Por Felipe Moura Brasil
A ironia é do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), ex-candidato
a vice na chapa de Aécio Neves.
Ele também observou que PT e PMDB, os dois principais
partidos da base, já lançaram, respectivamente, o ex-presidente Lula e o
prefeito do Rio, Eduardo Paes, como pré-candidatos à Presidência em 2018.
“Daí a ideia de que o governo mal começou, mas já acabou.”
Tudo verdade. Mas ele diz:
“Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero
que o Brasil seja presidido pelo [vice-presidente] Michel Temer [do PMDB].”
Ou seja: não quer derrotar a presidente enquanto ela está
nas cordas, assim como FHC não quis derrotar Lula quando ele sangrava em 2005, no
auge do mensalão. Nós conhecemos a capacidade dos tucanos de fazer os petistas
sangrarem. Até uma espinha é mais bem-sucedida.
“Vejo essa palavra (impeachment) como expressão de rechaço à
ordem atual, sem entrar no mérito”, disse ainda Nunes, sem tampouco entrar no
mérito, por exemplo, do artigo 85, inciso 5, da Carta Constitucional.
“O PSDB deixou o PT carimbar sobre a nossa pele a tese de
que somos um partido de elite. Deixamos que isso se estabelecesse, que fosse o
fato consumado. Isso começou a mudar na última eleição.”
Na última eleição, como se sabe, a presidente de Plutão
derrotou os tucanos de Netuno, carimbando sobre a pele deles a tese de que são
um partido de elite.
Para dar uma volta completa em torno do Sol, o planeta
Netuno leva 164 anos. Com sorte, o PSDB levará o mesmo tempo para completar a
sua órbita política, enquanto o povo cansado sai às ruas aqui na Terra.
Fonte: VEJA On Line
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