
Disse Moro, no seu despacho:
a) "Existe o campo próprio da Justiça e o campo próprio
da política. Devem ser como óleo e água e jamais se misturarem. A prisão
cautelar dos dirigentes das empreiteiras deve ser discutida, nos autos, perante
as Cortes de Justiça."
b) "Intolerável que emissários dos dirigentes presos e
das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais
com autoridades políticas. Mais estranho ainda é que participem desse
encontros, a fiar-se nas notícias, políticos e advogados sem procuração nos
autos das ações penais."
c) "Não socorre os acusados e as empreiteiras o fato da
autoridade política em questão ser o ministro da Justiça. Apesar de a Polícia
Federal, órgão responsável pela investigação, estar vinculada ao ministério, o
ministro da Justiça nã
d) O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa "bem definiu a
questão ao dizer que, se você é advogado em um processo, deve recorrer ao juiz,
nunca a políticos."
e) "A mera tentativa por parte dos acusados e das
empreiteiras de obter interferência política em seu favor no processo judicial
já é reprovável, assim como foram as aludidas tentativas de cooptação de
testemunhas, indicando mais uma vez a necessidade da preventiva para garantir a
instrução e a aplicação da lei penal e preservar a integridade da Justiça
contra a interferência do poder econômico."
Sergio Moro, o estrategista, evitou atirar em José Eduardo
Cardozo neste momento, atribuindo tudo à empreita bandida e aos seus advogados
eriçados. Moro, o enxadrista, sabe como jogar. Moro, duro de matar.
Publicado originalmente no site A Verdade Sufocada
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