Por Carlos Chagas
As medidas
provisórias 665 e 664, aprovadas pela Câmara dos Deputados, configuram uma ode
à traição, praticada não apenas pela presidente da República, mas pelo PT e a
maioria dos partidos da base oficial. Não há como evitar a comparação de haver
a Praça dos Três Poderes se transformado no reino do João Sem Terra, ou melhor,
no império de Dilma Sem Palavra
Porque Madame jurou,
na campanha eleitoral, que todos os direitos trabalhistas seriam preservados. O
resultado aí está, com a fatura dos desvarios econômicos do primeiro mandato
sendo enviada aos mesmos de sempre. O trabalhador perde boa parte do
salário-desemprego do abono salarial. Fica impossibilitado de pleitear pensões
por morte do cônjuge se for jovem e tiver sido casado há menos de dois anos.
Trata-se de um
esbulho incapaz de ser compensado por alterações no fator previdenciário, mero
expediente dos asseclas do sherife de Nottinghan instalados na Floresta de
Sherwood para confundir os incautos, tanto que Dilma mandou anunciar seu veto a
matéria aprovada.
O irônico nessa
invertida história de horror é que o Ricardo Coração de Leão, no caso, o Lula,
virou Luiz Fígado de Gatinho. O ex-presidente apoiou, em vez de protestar
contra a redução de direitos trabalhistas. Se já foi guerreiro e trabalhador,
agora é algoz de seus antigos liderados.
Razão mesmo parece
estar com o antípoda do Tiririca, porque fica pior, sim senhor, a cada dia que
a equipe econômica inventa novos expedientes para equilibrar a recessão. Ainda
agora Joaquim Levy acaba de aquinhoar o BNDES com 50 bilhões de reais para
continuar emprestando aos poderosos.
Em suma, como disse
um deputado da oposição, a maldade é uma arte...
Fonte: A Verdade Sufocada
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