublinhou as “conseqüências nefastas” da “interpretação da política como enfrentamento militar”, típica de todo o pensamento leninista.

O livro é, em suma, o balanço de uma relação histórica entre comunismo e violência. Entre marxismo e despotismo. Foi escrito para aqueles, que em todo o mundo, pregam um retorno a Marx e ainda buscam fazer um boca-a-boca na doutrina, acreditando que ela não desapareceu totalmente.

O certo é que ela deixou marcas profundas. O tema de fundo da obra é a descrição do terror prolongado e ininterrupto como característica essencial da política soviética desde que, em 1919, Lenin fundou o Komintern, definindo-o como “o estado-maior político e ideológico do movimento revolucionário do proletariado”.

Assim, tendo por base a estrutura orgânica do Komintern, e por seu influxo direto, surgiram todos os partidos comunistas do mundo e, sob sua égide, foi concretizado o sonho de Marx e Engels de constituir uma organização mundial destinada a ganhar todas as nações para o comunismo, e, a partir daí, uma vasta e vaga nebulosa, denominada pelo vocabulário do Komintern, de amplas massas.

Em troca da adesão ao Komintern, este outorgava aos demais partidos a patente de revolucionários, numa relação periferia-centro que por cerca de 70 anos ficaria conhecida como Movimento Comunista Internacional.

A obsessiva imitação dos partidos comunistas de todo o mundo à imagem do PC Soviético recebeu o nome debolchevização. Ou seja, uma ideologia compartilhada, onde a política passou a ser traduzida nos termos de uma linguagem simultaneamente sagrada e fictícia. Uma espécie de Clero, destinado, como tal, não a ser compreendido, mas a ser acreditado piamente.

Após a II Guerra Mundial, a indiscutível constatação, por todo o mundo, da contribuição da União Soviética para a derrota do nazismo conduziu à não avaliação que as nações “libertadas” pelo Exército Vermelho, passaram a ser submetidas a um regime tão totalitário quanto o nazista.

Em todos os lugares em que o comunismo, sempre pela força, se instalou, ele produziu terror, sem exceções. Alguns poderão dizer: “Ora, isso nós já sabíamos a um tempão”. Todavia, a importância e novidade do “Livro Negro do Comunismo” reside na divulgação da ampla dimensão em que os autores realizaram o exame radiográfico desse regime de terror. Essa obra é a primeira através da qual se poderá aprender que não existe país onde, após instaurado um regime comunista, não tenha sido imposto, em seguida, um regime de terror.

Podem variar os mecanismos do exercício desse terror, a quantidade e qualidade das vítimas, mas sempre, em todos os lugares - temos que repetir com força, emtodos os lugares - com idêntica ferocidade, esteve presente a arbitrariedade e a enormidade do uso da violência para a busca e manutenção do poder total.

Esse universalismo despótico é imanente à própria natureza do comunismo histórico. O “Livro Negro do Comunismo” oferece provas irrefutáveis de que é assim como descrevemos e, nesse sentido, os que ainda têm dúvidas poderiam perguntar-se se a forma despótica desenvolvida quando no poder não seria congênita à própria essência da doutrina. Os que, ingenuamente ou de má fé, ainda tentam sua defesa assinalam que “o comunismo realmente existente foi uma forma degenerada do comunismo idealizado por Marx”. Dessa forma, Stalin ou Mao não teriam sido senão “desvios” ou“degenerações” do comunismo. Todavia, como e por que motivos esses “desvios” e essas “degenerações”ocorreram sempre, sem exceção, em todos os lugares?

Há várias respostas, mas a colocação de Trotsky, o comandante do Exército Vermelho, já em 1920, talvez seja a mais importante de todas: “colocada à revolução a tarefa da abolição da propriedade privada - coisa que nenhum regime jamais tentara - não haverá outro caminho a não ser o de um poder ditatorial”.

Diz a doutrina científica que os partidos comunistas conhecem as leis do desenvolvimento da História. Nesse sentido, quem acredita conhecer essas leis se desresponsabiliza moralmente, pois acredita que aqueles que obstam a História devem ser varridos do mapa.

Uma das razões, talvez a principal, para se continuar a luta, sem esmorecimento, contra a ocultação da natureza intrinsecamente totalitária e criminosa do comunismo, é a de que, mesmo tendo recuado consideravelmente depois do desmoronamento da União Soviética, ele prossegue sendo uma esperança para os inimigos da liberdade, sempre dispostos e ávidos a instalar a opressão em nome dos oprimidos.

Finalmente, um resumo dos chamados “PROCESSOS DE MOSCOU”

PRIMEIRO PROCESSO:

É o Processo dos 16, iniciado em 19 Ago 1936. Os principais acusados são representantes da velha guarda bolchevique, como ZINOVIEV, KAMENEV, EVDOKIMOV e BAKAIEV, personalidades como PICKEL e REINGOLD, militantes da oposição de esquerda como SMIRNOV e MRARCHOVSKI, e oficiais aviadores como DREITSEN. Estavam incluídos também o escritor e jornalista TER VERGANIAN e o alto funcionário GOLTSMAN.

Todos foram acusados de participar de “um centro” incumbido de preparar e executar atentados terroristas contra os dirigentes do partido e do Estado. VICHINSKY, o promotor nesses processos, declara que é preciso “fuzilar esses cães raivosos, esses palhaços, esses pigmeus, esses aventureiros”. Embora ausente, TROTSKY era o principal acusado, denominado “alma e organizador do bloco terrorista”, segundo as “confissões”dos acusados.

