terça-feira, 1 de setembro de 2015

MINHA HOMENAGEM A UM GUERREIRO

Por Osmar José de Barros Ribeiro

Conheci-o nos idos de 1967. Declarado Aspirante a Oficial da Arma de Artilharia um ano antes de mim, nossos caminhos não haviam se cruzado até aquele ano quando, aprovados no concurso de admissão à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, nela ingressamos. Como morávamos próximos, o mesmo ônibus nos transportava na ida e na volta dos trabalhos escolares e, logo, passamos a estudar juntos. Daí nasceu uma amizade que transbordou para nossas famílias e continua nos dias de hoje.

Como soe acontecer entre militares, terminado o Curso de Estado-Maior, mais uma vez nossos caminhos se separaram embora isso em nada prejudicasse o relacionamento. Meu amigo foi servir em São Paulo e ali recebeu, como missão, o comando do DOI/II Ex. Cumpriu-a com zelo e dedicação, muito embora o sem número de ameaças de morte a ele e à sua família (aqui, cabe um parênteses para enfatizar o papel exercido por sua esposa – verdadeira mulher de soldado - que soube, com rara coragem e desassombro, apoiar suas atitudes e enfrentar as ameaças).

Por seu comportamento no DOI, tarefa cumprida com honra e dignidade, o Exército houve por bem conceder-lhe sua maior honraria em tempo de paz: a Medalha do Pacificador com Palma, outorgada aos que cumprem a missão recebida, embora com risco da própria vida.

Contudo, mal estava no início o calvário do herói. Às falsidades de uma ex-atriz de televisão, então deputada federal, logo vieram somar-se acusações mentirosas partidas de elementos e organizações que, à liberdade proporcionada pela democracia, prefeririam a servidão do regime comunista. E o que poderia ter morrido no nascedouro, graças à tibieza do então Comandante do Exército (posteriormente premiado com cargo na Petrobras), frutificou e frutifica ainda na forma de processos e mais processos que, além do prejuízo financeiro, provocam desgastes emocionais a um Soldado que, tão somente, cumpriu com zelo e exação a missão recebida.

Hoje, octogenário, eis que ele se descobre portador de insidiosa moléstia que enfrenta, tal qual no passado aos inimigos da Pátria, com coragem e determinação, contando com a sempre valente e lutadora esposa, filhas e amigos. Reza o ditado popular que “não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe”. A conduta do atual Comandante do Exército com relação ao herói, redime as falhas dos seus antecessores e demonstra, uma vez mais, que o Exército de hoje é o Exército de sempre.

Aqui, de público, quero deixar ao meu querido amigo Coronel de Artilharia e Estado-Maior Carlos Alberto Brilhante Ustra, com a certeza da minha amizade, um testemunho de respeito e admiração.


Conte sempre comigo, meu amigo e irmão de armas e de ideais.


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