Por Celso Lungaretti
Como diria o Lênin, estamos num daqueles momentos em que
"é preciso dar um passo atrás para depois dar dois passos adiante".
Enquanto Dilma Rousseff estiver na Presidência e o Brasil em
recessão, sua popularidade minguará cada vez mais: o mau humor generalizado com
a queda de poder aquisitivo, acrescido da indignação também generalizada por
ela haver adotado a política econômica que jurou de pé juntos jamais adotar,
magnifica o impacto das acusações de corrupção que jorram profusamente das
operações Lava Jato e Acrônimo. A agonia lenta de Dilma é o pior dos mundos
possíveis.
Colocado numa permanente defensiva, o PT só tem forças para
tentar salvar a si próprio, enquanto as forças conservadoras vão impondo sua
pauta em toda linha, como se quisessem fazer o País voltar à Idade Média.
A direita não tem pressa: de hora em hora a situação da
Dilma piora. Seu desgaste vai aumentar até que haja algum tipo de ruptura. E,
quanto mais durar o impasse, mais a esquerda se desmoralizará, até ficar com a
imagem em frangalhos.
Lembrem-se: a força motriz de todo esse baixo astral é o
péssimo desempenho da economia brasileira. E não há hipótese de sairmos da
crise antes de 2017, nem garantia nenhuma de que a maré vá começar a virar
mesmo então.
Se hoje a Dilma só tem a aprovação de 10% dos brasileiros,
como estará, digamos, daqui a um ano? Com 1%? Não dá para esperarmos tanto. O
Brasil se esfarelará.
Então, se o PT hoje não estivesse tão aferrado ao poder pelo
poder, como o Lula tão bem diagnosticou, seria a hora de pensar seriamente na
renúncia de Dilma Rousseff.
Uma nova eleição jogaria a crise econômica no colo do PSDB e
PMDB (o primeiro certamente sairia das urnas como o administrador da massa
falida e o segundo como a eminência parda de sempre), tirando-os da cômoda
posição de surfarem na desdita brasileira.
Como num passe de mágica, os casos de roubalheira seriam
restituídos à sua dimensão habitual. Não existe sinceridade em tal furor
moralista por parte do stablishment brasileiro; a corrupção é intrínseca ao
capitalismo, jamais será erradicada sob o capitalismo, há raros períodos (como
o atual) em que convém aos poderosos jogá-la no ventilador, depois tudo volta a
ser como dantes no quartel de Abrantes. Já vimos esse filme várias vezes.
E a esquerda sairia da posição de vidraça que a paralisa,
voltando a ser estilingue. Poderia começar a combater os avanços conservadores,
tentando reconstruir-se na luta. Precisa reencontrar sua alma. Precisa
reencontrar-se com os seus.
Mas, claro, para tanto seria necessário existir um Lênin
entre nós, alguém com visão de estadista. Não há. Então, tudo indica que os passos
continuarão sendo dados todos para a frente... na direção do abismo e até o
mais amargo fim.
Fonte: Em Direita Brasil
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