Para Paulo Moreira Leite o grupo pode ser comparado àqueles
que marcharam em Roma no ano de 1922. O movimento, chamado de Marcha sobre Roma
marcou o fim da democracia Liberal na Itália e a ascensão de Benito Mussoline.
Obviamente os intervencionistas acampados nada tem em comum com aqueles citados
pelo referido jornalista.
O grupo de Brasília, na verdade, apesar de solicitar às
Forças Armadas que destituam a presidente Dilma Roussef, faz apologia a princípios
liberais, como menor intromissão do estado nos negócios e na vida particular do
cidadão, exactamente o contrário do que pregavam os fascistas italianos.
Na verdade sabemos que é muito difícil que as Forças
Armadas, que tem comandantes escolhidos pela própria Presidente da República,
se movam para destituir qualquer membro desse governo.
Essa semana o General Villas Boas deixou escapar uma
crítica contra a Comissão da Verdade.
Mas, percebe-se que o comandante evita a todo custo criticar qualquer coisa
ligada a Presidente ou ao seu partido.
Quando os militares interviram, em 1964, houve uma
mobilização nacional nesse sentido, com participação da Igreja Católica e
vários veículos de imprensa. O que atualmente não ocorre. Contudo, o grupo
acampado na Esplanada dos Ministérios, que representa uma quantidade gigantesca
de pessoas, que lotam todos os dias as redes sociais das Forças Armadas com
comentários pedindo intervenção militar, mostra que a parcela da sociedade que
acredita que não há mais solução política para a crise atual aumenta a cada dia.
O próprio acampamento é prova física disso. Há duas semanas havia apenas duas
barracas e algumas faixas, hoje já pode-se muitas tendas, um gerador e três
caminhões lotados de letreiros pedindo intervenção militar.
Por enquanto a mídia finge que eles não existem, certamente
por medo do negócio se agigantar. Porém, se continuar desse jeito em poucas
semanas haverá milhares de pessoas no local e aí não dará mais pra esconder.
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