
Senado colorizado de vermelho. Câmara casuisticamente
pintada de verde-amarelo. Na verdade, tirando pinturas artificiais, coisa está
cada vez mais preta no Congresso Nacional e mais dark ainda no Palácio do
Planalto. O risco do impeachement aloprou o desgoverno, sua base aninhada e até
os que são oposição (incluindo aqueles que fingem ser). O cenário é de mentiras
e porradas para todo lado, no clima de salve-se quem puder.
A Presidenta Dilma Rousseff quer pressa e quer convocação
extraordinária de deputados e senadores para a base aliada votar, correndo, a
salvação dela. A "oposição" luta pelo recesso parlamentar, na
esperança de gerar uma pressão popular que viabilize o plano de detonar Dilma.
O vice Michel Temer fica de resguardo, no aguardo de conspirações, para assumir
e perpetuar a velha Nova República gerada pelo "golpe militar" de
1985.
Dilma aposta que não cai, embora sinta um frio na espinha.
Já Michel Temer já posa como quem já tem construída sua "Ponte para o
Futuro" (aquele programinha demagógico de desgoverno que o PMDB veiculou
recentemente). As gestapos da petelândia estão mobilizadas para destruí-lo.
Ninguém se surpreenda se uma grande denúncia contra ele explodir na mídia
amestrada. O nome dele já é citado em delações premiadas da Lava Jato, mas
nenhuma denúncia formal se concretizou até agora. A tendência é que o pau cante
para Temer, no curto prazo, se o risco do impeachment ficar mais intenso.
A guerra de todos contra todos paralisa o Brasil - em
profunda crise estrutural. Os políticos seguem vivendo em outro planeta,
enquanto os cidadãos que os elegem (na base da dedada eletrônica suspeita, sem
direito a recontagem) vão ficando cada vez mais insatisfeitos, tensos e desesperados
com os efeitos perversos das variadas crises: moral, política e econômica. O
impeachment da Dilma, para andar, precisa ser aceito por pelo menos 342
deputados. Não será fácil chegar a tal numero em um parlamento que se vende
como banana na feira.
Vale repetir por 13 x 13: Impeachment é um processo que todo
mundo sabe como começa, porém ninguém tem certeza de como acaba. A pressão
popular, que promete ser intensa nas redes sociais, podendo descambar para a
rua, é o fator decisivo para afetar o desenrolar do complicado jogo político,
que vai envolver muita
negociação, chantagem e toma-lá-dá-cá para definir o destino da Dilma Rousseff.
Pela força momentânea da base aliada, dificilmente o impedimento de Dilma deve
passar na Câmara, com pouquíssima chance de chegar ao desfecho final no Senado.
O arquivamento é provável...
Impeachment de Dilma é, claramente, um golpe político.
Simplesmente impedi-la não resolve o impasse institucional e nem soluciona a
crise estrutural do Estado Capimunista brasileiro. Assim, se eventualmente se
conseguir maioria para fazer andar o processo, culminando com uma (ao menos
hoje) improvável condenação pelos senadores, o máximo que se vai obter é a
troca de Dilma por Michel Temer. É burrice comemorar uma eventual mera tirada
do PT do poder. O PMDB, governista permanente, continua lá, e não pretende
largar o osso.
Dilma e Cunha, junto com Renan Calheiros e companhia, farão
o que for preciso para não caírem. Michel Temer vai conspirar por dentro e por
fora. E a petelândia vai partir para o pau contra os aliados. Só um desastre
que promova a autodestruição deles, na guerra de todos contra todos, é que pode
criar o vácuo institucional que possa ser ocupado por quem tenha capacidade
legítima de recolocar ordem nas coisas. Se isto vai acontecer ou não, só o
tempo dirá...
Barganhagem

Cuidando do funeral

Seria bom demais...
Operação Acarajé

Inveja real

Agora é tarde demais

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