segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Renúncia Coletiva
Por Carlos Henrique Abrão
Algumas reflexões e lições podem ser extraídas ao longo do
desgoverno que irradia seus efeitos para todos os setores da vida nacional.
Tivemos um Ministro Joaquim Barbosa que foi intrépido no combate ao crime
organizado do mensalão. Agora surge um outro Barbosa, Ministro da Fazenda, o
qual, sem não tomar rapidamente as medidas urgentes, corre o risco de solapar a
Nação.
O único caminho para a reconstrução do Brasil se chama
renúncia coletiva, e provavelmente em todos os poderes da República, a fim de
que a sociedade seja capaz de reverter a gravidade da situação e estancar a
sangria. O retrocesso que vivemos é impagável da memória de todos, e os preços
inflacionados no pior dos mundos, o poder aquisitivo em franca decadência.
Como sucederia a renúncia coletiva, simplesmente pelo pacto
de governabilidade. Executivo, Legislativo e Judiciário exerceriam o nostra
culpa e abririam mão das suas prerrogativas em prol da melhoria das condições
de mudança de rumo e direção. Cada dia o 7X1 se torna mais irritante, e nem
mesmo o 7X4 do STF nos permite ver o horizonte se há uma regra constitucional
como poder reescrever sem a mudança da Lei Maior ou rasgando clausula pétrea.
O nosso modelo afundou definitivamente. Na vizinha Argentina
o presidente Mauricio Macri, em menos de uma semana, tomou medidas de impacto,
desde a desvalorização do câmbio, expulsão da Venezuela do Mercosul e nomeação
de dois Ministros para Suprema Corte, recuando depois de ser pressionado.
O problema do Brasil é que tudo, desde a colonização,
passando pelo Império e eclodindo na República, está absolutamente numa
perspectiva errática. Com efeito, no judiciário, a nomeação dos Ministros não
pode ser feita ao bel talante do executivo, é fundamental que os magistrados
votem e elejam seu representante, tenham voz, e o modelo democrático via voto
obrigatório está falido.
Sim, o Brasil faliu ética, moral, social, economicamente.
Não temos dúvida alguma, se não houver uma grandeza daqueles que nos dirigem
nesse momento, o descalabro será tanto maior no próximo ano. Nesse diapasão,
portanto, a visão mais plausível do modelo é uma renuncia coletiva que aconteça
em relação aos três poderes para que a sociedade se autogoverne.
Não podemos ter mais de 5 mil municípios e a mesma sintonia
do numero de senadores de estados menores com os maiores da federação. O modelo
apresenta fadiga do material e somente será combativo se houver uma ampla
reforma constitucional, a começar pela mudança do sistema tributário,
partidário, e político.
Acabar com o bicameralismo e substituir pelo unicameralismo,
tornaria mais rápido o processo de tramitação legal e diminuiria os embates
entre ambas as casas. Somos e devemos reconhecer uma Nação emergente, e isso
somente acontece em razão de gastos e despesas de ordem pública que não se
fazem em Países desenvolvidos.
Do total de mais de 500 deputados e 81 Senadores com gastos
supérfluos e passagens aéreas, poderíamos montar uma estrutura de maneira
unicameral com 300 políticos, envolvendo 250 deputados e 50 senadores, o que
bem representaria a Nação, e fazer um corte radical de 5500 Municípios para 2
mil no máximo e de Estados de 27 para 15.
Com tudo isso seriam redimensionados os gastos, e um estudo
muito dinâmico revelou que se a mudança sobrevivesse ao embate, teríamos uma
economia de 100 bilhões ao ano. Não precisaríamos de CPMF ou aumento de
alíquotas e até mesmo criação de impostos.
Enquanto não modelarmos a Federação, reconstruirmos a
República e sintonizarmos a governabilidade, marcaremos uma utopia e ficaremos
numa posição surrealista de retrocesso. Entretanto, com a renúncia coletiva ou
a radical alteração que produziria um macrocorte dos gastos públicos, a Nação
respiraria fortemente para um amanhã promissor.
Fonte: Alerta Total
___________________
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP com
Especialização em Paris, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Chefe da Casa Civil tenta explicar saída de Levy e afunda Dilma no furacão que já dura cinco anos
Por UCHO.INFO
“Quem banca a política econômica não é o ministro da
Fazenda, quem banca a política econômica é a presidenta da República”. Assim,
em tom tão patético quanto profético, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques
Wagner, tentou justificar a saída de Joaquim Levy, ainda responsável pelo
Ministério da Fazenda, ao mesmo tempo em que colocou no colo da “companheira” o
arsenal de bombas em que se transformou a economia brasileira.
É natural que Levy tenha caído em desgraça junto à opinião
pública por causa das propostas para ajustar as contas do governo e recolocar o
Brasil na rota do crescimento, mas a recriação da CPMF, que consta da Lei de
Diretrizes Orçamentárias de 2016, aprovada pelo Congresso, é o menos amargo
remédio para iniciar uma cruzada contra a crise econômica. Não se pode negar
que a população está farta de tantos impostos – o Brasil tem a maior carga
tributária do planeta –, mas a conta aí está para ser paga.
A única receita para salvar o Brasil está na renúncia de
Dilma Rousseff, mas a preguiça política da parcela de bem da sociedade permitiu
que a voz de um canastrão comunista como João Pedro Stédile, líder do MST,
puxasse o coro contra o ministro da Fazenda e sua proposta de recuperar a
economia.
É preciso reconhecer que o Brasil, em algum momento, precisa
ser levado a sério, mas isso só acontecerá quando os brasileiros aceitarem a
tese de que antes de saber o que o Estado pode fazer por cada um, cada cidadão
precisa saber o que pode fazer pelo Estado.
O Brasil transformou-se em um enorme novelo repleto de nós,
sem que ninguém ouse desatá-los. Devolver ao País o status econômico anterior à
chegada do PT ao poder é tarefa árdua, que exige determinação, paciência e
desprendimento. Afinal, trata-se de uma empreitada de pelo menos cinco décadas.
Ou seja, o Brasil só será viável para daqui a duas gerações de jovens. A
prevalecer a miopia da compreensão, o Brasil continuará na condição de uma
economia na UTI e sem direito a alta. O máximo que se poderá fazer, caso prevaleça
a irresponsabilidade palaciana, é postergar o velório.
Os brasileiros precisam ter consciência de que uma coisa é
despejar Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, outra é querer que um novo
governante solucione da noite para o dia os graves problemas econômicos do
País. A primeira situação é absolutamente necessária, a segunda, absolutamente
impossível. É mais que premente livrar-se dessa organização criminosa que tomou
de assalto o poder central, mas é importante começar a fazer a lição de casa
desde já.
O melhor presente de Natal para oito entre dez brasileiros
seria, com toda certeza, a renúncia de Dilma e a permanência de Levy, mas o
Brasil transformou-se no país do faz de conta, do fio trocado, da ilógica do
pensamento, do banditismo político, do populismo barato, do golpe em marcha.
Mesmo assim, Jaques Wagner acredita que defendeu a
presidente ao dizer que ela é quem toma a decisão final quando o assunto é
economia. O que o baiano Wagner concluiu com quatro anos de atraso, os leitores
do UCHO.INFO sabiam desde janeiro de 2011. Enfim…
DILMA vai quebrar o PAÍS e quer ganhar o Nobel de Economia
O fato é que esta afirmação de Wagner é uma verdade
absoluta. Como presidente, Dilma Rousseff apenas aturou Guido Mantega, que foi
imposto a ela por Lula. Quando percebeu que Mantega era um carreirista servil,
que não se preocupava com os interesses nacionais, ela fez questão de mantê-lo
durante todo o primeiro mandato e o humilhou publicamente, ao anunciar com
antecedência de dois meses que ele iria ser demitido. Mesmo assim, Mantega não
pediu demissão e ficou no governo até o dia 1º de janeiro, quando enfim foi
substituído por Joaquim Levy e nem foi oficialmente convidado para transmitir o
cargo.
MEIRELLES NÃO SE INTERESSOU
Como se sabe, Lula não gostava de Levy e durante meses a fio
defendeu a substituição dele por Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco
Central, que hoje é presidente do Conselho Administrativo do grupo JBR (leia-se
Friboi). Meirelles chegou até a dar entrevistas sobre o assunto, mas já se
sabia que não daria certo, porque ele tem um temperamento forte e jamais
aceitaria receber “orientações econômicas” de Dilma.
