Por Osmar José de Barros Ribeiro
Como soe acontecer entre militares, terminado o Curso de Estado-Maior,
mais uma vez nossos caminhos se separaram embora isso em nada prejudicasse o
relacionamento. Meu amigo foi servir em São Paulo e ali recebeu, como missão, o
comando do DOI/II Ex. Cumpriu-a com zelo e dedicação, muito embora o sem número
de ameaças de morte a ele e à sua família (aqui, cabe um parênteses para
enfatizar o papel exercido por sua esposa – verdadeira mulher de soldado - que
soube, com rara coragem e desassombro, apoiar suas atitudes e enfrentar as
ameaças).
Por seu comportamento no DOI, tarefa cumprida com honra e dignidade, o
Exército houve por bem conceder-lhe sua maior honraria em tempo de paz: a
Medalha do Pacificador com Palma, outorgada aos que cumprem a missão recebida,
embora com risco da própria vida.
Contudo, mal estava no início o calvário do herói. Às falsidades de uma
ex-atriz de televisão, então deputada federal, logo vieram somar-se acusações
mentirosas partidas de elementos e organizações que, à liberdade proporcionada
pela democracia, prefeririam a servidão do regime comunista. E o que poderia
ter morrido no nascedouro, graças à tibieza do então Comandante do Exército
(posteriormente premiado com cargo na Petrobras), frutificou e frutifica ainda
na forma de processos e mais processos que, além do prejuízo financeiro,
provocam desgastes emocionais a um Soldado que, tão somente, cumpriu com zelo e
exação a missão recebida.
Hoje, octogenário, eis que ele se descobre portador de insidiosa
moléstia que enfrenta, tal qual no passado aos inimigos da Pátria, com coragem
e determinação, contando com a sempre valente e lutadora esposa, filhas e
amigos. Reza o ditado popular que “não há bem que sempre dure nem mal que nunca
acabe”. A conduta do atual Comandante do Exército com relação ao herói, redime
as falhas dos seus antecessores e demonstra, uma vez mais, que o Exército de
hoje é o Exército de sempre.
Aqui, de público, quero deixar ao meu querido amigo Coronel de
Artilharia e Estado-Maior Carlos Alberto Brilhante Ustra, com a certeza da
minha amizade, um testemunho de respeito e admiração.
Conte sempre comigo, meu amigo e irmão de armas e de ideais.
Fonte: A Verdade Sufocada
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