Gen Ex R1 Gilberto Barbosa de Figueiredo

Lula, ao expirar seu segundo mandato, não podendo mais se
reeleger, mas querendo continuar com as rédeas do governo, inventou uma
candidata que ele mesmo qualificou como um poste. Para impingir ao povo
brasileiro alguém sem nenhuma experiência política e quase desconhecida, tratou
de exibi-la como uma gerente de excepcional qualidade, além de não ter poupado
esforços, nem dinheiro do contribuinte para, atropelando inclusive a lei
eleitoral, apresentá-la aos quatro cantos do Brasil.
A candidata poste ganhou a eleição em segundo turno e
iniciou seu mandato. Em pouco tempo, pôde-se perceber que os brasileiros foram
vítimas de propaganda enganosa. A gerente de excelsas virtudes, através de atos
funestos e omissões injustificáveis, mostrou-se, desde logo, uma grande
incompetente.
Impossível seria enumerar todos os desmandos praticados pelo
atual governo. Este texto ficaria extremamente longo. Passarei, então, a
relembrar alguns poucos fatos, já suficientes para mostrar, com largueza, a
inépcia de nossa presidente.
Dilma foi incompetente logo ao montar seu governo. Com mais
de trinta ministros era óbvio que seria impossível governar. Mas preferiu ferir
a lógica administrativa para acomodar parceiros da chamada base de apoio.
Muitos, a maioria talvez, longe de querer cooperar com a administração do
estado, pretendiam, apenas, se locupletar com as benesses do poder. Qualquer um
com uma mínima noção dos meandros da política sabia disso. A presidente também,
com toda a certeza.
Dilma foi incompetente na escolha de seus ministros. A
defenestração de um grande número deles, logo no primeiro ano de governo, por
suspeita de corrupção, não tem paralelo na história republicana. É bem verdade
que a presidente ainda tentou capitalizar para si o fato. Passou a pousar como
faxineira de malfeitos, chegando a ganhar alguns pontos de popularidade com
isso. Mas bastou uma das denúncias chegar a um de seus amigos próximos –
Fernando Pimentel – para a faxineira esquecer a vassoura. Mais tarde, com o
foco em sua reeleição, olvidou-se dos malfeitos e trouxe de volta para o
ministério políticos ligados aos que tinha afastado.
Dilma é incompetente na gestão do PAC (programa de
aceleração do crescimento). O programa não consegue decolar. Verbas já alocadas
não são gastas. Algumas obras que conseguem chegar ao fim foram concluídas com
qualidade baixa. E logo ela rateia nessa área. Foi apresentada por Lula como
mãe do PAC.
Dilma é incompetente na condução – calamitosa por sinal – da
política econômica. Às vezes declara que o com-bate à inflação não pode
comprometer o crescimento, para, pouco tempo depois, afirmar que esse combate é
prioridade em seu governo. O que conseguiu foi um crescimento medíocre com
inflação alta. No desespero, tentou conter a escalada dos preços pelo pior
caminho, controlando preços. Assim fez com combustíveis, cesta básica,
automóveis e tantos outros produtos e serviços. Jamais pensou em conter gastos
públicos. Para piorar a situação tem um ministro da fazenda que não inspira
confiança e cujas declarações caíram no descrédito geral e são motivo de
chacota, no Brasil e no exterior.
Dilma é incompetente ao manter uma política externa dúbia –
herdada de seu antecessor – que renega uma larga tradição de bons serviços
prestados, pelo Itamarty, ao nosso país. Oscilando entre normas emanadas, ora
do chan-celer de direito, ora de um outro de fato, o governo prefere
privilegiar a ideologia, em detrimento dos reais interesses do estado
brasileiro.
Dilma é incompetente ao demonstrar total insegurança ante
qualquer problema mais sério, correndo para pedir conselhos a Lula – logo a
quem – e a seu marqueteiro particular – João Santana.
Dilma está sendo incompetente em sua reação às recentes
manifestações de rua. Sem consultar a quem é do ramo, apressou-se em propor uma
constituinte exclusiva, para tratar da reforma política. Ideia prontamente
rechaçada pela OAB, juristas eminentes e pela própria classe política, o que a
obrigou a rever sua proposição. Sugeriu, ainda, um acordo sobre
responsabilidade fiscal, o que seria primordial. Mas em nenhum momento acenou
com a possibilidade de reduzir a imensa e desnecessária estrutura de governo,
com um corte substancial no número de ministros, por exemplo, como, também, em
muitos dos cargos comissionados. No mais, o pacto proposto prevê alocação de
recursos adicionais para a educação, saúde e mobilidade urbana, áreas mais do
que prioritárias. Somente não se entende o porquê da iniciativa não ter sido
anunciada antes, considerando a relevância que representam para a população e o
tempo em que já está no governo.
Tristes tempos em que vive este país. Tão grandioso e tão
sofrido; tão espoliado por seus governantes.
Publicado originalmente no Jornal Inconfidência
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Gen Ex R1 Gilberto Barbosa de Figueiredo foi Ex-Presidente
do Clube Militar
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