A 25 Ago 1936, seis dias depois de iniciado o processo, os 16 acusados foram considerados culpados e executados.

2º PROCESSO

Desenrola-se de 23 a 30 Jan 1937 diante do mesmo tribunal. Dessa vez foram 18 os acusados: PIATAKOV, RADEK, SEREBIAKOV, DROBNIS, SOKOLNIKOV, MURALOV, etc. O esquema geral não diferiu do anterior. Todos são acusados de “reconstruir o centro trotskista-zinovievista”, visado desde o“envenenamento coletivo” até a sabotagem econômica. Só compareceram ao tribunal os que “confessaram”. O promotor VICHINSKY procurou provar que era TROTSKY quem puxava os cordéis. O veredicto é de 15 condenações à morte. PIATAKOV, RADEK e SOKOLNIKOV são condenados à reclusão.
                
3º PROCESSO

Foi o chamado Processo dos Generais. A 11 Jun 37 um comunicado anunciou a prisão e julgamento, no mesmo dia, de um grupo de generais que incluía TUKHATCHEVSKY, IAKIR, OUBOREVITCH, FELDMAN e outros oficiais do Exército Vermelho. Alguns deles já estavam presos desde 1936. Não ficou claro se um julgamento verdadeiro foi realizado. As execuções dos generais praticamente decapitam o Exército Vermelho às vésperas da 2ª Guerra Mundial.

4º PROCESSO

Ocorre entre 02 e 13  Mar 1938. 21 foram os acusados. Comparecem KUKHARIN, RYKOV, RAKOVSKY, KRESTINSKY, IAGODA (ex-Chefe de Polícia), ex-comissários do povo, como GRINKO  e TCHERMOV, antigos membros do CC, diversos funcionários e três médicos, e ainda um punhado de indivíduos duvidosos e delatores. Todos foram acusados de “formar um bloco de direitistas e trotskistas” e de ter, por intermédio de TROTSKY, concluído um acordo para derrubar o poder soviético e desmembrar a União soviética em proveito de potências inimigas. 19 foram executados.


__________________
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

Os novos ACHAQUES TRIBUTÁRIOS de 2016


O estado só pode dar ao povo o que lhe toma em impostos


Em 1848, o economista e jornalista francês, Frédéric Bastiat,  escreveu um artigo sob o título “O Estado”, no qual, em tese e desconsiderando as perdas pela corrupção, já previa, com 167 anos de  antecedência, a bancarrota do sistema político/econômico adotado pelo Partido dos Trabalhadores em seu malfadado projeto de poder.

Dizia Bastiat que não se pode conceber que o estado dê ao povo mais do que ele lhe tomou na forma de impostos. O estado, em qualquer caso, se encontra em um “círculo vicioso”, ou seja, se ele se recusar a dar ao povo o que prometeu antes de ser eleito, será acusado de “impotência, de querer mal ao povo, de incapacidade”, ou, por outra, de incompetência e má fé. Se tentar realizar suas promessas, ficará condenado a cobrar mais impostos e, assim, “a fazer mais mal do que bem” e, da mesma forma, a conquistar “a desaprovação geral”.

Em resumo, segundo Bastiat, coexistem duas esperanças, as do povo – ganhar mais e pagar menos –  e as duas promessas do governo –  muitos benefícios e nenhum imposto. “Esperanças e promessas que, por serem contraditórias, não se realizam nunca”.

E acrescenta a pergunta: “Não estará aí a causa de todas as nossas revoluções?”

Entre as promessas impossíveis e as esperanças de vê-las realizadas, o estado vê-se pressionado pelo dilema hamletiano de ser ou não ser “filantropo”, em outras palavras, aumentar ou renunciar aos impostos.

As promessas de dar mais e cobrar menos são, portanto, excludentes e incompatíveis com a realidade. A tentação de usar o crédito do tesouro, isto é, “devorar o futuro”, passa a ser a tentação e a forma de conciliá-los: “fazer um pouco de bem no presente às custas de muito mal no futuro”, processo que “evoca o espectro da bancarrota” !

Bastiat conclui que existem dois sistemas políticos e que os dois podem sustentar-se,desde que praticados com honestidade e que aceitem suas servidões e o truísmo de que o estado não pode dar mais ao povo do que o valor que lhe tomou na forma de impostos, isto é, em um deles, “o estado deve fazer muito, mas deve também tirar muito”, no outro, “a dupla ação do estado deve-se fazer sentir muito pouco”.

E finaliza, dizendo que “o estado não é ou não deveria ser outra coisa senão a força comum instituída, não para ser entre todos os cidadãos um instrumento de opressão e de espoliação recíproca, mas, ao contrário, para garantir a cada um o seu e fazer reinar a justiça e a segurança”.


É importante que os brasileiros conheçam esses princípios para que possam entender a lógica do que se passa no Brasil e que, a partir da experiência desastrosa que nos empobrece e envergonha, preparem-se para fazer outras opções e, principalmente, para aceitar as servidões daí decorrentes, sabendo que, na verdade, os estados, sem exceção, devolvem menos do que tiram, assim que, quanto menores, menor será a diferença!

MBL desmente LULA