Por Francisco Vieira

Quem não se lembra dos cabeludos da década de 70, com os
seus carrões, fumando um baseado ou cheirando uma carreira? Naquela época, os
pobres ou estavam nas obras ou na roça e se fossem apanhados com droga seriam
presos e não teria ninguém para ligar da delegacia, pois nem telefone tinham.
O “filho de papai”, no máximo, iria para a delegacia para
que o pai viesse buscá-lo, após “aquela ligação” para aquele sujeito importante
(geralmente um general).
Este tipo de usuário jamais precisaria cometer um assalto na
esquina para manter o seu vício. Assim exposto, qual é o problema se ele quiser
usar drogas até sangrar o nariz? Tem dinheiro e pode gastar como quiser. Que
morra em uma bad trip, mas ninguém terá nada a ver com isso!
Até aqui, tudo bem, pois o alcance da escolha pessoal feita
por ele não influenciará ninguém além de dele mesmo! Ele deve ter esse direito!
Mas…
DROGADOS POBRES
O problema começou quando a droga caiu nas mãos dos pobres e
miseráveis deste país, pessoas que não tinham como manter o vício, Se não já
estivessem desempregados, foram demitidos pelos patrões por causa do vício!
Então, como essas pessoas manterão o vício, se não têm
dinheiro nem para as necessidades mais básicas, como os milhões de
trabalhadores deste país? Uma vez desempregados e sem dinheiro, serão obrigados
a assaltar para manter o vício!
E olha que não estou me referindo àquelas pessoas que ainda
estão a formar a personalidade e o caráter, e que, por isso mesmo, são mais
susceptíveis e expostos às drogas – os adolescentes, justamente na fase da vida
decisiva para o futuro, quando deveriam receber incentivo do Estado:
AS ALTERNATIVAS
Só há três alternativas, e a primeira é prender o usuário..
Como a maior parte dos drogados pertence à elite econômica do país, os 5%
usuários têm mais força política no Congresso Nacional e Tribunais Superiores
do que os 95% que não usam drogas ilícitas. Por isso toda essa polêmica.
Foi só a polícia começar a prender alguns ricos que logo
mudaram o nome de drogado para usuário e o uso de drogas deixou de ser um vício
e passou a ser uma doença! Beber e dirigir é proibido; no entanto, ninguém ouve
o governo falar que dá uma cheirada e depois dirigir também seja.
BOLSA-DROGADO
A segunda alternativa é o usuário ter dinheiro para se
drogar até rachar o cérebro. Como tem dinheiro, não precisará assaltar nem
matar nas ruas. Isso já acontece com os ricos e os filhos dos remediados.
Já com os usuários pobres, o governo terá que conceder a
Bolsa-Drogado, como já tem sido feito pelo prefeito de São Paulo (acabando com
a necessidade de assaltar para manter o vício). Só não pode fazer como o
Governo Lula fez aqui em Brasília: distribuiu cachimbos para os craqueiros, mas
não distribuiu a droga. O resultado é que os usuários continuaram a assaltar os
pedestres da rodoviária!
ESTATIZAR A PRODUÇÃO
A terceira alternativa é estatizar a produção para que possa
ser vendida a preços de custo e quebrar os traficantes pela concorrência. Vejam
que no Uruguai e em alguns lugares dos Estados Unidos em momento algum se falou
em liberação geral das drogas, mas em liberação da plantação caseira e da venda
da maconha. Quero ver liberarem o crack, a heroína e a morfina… A maconha pode
até ser produzida em casa, mas o mesmo não acontece com o crack e outras drogas
que são feitas em laboratórios.
Para estas drogas ou se compra do governo ou se compra dos
traficantes. Assim, ou o Brasil cria a Drogabrás ou se tornará o caos do filme
Resident Evil. Mas sem a beleza da Milla Jovovich…
Finalizando, o uso de drogas por quem não pode pagar por ela
não é uma escolha pessoal. É um problema social. Tem gente que acha que seremos
iguais à Holanda com a liberação das drogas. Eu acredito que estejamos mais é
indo rumo à Cracolândia do Haddad. Basta ver, na internet, as atuais imagens
dos pontos de consumo de drogas dois países.
Fonte: Tribuna da Internet
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