Por General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
Havia partido de oposição - o MDB - que tinha espaços na
mídia e disputava eleições livres. A bandeira do MDB era democracia já,
enquanto a do partido de governo, a ARENA, era a redemocratização gradual e
segura. Periódicos, músicas de protesto, festivais da canção, grupos e peças
teatrais criticavam o governo e livrarias vendiam obras de linha
marxista-leninista. Ou seja, havia liberdades impensáveis em regimes
totalitários ou ditaduras.
A redemocratização veio a partir de 1978, não por obra da
esquerda revolucionária já desmantelada. É um engano considerá-la vitoriosa
porque antigos militantes ocupam, hoje, posições importantes na sociedade. Eles
não chegaram ao poder pela força das armas e sim como cidadãos com plenos
direitos assegurados na anistia concedida pelo próprio governo em 1979.
Abandonaram a luta armada, derrotados, e se submeteram às normas democráticas,
reintegrando-se à sociedade na forma da lei, em pleno regime militar e como
exigiam a Nação e o governo.
Nos anos 1960 e 1970, a ideologia da luta armada no Brasil
era a de Estados totalitários como URSS, China e Cuba responsáveis pelas
maiores violações aos direitos humanos. Se a esquerda radical tupiniquim
conquistasse o poder, cometeria as mesmas atrocidades ocorridas em suas matrizes.
Daí a incoerência da Presidente Dilma quando homenageia, em discursos, antigos
companheiros de luta armada, dizendo que eles lutavam por liberdade e
democracia. O conceito da Presidente a respeito de liberdade e democracia
parece continuar o mesmo de quando pertenceu a organizações armadas revolucionárias ao lado de Lamarca,
Franklin Martins, José Dirceu e outros notórios
"aficionados pela democracia". Eis aí algo que deveria
preocupar à sociedade como um todo, particularmente, à mídia, às Igrejas, aos
Poderes da União e às Instituições do País.
É hipocrisia a condenação dos governos militares, por
excessos na reação à luta armada, feita por militantes radicais e sucessivos
governos que idolatram ditaduras e lideranças criminosas como a de Cuba; que concedem
asilo a terroristas estrangeiros condenados, mas devolvem fugitivos da ditadura
cubana; e que financiam e confraternizam com o movimentos ditos sociais, cujas
ações resultam, impunemente, em invasões, destruições e mortes.
O Brasil tornou-se uma democracia, aspiração da sociedade,
da oposição legal e dos governos militares, e não um país comunista escravizado
por um partido único, objetivo da esquerda revolucionária, que não teve o
reconhecimento de nenhuma democracia de que lutasse por liberdade ou
representasse parcela do povo brasileiro.
Publicado originalmente no site A Verdade Sufocada
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