O jeito foi o governo se ajeitar mesmo com Rubens Barbosa,
um economista ligado ao PT que tem uma grande qualidade, bastante conhecida no
Planalto, na Fazenda e no Planejamento – não tem opinião própria, está sempre
defendendo a opinião de Dilma Rousseff. Desde o início da atual gestão, Barbosa
vem brigando com Levy, defendendo a tese de Dilma, que não quer fazer cortes
nos gastos públicos e sonha em reequilibrar as contas através de aumento da
arrecadação, vejam como uma pessoa tresloucada como ela pode chegar ao poder e
simplesmente quebrar o país, sem que nenhum assessor diga nada.
A PIOR NOTÍCIA
A elevação de Nelson Barbosa ao cargo de ministro da Fazenda
é a pior notícia que poderia acontecer. A Bolsa despencou e o dólar subiu.
Todos sabem que a saída de Joaquim Levy significa que não vai haver superávit
primário, a dívida pública vai explodir, a recessão se ampliará e a presidente
Dilma Rousseff não está nem aí, como diz o axé baiano. Ela só pensa naquilo –
sua permanência no poder até o final de 2018.
Dilma segue o exemplo de outra mulher sapiens, chamada Zélia
Cardoso de Melo, que certa vez disse que “o povo é apenas um detalhe”. Na
opinião de Dilma, o país também pode ser somente um detalhe.
O pior de tudo isso é que ela verdadeiramente considera
estar fazendo um grande governo. Com certeza também acredita que suas teses
criativas possam revolucionar a economia mundial, com possibilidades de
indicação ao Nobel. E ninguém toma a iniciativa de acionar uma ambulância
psiquiátrica para prestar serviços no Planalto/Alvorada.
Reajuste para os MILITARES das Forças Armadas: 27.9% - é o que se espera para carreiras de estado
Depois de na semana que passou
a presidente ter declarado que continuaria valorizando os militares das Forças
Armadas, nas redes sociais muita gente perguntou:
Quando foi que a presidente
Dilma valorizou os militares?
Os soldos não são reajustados
da maneira correta ha muitos anos, mais de uma década. O que os militares
recebem são reajustes parcelados que os deixam presos aos pequeninos índices
por 3 ou 4 anos sem direito a lutar por reposição justa.
Porém, no apagar das luzes do
anos pode ter surgido uma esperança de que pelo menos parte da inflação
acumulada seja reposta. Na quinta-feira, em meio ao troca-troca de ministros na
área de economia, vários sindicalistas ligados à servidores públicos saíram
empolgados de reuniões em Brasília. Disseram que a Secretaria de Relações do
Trabalho do Ministério do Planejamento (SRT), na surdina, chamou para
negociação de reajuste, representantes de algumas das carreiras típicas de
Estado e aparentemente deu uma boa notícia.
Para as carreiras típicas de
estado, como os militares das forças armadas, o governo elevou o percentual de
reajuste salarial de 21,3% que foi anunciado em meados do ano, para 27,91%. O
aumento deve ser em quatro parcelas. A primeira será de 5,5% e está prevista
para ser creditada em agosto de 2016 – o que já é um absurdo, diante da
inflação gigantesca que sofremos em 2015. Os detalhes restantes serão definidos
nessa segunda-feira, quando serão divulgados os detalhes. Alguns blogs de
servidores e jornais de Brasília adiantaram algumas informações sobre o
assunto, entre eles o correio brasiliense.
Infelizmente Revista Sociedade
Militar não obteve informações que confirmem que esse reajuste será estendido
aos militares das Forças Armadas, carreira também de estado. Mas, tudo indica
que isso deve acontecer. Ainda assim, caberia agora aos políticos ligados às
Forças Armadas pressionar de alguma forma pata garantir que mais essa
oportunidade não escape.
O governo agora corre contra o
tempo. Depois que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi aprovada pelo
Congresso Nacional e publicada, no Diário Oficial da União (DOU), o Planalto
tem poucos dias para enviar ao Parlamento os projetos de lei com a autorização
dos reajustes salariais dos servidores.
