Por Ucho.Info
Após a delação do lobista Milton Pascowitch, que afirmou que
seus contratos de consultoria disfarçam propinas do esquema de corrupção na
estatal petrolífera, o petista está convencido de que pode ser o próximo alvo
da Lava-Jato. Por isso, no dia 2 de julho, o investigado entrou com pedido de
liminar em habeas corpus preventivo no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região
(TRF4), mas o recurso foi negado. Agora, José Dirceu aguarda que a decisão seja
reconsiderada na 8ª Turma, formada por três desembargadores. A decisão deve
sair nesta quarta-feira (15).
O medo de Dirceu aumentou consideravelmente após a Polícia
Federal incluir sua empresa, JD Assessoria e Consultoria, em um grupo de 31
empresas “suspeitas de promoverem operações de lavagem de dinheiro” em
contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A construção foi
iniciada em 2007 e deveria custar R$ 4 bilhões, mas já consumiu mais de R$ 23
bilhões da Petrobras.
O documento da PF é o primeiro de uma série de perícias
técnicas que apontam um porcentual de desvios na Petrobras de até 20% do valor
de contratos. O porcentual é superior aos 3% apontados até aqui na Lava Jato,
que incluía apenas propina dos agentes públicos e políticos. A JD – que passou
a ser usada por Dirceu para dar consultorias e palestras após sua saída do
governo Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006 – integra a tabela de empresas
indicadas “como operadoras de lavagem de capitais”.
“No período compreendido entre 31 de maio de 2010 e 28 de
fevereiro de 2011, foi identificada movimentação financeira da empresa
Construções e Comércio Camargo Corrêa S/A para a empresa JD Assessoria e
Consultoria Ltda., num montante de 844,6 mil reais”, informa a perícia.
(Danielle Cabral Távora)
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