
Em 1960, o Governo resolve incorporar ao Tesouro os
fabulosos recursos do Montepio Militar (que era propriedade privada dos
militares) e, a título de compensação, assume o compromisso de pagar a pensão
militar em substituição ao Montepio. Saliente-se aqui que o Governo fez
excelente negócio: incorporou uma fortuna ao Tesouro e comprometeu-se em
desembolsar suaves prestações, ao longo dos anos, no pagamento de pensões.
Esse pagamento era capitalizado pelas contribuições dos
militares que deixavam para suas esposas e filhas os valores de 20 vezes a
contribuição no caso de falecimento normal, 25 vezes no caso de falecimento em
serviço e 30 vezes no caso de morte em campanha (guerra).
Com o advento da constituição de 1988, outro golpe foi
aplicado em cima dos militares. É oferecido pelo governo, assim como para os
funcionários civis, o pagamento da pensão integral na graduação ou posto do
militar no momento de sua morte. Essa proposta resolvia os problemas das
necessidades das famílias enlutadas, mas, em sua estrutura, escondia um ardil
contábil: as contribuições dos militares aumentaram desmesuradamente.
Em 29 de dezembro de 2000, nova alteração, e claro, mais um
golpe. A contribuição aumenta mais (pensão para a esposa 7,5%, pensão para a
filha 1,5% e fundo de saúde 2,7% dos vencimentos totais, perfazendo um total
maior do que o recolhido pelos funcionários civis e a obrigação de continuar
esse recolhimento na inatividade (os militares são os únicos funcionários
federais nessa situação). Esses fatos fazem com que os militares recolham as
contribuições, em média, por mais de cinqüenta (50) anos.
Apesar de tudo, o governo, tendo pleno conhecimento de toda
essa realidade, não a divulga. A população do País ainda enxerga em cada
militar um privilegiado, não raro exposto à execração pública. Onde o
privilégio fica difícil de apontar (sem lembrarmos a penca de vicissitudes
enfrentadas pelos militares ao longo da carreira) e o fato de que a grande
maioria dos países do mundo possui um plano diferenciado de aposentadoria, com
alguns privilégios, para os seus militares (no Brasil, a aposentadoria dos
militares também é diferenciada: é pior do que a dos funcionários federais
civis, que nada mais pagam ao se aposentarem com vencimentos integrais).
Materializando essa situação, hoje, é mais ou menos assim:
um coronel, após mais de 50 anos de contribuição, (isso acontece em todos os
postos ou graduações) contribui com R$ 960,00 mensais e, ao falecer, deixa uma
pensão de R$ 8.000,00 ( valores maiores hoje após reajuste de soldo). Se essa
retribuição fosse feita pelo critério anterior, ou seja, de 20 vezes o valor da
contribuição, esse valor subiria para R$ 19.200,00. Um valor 120% maior. Em um
plano de capitalização particular, durante 50 anos, essa importância seria
consideravelmente maior.
Na nova reforma em gestação, novas perdas, com certeza,
virão. Não temos sindicatos para defender os nossos interesses e não podemos
fazer greves. Somos disciplinados e patriotas. Infelizmente, os bravateiros são
insensíveis e só conhecem os argumentos calcados na força.
Desse rápido estudo fica claro que o Governo, para resolver
seus problemas de caixa, aplica seguidos golpes em cima dos militares. Nessa
seqüência, é plausível prever, num futuro próximo, o seguinte golpe: vamos
matar todos os militares reservistas, reformados e os seus dependentes, pois
esses velhinhos só dão prejuízos!
Agora vamos pensar nas aposentadorias milionárias dos terroristas
e assassinos que agiram sorrateiramente nos tempos da "Ditadura
Militar" (1964-1985), os quais sabiam a quem e por conta de quem lutavam,
seguramente não a favor dos brasileiros, queriam aqui nos impor uma DITADURA
REAL, tal qual a que existiu na antiga União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas e ainda existe em Cuba.
Privilégios e benefícios são almejados por todos, e não
custa lembrar um notório liberal francês e habilidoso por desmascarar as
propostas socialistas surgidas na França na primeira metade do Século XVIII,
que com sua frase foi sábio:
"O Estado é a grande ficção através da qual todo mundo
se esforça para viver à custa de todo mundo." (Frédéric Bastiat)
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Gerhard Erich Boehme não é militar.
Minha família passou por essas agruras durante 3 gerações e ainda passa !
ResponderExcluirBRASIL !