terça-feira, 10 de março de 2015

A “presidente de Plutão”, segundo a oposição de Netuno

Por Felipe Moura Brasil

plutao-chave-para-a-transformacao“Lembrando o pronunciamento da Dilma ontem, parece que ela é presidente de Plutão.”

A ironia é do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), ex-candidato a vice na chapa de Aécio Neves.

Ele também observou que PT e PMDB, os dois principais partidos da base, já lançaram, respectivamente, o ex-presidente Lula e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, como pré-candidatos à Presidência em 2018.

“Daí a ideia de que o governo mal começou, mas já acabou.”

Tudo verdade. Mas ele diz:

“Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo [vice-presidente] Michel Temer [do PMDB].”

Ou seja: não quer derrotar a presidente enquanto ela está nas cordas, assim como FHC não quis derrotar Lula quando ele sangrava em 2005, no auge do mensalão. Nós conhecemos a capacidade dos tucanos de fazer os petistas sangrarem. Até uma espinha é mais bem-sucedida.

“Vejo essa palavra (impeachment) como expressão de rechaço à ordem atual, sem entrar no mérito”, disse ainda Nunes, sem tampouco entrar no mérito, por exemplo, do artigo 85, inciso 5, da Carta Constitucional.

“O PSDB deixou o PT carimbar sobre a nossa pele a tese de que somos um partido de elite. Deixamos que isso se estabelecesse, que fosse o fato consumado. Isso começou a mudar na última eleição.”

Na última eleição, como se sabe, a presidente de Plutão derrotou os tucanos de Netuno, carimbando sobre a pele deles a tese de que são um partido de elite.

Para dar uma volta completa em torno do Sol, o planeta Netuno leva 164 anos. Com sorte, o PSDB levará o mesmo tempo para completar a sua órbita política, enquanto o povo cansado sai às ruas aqui na Terra.



Fonte: VEJA On Line

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