A informação alarmante foi dada hoje pela BBC. Só nesta
segunda-feira, Sete de Setembro, 30 mil novos refugiados da Síria se lançaram
ao mar e bateram às portas da Europa. As Nações Unidas calculavam, há um mês,
que 300 mil pessoas já haviam desembarcado este ano em algum ponto da Europa. O
número já está ultrapassado.
O pior é que ele contrasta com a pequena capacidade de
hospedagem anunciada pela União Europeia. Ela quer receber agora apenas 120 mil
sírios. A Alemanha abre os braços para 33 mil. A França, para 24 mil em dois
anos, e o Reino Unido, para 20 mil. A conta não fecha. Seria preciso que cada
país recebesse muito mais. E existe um outro detalhe. Desde que a Guerra Civil
da Síria começou, há quatro anos, e desde o ano passado, quando os facínoras do
Estado Islâmico começaram a se expandir na Síria e no Iraque, a maioria dos
refugiados atravessou fronteiras secas. Eles não precisaram se lançar ao mar.
É assim que o pequeno Líbano já recebeu 1 milhão e 200 mil
refugiados. A Jordânia já recebeu 600 mil. São países pequenininhos, sem a
estrutura para transformar essa gente em imigrantes, com escolas e empregos.
Essa população é confinada em acampamentos, com alimentação e agasalhos
fornecidos pela ONU e pelos governos locais. Vejam então que, diante da
dimensão da tragédia, os 1.200 sírios que foram parar nos Estados Unidos, e os
2 mil que chegaram ao Brasil são uma gota dágua no oceano.
Na semana passada, a fotografia do pequeno Aylan Kurdi,
afogado aos três anos numa praia da Turquia, deu um rosto humano e trágico a
essa questão. O garotinho morto levou muitos europeus a pressionar seus
governos. Vejam que a hostilidade da Hungria aos refugiados, contrasta com os
aplausos, flores e presentes com que eles foram recebidos durante o fim de
semana, na Áustria e na Alemanha. Mas isso não basta. É preciso que o mundo
civilizado faça um esforço humanitário muito maior. É assim que o mundo gira.
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