O ex-ministro da
Casa Civil, José Dirceu, é preso
pela PF na 17ª fase da operação da Lava Jato
(Dida
Sampaio/Estadão Conteúdo)
|
Ministro Luís
Roberto Barroso atende pedido de Sergio Moro e determina que petista seja
levado para cidade da Lava Jato
O ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, relator do processo do
mensalão, autorizou na noite desta segunda-feira a transferência do ex-chefe da
Casa Civil José Dirceu de Brasília (DF) para Curitiba (PR). Dirceu foi preso na
17ª fase da Operação Lava Jato e levado para a superintendência da Polícia
Federal em Brasília. Os demais presos, incluindo o irmão de Dirceu, Luiz
Eduardo, já foram levados para a capital paranaense.
A transferência de
Dirceu precisou de aval do STF porque ele cumpria em regime domiciliar a pena a
que foi condenado por corrupção ativa no julgamento do mensalão. A exemplo do
que já havia acontecido com o ex-deputado Pedro Correa (PP-PE), penalizado no
mensalão e investigado na Lava Jato, Barroso entendeu que o ex-homem forte do
governo Lula pode ser levado para o Paraná, onde tramitam os processos de
investigados sem direito a foro privilegiado. "Entendo que a concentração
dos atos de apuração criminal no foro do juízo que supervisiona o inquérito é
perfeitamente justificável, na medida em que é lá que se encontram em curso as
investigações", disse Barroso em seu despacho.
Nove meses após
deixar o presídio da Papuda para cumprir prisão domiciliar, o ex-ministro-chefe
da Casa Civil e mensaleiro condenado foi preso preventivamente pela Polícia
Federal. O nome desta fase da Lava Jato - "Pixuleco" - faz referência
justamente ao termo que o então tesoureiro do PT João Vaccari Neto usava para
se referir ao dinheiro de propina com que a empreiteira UTC abastecia o caixa
do PT. Foram presos também o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva,
na cidade paulista de Ribeirão Preto, e o carregador de malas do petista, Bob
Marques .
A já complicada
situação de José Dirceu se deteriorou ainda mais depois que os ex-companheiros
do petista, que por anos o abasteceram com dinheiro, acabaram como delatores do
petrolão e reforçaram os indícios de participação do petista no esquema que
fraudou mais de 6 bilhões de reais em contratos. Além de Pascowitch ter apontado
o caminho que levou à prisão do ex-ministro, outros depoimentos sobre os
tentáculos do PT não deixam de ser menos espantosos: o ex-gerente da Petrobras
Pedro Barusco estimou que o PT recebeu até 200 milhões de dólares em dinheiro
sujo do esquema, enquanto o ex-vice-presidente comercial da gigante Camargo
Corrêa, Eduardo Leite, afirmou às autoridades que a empresa pagou 63 milhões de
reais para a diretoria de Serviços, então comandada por Renato Duque, aliado de
Dirceu, e outros 47 milhões de reais para a Diretoria de Abastecimento da
Petrobras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário