Por UCHO.INFO
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes disse
nesta sexta-feira (4) que “percebeu que o PT está querendo fazer um
‘test-drive’ de juízo no Tribunal, quer dizer, o juiz a quem cair a demanda é
confiável ou não segundo os critérios por eles estabelecidos”.
A afirmação de Gilmar Mendes ocorre um dia após deputados do
PT (Wadih Damous, Paulo Teixeira e Paulo Pimenta) entrarem com mandado de
segurança no Supremo, com pedido de liminar, contra a decisão do presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aceitar o pedido de
impeachment de Dilma. Quando descobriram que a ação fora distribuída para
Mendes, os petistas tentaram desistir da ação, alegando que precisavam fazer
modificações no documento. Uma postura no mínimo chicaneira, se considerado o
fato de que o petista Wadih Damous, que só se tornou deputado após manobra de
Lula, foi presidente da OAB no Rio de Janeiro.
Questionado sobre a decisão do PT, que recuou quando tomou
conhecimento da relatoria, o que caracteriza tentativa de fraude, o ministro
disse: “Eu mandei que isso fosse encaminhado para Ordem dos Advogados (do
Brasil, OAB) para que se examine. O próprio impetrante, um dos impetrantes, é
um ex-presidente da OAB. É preciso que isso seja examinado. Mas é evidente que
é uma fraude processual.”
Na opinião de Gilmar Mendes, “é evidente que estão tentando
fazer esse tipo de seleção, o que mostra o baixo padrão ético”. Perguntado se o
partido do governo teme que ele decida questões relacionadas ao impeachment,
Mendes respondeu: “Eu não consigo entrar na cabeça e no espírito dessas
pessoas. Mas é notório que estão tentando manipular a distribuição do Tribunal
e isso não é devido.”
Quando a parcela de bem da sociedade e muitos veículos de
comunicação independentes afirmam que nos últimos anos ocorreu um escandaloso
aparelhamento do Judiciário, em especial no STF, os petistas, amparados na tese
esdrúxula do politicamente correto, afirmam que se trata de uma tese golpista
daqueles que ainda não aceitaram a chegada do povo ao poder. Um discurso boquirroto
e cansativo que há muito perdeu a validade, mas que continua na cartilha do
partido que acertadamente já foi comparado a uma organização criminosa, a ponto
de fazer inveja ao personagem Al Capone.
No momento em que os três deputados petistas (Damous,
Teixeira e Pimenta) tentaram emplacar a manobra como forma de escapar de uma
decisão que complicaria ainda mais a situação da presidente Dilma Rousseff, o
partido não mais precisa responder sobre o aparelhamento do STF. Há no Supremo
ministros que simplesmente rasgam a lógica jurídica para atender aos interesses
do PT e do governo, como se o STF fosse um puxadinho mequetrefe do Palácio do
Planalto. Enfim, como disse certa feita um conhecido comunista de boteco,
“nunca antes na história deste país”.
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