quarta-feira, 9 de setembro de 2015

É preciso um esforço humanitário muito maior



A informação alarmante foi dada hoje pela BBC. Só nesta segunda-feira, Sete de Setembro, 30 mil novos refugiados da Síria se lançaram ao mar e bateram às portas da Europa. As Nações Unidas calculavam, há um mês, que 300 mil pessoas já haviam desembarcado este ano em algum ponto da Europa. O número já está ultrapassado.

O pior é que ele contrasta com a pequena capacidade de hospedagem anunciada pela União Europeia. Ela quer receber agora apenas 120 mil sírios. A Alemanha abre os braços para 33 mil. A França, para 24 mil em dois anos, e o Reino Unido, para 20 mil. A conta não fecha. Seria preciso que cada país recebesse muito mais. E existe um outro detalhe. Desde que a Guerra Civil da Síria começou, há quatro anos, e desde o ano passado, quando os facínoras do Estado Islâmico começaram a se expandir na Síria e no Iraque, a maioria dos refugiados atravessou fronteiras secas. Eles não precisaram se lançar ao mar.

É assim que o pequeno Líbano já recebeu 1 milhão e 200 mil refugiados. A Jordânia já recebeu 600 mil. São países pequenininhos, sem a estrutura para transformar essa gente em imigrantes, com escolas e empregos. Essa população é confinada em acampamentos, com alimentação e agasalhos fornecidos pela ONU e pelos governos locais. Vejam então que, diante da dimensão da tragédia, os 1.200 sírios que foram parar nos Estados Unidos, e os 2 mil que chegaram ao Brasil são uma gota dágua no oceano.

Na semana passada, a fotografia do pequeno Aylan Kurdi, afogado aos três anos numa praia da Turquia, deu um rosto humano e trágico a essa questão. O garotinho morto levou muitos europeus a pressionar seus governos. Vejam que a hostilidade da Hungria aos refugiados, contrasta com os aplausos, flores e presentes com que eles foram recebidos durante o fim de semana, na Áustria e na Alemanha. Mas isso não basta. É preciso que o mundo civilizado faça um esforço humanitário muito maior. É assim que o mundo gira.

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