Por Graça
Salgueiro
Embaixada dos EUA
é reaberta em Cuba no mesmo
prédio onde deixou de funcionar, há mais de 50
anos.
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No dia 20 de julho o
presidente Obama selou com o ditador Raúl Castro o fim das hostilidades entre
os dois países, reabrindo suas antigas embaixadas nos mesmos edifícios onde
funcionavam antes. Da noite para o dia, Cuba foi cirurgicamente higienizada dos
cartazes que antes xingavam e mandavam àquele lugar o país do Tio Sam. Nas ruas
uns comemoravam, enquanto outros, lúcidos, diziam não acreditar em mudança real
e benéfica para o povão, o cubano “a pé”. E estavam cobertos de razão.
Antes da reabertura
das embaixadas Obama já havia retirado Cuba da lista de países que colaboram
com o terrorismo internacional, fechando os olhos para os incontáveis
terroristas, de todas as nações, que buscam abrigo na ilha caribenha por saber
que lá não existe acordo de extradição com nenhum outro país do mundo. As FARC
estão em Havana desde setembro de 2012, fingindo querer selar um acordo de paz
com o governo colombiano, mas é desde lá, com o apoio irrestrito e orientações
dos irmãos Castro, que o grupo narco-comunista faz negócios de armas e drogas,
planeja novos ataques terroristas e elabora novas formas de tomada do poder, e
a tudo isso o presidente apátrida Juan Manuel Santos diz amén.
No dia 26 de julho,
a ditadura cubana comemorou o 62º aniversário do assalto ao Quartel Moncada, em
Santiago de Cuba, a segunda fortaleza militar do país, cujo feito acabou num
rotundo fracasso, e a centena de seguidores de Fidel Castro acabou morta ou na
prisão, entre os quais o próprio Fidel. Em Las Tunas, junto à Praça da
Revolução, o Ministério do Interior instalou um posto de “inspeção” para
controlar possíveis manifestações contrárias à ditadura. A sala de navegação de
internet não funcionou, e o empresa de telecomunicações informou com candura:
“não há conexão”. Isso poucos dias depois do restabelecimento das relações com
os Estados Unidos.
No mesmo domingo 26,
uns 60 opositores foram detidos em Havana após a marcha das Damas de Branco. As
mulheres assistiram a uma missa e depois se concentraram no parque Mahatma
Ghandi para prestar homenagem aos opositores Oswaldo Payá e Harold Cepero,
mortos há 3 anos e que, pelas circunstâncias, não há dúvida de que foram
assassinados pela ditadura. Antes da marcha várias mulheres já haviam sido
presas, bem como jornalistas independentes, e outros tiveram suas casas
sitiadas pela Segurança do Estado para não participar dessas manifestações.
Obama também já fala
em devolver a base naval de Guantánamo e mostra nítido interesse em suspender o
embargo, embora para tanto necessite da aprovação do Congresso. A pré-candidata
presidencial pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, está muito empenhada em
terminar com esse embargo, alegando que é preciso abandonar as “falidas
políticas do passado”, e fará campanha na Florida, reduto de exilados cubanos,
onde certamente não encontrará respaldo. Dois pré-candidatos republicanos, Jeb
Bush e Marco Rubio, se opõem vigorosamente ao fim do embargo e Marco Rubio, que
é cubano-americano, disse que se ganhar as eleições irá romper esse acordo
feito com Obama.
Sempre me
impressionou como governantes de países democráticos, que gozam de total
liberdade para decidir seus destinos, possam apoiar uma ditadura genocida e
terrorista como Cuba. E agora, com o apoio total do país mais poderoso do
mundo, livrando os ditadores Castro de qualquer responsabilidade por seus
crimes, com o apoio financeiro dado pelo Brasil com a ampliação do Porto de
Mariel e do aeroporto José Martí. Com a consagração de Cuba no II Encontro da
CELAC em janeiro do ano passado, Cuba, ou, mais precisamente, os velhos abutres
Castro, renascem das cinzas como uma fênix macabra, que engorda suas arcas
pessoais com milhares de euros e dólares, enquanto continuam oprimindo e
encarcerando aqueles que clamam por liberdade, trabalho digno e o direito a
três refeições por dia.
Cuba não tem nada a
oferecer aos empresarios estrangeiros, ávidos por lucros, pois não produz nada
além de miséria e fome. E prostituição como meio de sobrevivência. Para o
cubano a pé nada mudou, nada vai mudar, enquanto o principal não for destruído:
o maldito regime comunista e o fim do império castrista, do qual Obama é
admirador e principal mantenedor, por isso dá tudo que lhe é exigido sem
nenhuma contrapartida.
Publicado no Jornal Inconfidência.
Fonte: Mídia Sem Máscara
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