Fomos nós que asseguramos a Independência, que lutamos na
Cisplatina e que defendemos a honra, os interesses, a soberania e o patrimônio
da Pátria nas guerras e conflitos internos que abalaram, ameaçaram e fixaram
nossas fronteiras e asseguraram a unidade nacional.
Fomos nós que, aliados a antigos adversários, fizemos
malograr as intenções expansionistas de Solano Lopes.
Somos nós, do Exército Brasileiro, que temos na consciência
o peso da participação na derrubada do Império e que conhecemos a
responsabilidade que nos cabe na instauração desta República que, até os dias
de hoje, envergonha a história política do Brasil.
Fomos nós que lutamos em Canudos, no Contestado e na 1ª
Grande Guerra Mundial. Fomos nós que, ao morrermos movidos pelos ideais
“tenentistas”, escrevemos a epopeia dos “18 do Forte”
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que ajudamos a colocar
Getúlio no poder e não o impedimos de implantar o Estado Novo.
Somos os mesmos que, em 35, sofremos na carne a traição e a
agressão assassina de comunistas fardados, falsos camaradas, idiotizados pelo
internacionalismo vermelho.
Fomos nós que lutamos na Itália e que trouxemos de lá
lauréis de bravura e de abnegação que refletem nosso exacerbado amor à
liberdade e à justiça.
Somos os mesmos, os do Exército Brasileiro, que, em MARÇO
DE 1964, assumimos a liderança do clamor popular que repudiava a ameaça
comunista que, mais uma vez, nos rondava às escâncaras e à sorrelfa, pregando
mentiras e preparando o golpe de morte aos valores pelos quais sangráramos em
guerras e revoluções.
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que lutamos nas matas do
Araguaia contra uma guerrilha de lunáticos, preparados por fanáticos da utopia
comunista e liderados por falsos profetas que pregavam o ódio e exploravam
desigualdades e injustiças que nunca pretenderam ou seriam capazes de corrigir.
Somos os mesmos que, atônitos, vimos surgir nos
grandes centros a ação deletéria, covarde e assassina de terroristas treinados
longe da Pátria que, misturados às próprias vítimas, as usavam como escudo e
camuflagem. Aprendemos, não sem perdas e sem o sacrifício de pessoas inocentes,
a conhecê-los, a combatê-los e a vencê-los!
Fomos nós que, com o espírito aberto e pacificador de
Caxias, assistimos ao retorno dos banidos, dos fugitivos da justiça e dos
exilados e que, inocentemente, alimentamos a crença de que, anistiados,
voltavam ao convívio e ao aconchego da Pátria para ajudar na construção do
Brasil livre, desenvolvido e democrático que o desejo da maioria impunha construir.
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que, como Soldados da
Paz, arriscamos nossas vidas na África, no Timor Leste e na Bósnia. Fomos nós
que, ao levarmos a paz e a solidariedade ao sofrido povo do Haiti, morremos com
ele, soterrados no cumprimento do dever.
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que conduzimos e
executamos as operações que resultaram na retomada de áreas ocupadas por
facínoras e traficantes nos complexos de favelas do Rio de Janeiro, devolvendo
e assegurando àquelas comunidades os direitos de cidadãos que a covardia, a
omissão, os interesses e a conivência de políticos, governantes e até de
policiais lhes haviam tirado.
Este rápido, superficial e incompleto passeio pela história
de nossos feitos, faz ver que nós, do Exército Brasileiro, desde Guararapes até
a “Maré”, carregamos e continuaremos a carregar a herança desses fatos e
responsabilidades que não pertencem ao passado ou aos que lá estiveram naqueles
momentos, mas a nós todos, soldados de ontem, de hoje e do amanhã, porque é herança
de honra, de glória e de responsabilidade!
O que está feito não pode ser mudado e pertence a todos
nós. Não há como apagar a história nem há como fugir à responsabilidade
sem deixarmos de ser nós mesmos. Não há ordem ou desconforto, de quem quer que
seja, que nos possa fazer esquecer ou ser menos responsáveis ou
orgulhosos dos feitos e fatos que compõem a nossa história, sob pena de termos
que abdicar do orgulho de sermos nós, os do Exército Brasileiro!
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