Por Ucho.Info
Acusado por Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano,
em depoimento de delação premiada, de ter recebido propina em negócios com a
Petrobras e repassado o dinheiro sujo a uma das noras do agora lobista de
empreiteira, Bumlai alega que o montante (R$ 2 milhões) era proveniente de um
empréstimo feito pelo operador do PMDB.
A história, que tem todos os ingredientes para ser mais uma
estória, é tão insana, que nem mesmo uma criança seria capaz de cair nessa
esparrela criada às pressas para salvar a pele de Lula, que cada vez mais
afunda na lama do Petrolão.
José Carlos Bumlai, que sempre teve livre e incondicional
acesso ao Palácio do Planalto durante a era Lula, disse que em dado momento
precisou de dinheiro para pagar despesas em sua fazenda e por isso recorreu a
Baiano, a quem tinha contratado para intermediar a venda de uma termelétrica de
sua propriedade. O grande problema do mitômano é acreditar que a sequência das
mentiras garante a sua impunidade.
No momento em que enxerta uma termelétrica na estória,
Bumlai dá à força-tarefa da Lava-Jato mais munição para as investigações. Isso
porque as termelétricas rechearam o pacote de malandragem explícita criado pelo
então deputado federal José Janene, responsável pela arquitetura do escândalo
que ficou conhecido como Petrolão.
A alegação do pecuarista é digna de filme de quinta e tem
tudo para desmoronar a qualquer momento, pois está marcada por detalhes
amadores de quem tem a certeza de que é o suprassumo da esperteza. Bumlai nega
que o dinheiro repassado por baiano tenha sido transferido a uma das noras do
“lobista da Odebrecht”, mas, sim, a ele próprio por meio de contrato de mútuo.
Ou seja, os alarifes contrataram um advogado estreante no universo da
pilantragem para camuflar um caso de corrupção. A situação torna-se ainda mais
ignara quando Bumlai confirma ter recebido dinheiro de Baiano e corrige para R$
1,5 milhão o valor do suposto empréstimo.
O delator declarou que Lula reuniu-se ao menos duas vezes
com José Carlos Bumlai e João Carlos Ferraz, então presidente da Sete Brasil –
companhia criada pela Petrobras para construção de 28 navios-sondas no Brasil.
Segundo Baiano, os encontros ocorreram no Instituto Lula, em
São Paulo, no primeiro semestre de 2011, e antecederam a cobrança de R$ 3
milhões por Bumlai para supostamente pagar uma dívida de imóvel de uma nora do
ex-metalúrgico. Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula, negou a acusação e já
recorreu ao Supremo Tribunal Federal para ter acesso ao conteúdo da delação.
Acusado de ser o operador de propinas de parte do PMDB no
Petrolão, Fernando Baiano prometeu apresentar documentos referentes ao
pagamento feito a Bumlai, que, segundo o pecuarista, tinha como destino final a
nora do ex-presidente da República.
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