Por Vinicius Torres Freire
A inflação está perto de 10% ao ano, continua por aí, como
não se via desde a crise de 2003, faz uma dúzia de anos. Quando a inflação deve
cair? Quer dizer, quando os preços vão começar a aumentar menos, pelo menos?
A inflação, o aumento médio dos preços, deve ficar onde
está, em torno de 9,5% ao ano, até mais ou menos novembro. A partir daí deve
cair. Sim, vai demorar.
Pelas previsões medianas, a inflação deve chegar aos 6% em
junho do ano que vem. Logo depois da Olimpíada de 2016. Sim, vai demorar.
Nem vai ser assim bom. A inflação vai apenas despiorar: 6%
foi a inflação anual média dos anos do primeiro governo de Dilma Rousseff, de
2011 a 2014.
Deve chegar a 5,5% em dezembro do ano que vem. Talvez chegue
à meta do governo, de 4,5%, em 2017.
Claro que a gente tem visto aumentos muito maiores no dia a
dia. A inflação medida pelo IPCA, a chamada "inflação oficial", é
apenas uma média. Nos últimos 12 meses, vários preços subiram muitíssimo mais
do que 9,5%.
O caso mais escabroso foi o da energia elétrica, que em
média subiu 58% no país. Legumes, batatas, raízes, subiram 55%. As carnes
vermelhas subiram 20%. O preço das aves, bem menos, 3,6%. O das roupas, menos
ainda, uns 2%. O preço de TV e eletrônicos até caiu, em média. Mas quem está
com dinheiro para comprar muita roupa e eletrônicos novos? Até por isso, o
preço desses produtos sobe menos ou cai.
Mas a previsão de inflação em 6% ao ano em junho do ano que
vem é apenas isso: previsão. Pode dar errado. Até pode dar um pouco mais certo.
O que pode dar errado é o efeito de um aumento ainda maior do dólar. Dólar mais
caro encarece os produtos importados e todos aqueles que podem ser vendidos no
exterior, como também a carne.
Se o tumulto brasileiro piorar, o dólar pode dar outra
disparada e afetar a inflação. Até por isso também o Banco Central voltou a
intervir no mercado, para segurar um pouco o preço do dólar nervoso.
Enfim, a alta de preços segue forte até o Natal. Mais do que
sempre, a gente vai ter de se virar no mercado para fazer a compra caber no
salário.
Fonte: YouTube/Jornal da Gazeta
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