Por Reinaldo Rocha
Luiz Ignácio falou! Uma repetição enfadonha sobre a mídia
que ele quer ver controlada e duas novidades. Uma delas: quer que Dilma saía às
ruas. O que a afilhada deve dizer? Segundo o padrinho, é hora do beijo e do
olho no olho. Esta é a receita. Seria cômico ver Dilma nas ruas olhando
fixamente os olhos de quem reclamasse do estelionato eleitoral. Pior: dando um
beijo no cidadão indignado.
Esta é a receita de Lula. Nada sobre a farsa ou o desastre
anunciado que somos obrigados a vivenciar. Um olhar profundo e um beijo. É para
isto que Lula quer ver Dilma nas ruas onde não pode pisar, pois sempre é
acompanhada de um panelaço. Estaria Lula tentando jogar Dilma aos leões? É da
natureza dele. José Dirceu que o diga.
O segunda novidade é um mea culpa parcial. Usa um
majestático “nós” para definir o que é o PT. Ele sempre recorre a esse “nós”
faz questão de se excluir.
Quer dizer então que o PT está só interessado em cargos e
empregos? Foram os milicianos que hoje defendem suas sinecuras que inventaram
este aparelhamento cruel, que colocou a meritocracia abaixo da contribuição
partidária? Ou o lulopetismo criou esse
monstro que hoje Luiz Ignácio diz que precisa ser combatido?
Alguém enxerga um traço tênue de sinceridade nisto? Está
claro que Lula bate na cria (ou poste) e agora tenta dissociar-se do próprio
PT. Deixando cargas pelo caminho e tentando o impossível: isentar-se da
responsabilidade.
Quer Dilma nas ruas para ser humilhada. Não diz o que Dilma
deveria dizer. Nem o que fazer, exceto distribuir olhares intensos (olhos nos
olhos) e beijos. Nenhuma palavra sobre um caminho, o reconhecimento de erros,
as correções necessárias, o bolivarianismo e outras barbaridades. Que Dilma
escute panelaços.
E agora, o lobista-mor (acima de “consultores de tráfico de
influência e corrupção”, nova modalidade criada pelo PT ainda não tributável
nos ISS da vida) diz que a companheirada que está pendurada nas tetas de
qualquer cargo público, quer somente saber do emprego e do cargo.
É o caso típico do assaltante de bancos recriminando o
trombadinha.
Nessa pantomima sem nexo ou lógica, resta claro uma
motivação: medo da cadeia!
O líder máximo do PT abandonou a afilhada, o partido e quer
que esqueçamos o passado. Dele.
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