Soberbo Tribunal Federal
Por Ernesto Caruso

O seu extenso voto,
basicamente de rejeição ao pleito do PC do B, contrário ao efetivado pela
Câmara dos Deputados para a composição da comissão especial, a fim de apreciar
o pedido de impeachment contra a “presidenta” Dilma Roussef, surpreendeu,
exatamente pelo apoio que deu, até em palanque, à candidatura da presidente
questionada no caso. A lembrar de que no passado os ministros Marco Aurélio de
Mello e Francisco Rezek, ambos indicados por Collor, se abstiveram de julgá-lo.
Pontos
significativos e outros nem tanto foram discutidos exaustivamente. Voto secreto
ou aberto que tem sido usado conforme interesse de quem argumenta. Eleição (ato
de eleger votando) que não é eleição, é “escolha”, eleição que é indicação de
líder, chapa única, reprovação da candidatura avulsa, que tem sido usada até
para a composição da mesa. Quem manda mais, Câmara ou Senado no processo do
impeachment.
Ora, o Senado está
em alta (presidente Renan a favor da “presidenta”) e a Câmara em baixa
(presidente Cunha contra). Quem diria, o PT já cogitou a extinção do Senado: “A
função revisora (do Senado) fere o princípio da soberania popular ao
sobre-representar Estados com menor
população e sub-representar Estados de maior densidade populacional”. Alegam os
defensores da proposição que o voto de 81 senadores vale tanto quanto o de 513
deputados, questionando o poder de decisão.
No entanto, no
julgamento em pauta, o STF admitiu que ao Senado se faculta mandar arquivar o
processo instaurado na Câmara por 2/3 dos seus membros. E mais, poder fazê-lo
por maioria simples. Salta aos olhos tamanha disparidade e desequilíbrio.
O caminho normal é a
dupla instância na apreciação das atividades atinentes ao legislativo,
determinado pelo sistema bicameral. A recordar que o STF no julgamento dos
embargos infringentes anulou o crime de formação de quadrilha imposto aos
condenados na “primeira” instância, precipuamente em observância ao duplo grau
de jurisdição, fundamento dos votos favoráveis à tese, e previsto no Pacto de
San José da Costa Rica.
Inconcebível
admitir. A casa que representa o povo — a Câmara dos Deputados — após análise
do pedido de impeachment por parte da Comissão Especial, ouvida a defesa da
presidente acusada; aceita a acusação ou não pela comissão; matéria em votação
no plenário, se aceito por 2/3 dos deputados, é encaminhado ao Senado. E este,
por maioria simples, detona o processo instaurado como preceitua a Constituição
ao invés de apreciá-lo, considerar a presidente culpada ou não das acusações.
Considerar, como
alegado, o afastamento da presidente como agravamento da crise, é muito pouco
diante do nível do desgoverno reinante e repulsa da sociedade, beirando noventa
por cento.
O ministro Gilmar
Mendes foi bem claro no seu inflamado voto, “ninguém vai cessar o impeachment
por meio de interferências no Judiciário”. Ao interferir no processo
legislativo, “Vamos dar a cara à tapa. Estamos tomando uma decisão casuística.
Assumamos então que estamos manipulando o processo”.
Outras expressões do
ministro que preocupam a todos: mar de estranhezas; cooptação do STF; processo
de bolivarização da corte e outros ramos do Estado; não se salva quem precisa
de base política com esse balão de ar artificial.
Persistir na crise é
continuar com o governo atual. Completa o ministro: “Os 171 votos necessários
para permitir que se escape de impeachment não são suficientes para governar.
Estamos ladeira abaixo, ontem fomos desclassificados mais uma vez, estamos sem
governo, sem condições de governar, com um modelo de fisiologismo que nos enche
de vergonha.”.
Confirma-se o alerta
do então presidente da Corte, Joaquim Barbosa: “É uma maioria de circunstância
que tem todo o tempo a seu favor para continuar sua sanha reformadora.”.
A lamentar de tabela
o tratamento ríspido do presidente da Corte dado a um advogado ao apresentar
uma contribuição ao debate.
_____________
Ernesto Caruso é
Coronel de Artilharia e Estado Maior, reformado.
Assinar:
Postagens (Atom)