DEU ATÉ ECO - Petistas não ocuparam nem 30% dos
lugares no
Congresso Estadual do PT, realizado na
sexta-feira 22 em São Paulo
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Prefeitos de redutos históricos do partido negociam a saída
da legenda preocupados com o antipetismo em São Paulo. De olho nas eleições de
2016, o PSB é o provável destino
A esvaziada abertura do Congresso Estadual do PT em São
Paulo, na sexta-feira 22, compôs o retrato da deterioração do partido no
Estado. Como se constata na foto acima, as cadeiras dispostas na quadra do
Sindicato dos Bancários, antes disputadíssimas, desta vez, careciam de donos.
Ao menos 70% delas não foram ocupadas. Nem mesmo o anúncio da presença do
ex-presidente Lula motivou os petistas a comparecer. Para não passar pelo
constrangimento de ser visto diante de plateia tão reduzida, Lula preferiu
cancelar a ida ao evento. No segundo dia do Congresso, Marco Aurélio Garcia,
assessor especial da Presidência, desabafou: “Nunca vi uma reunião do PT tão
esvaziada quanto ontem, quando se anunciava que o Lula viria, e tão esvaziada
quanto hoje, quando no passado as pessoas disputavam o crachá para estar aqui”.
O crescimento do sentimento antipetista em São Paulo somado a atitude
pusilânime da militância e a falta de perspectiva de reversão deste quadro têm
levado lideranças do PT no Estado a planejar deixar a legenda. Preocupados com
seu futuro político, que estará em jogo nas eleições municipais de 2016,
prefeitos e vereadores de cidades paulistas dominadas pelo PT já abrem diálogo
com o PSB com o objetivo de migrar para a legenda antes de outubro – prazo
limite para a troca de partido visando ao pleito do próximo ano.
A crescente rejeição ao PT em São Paulo já atingiu redutos
tradicionais do partido no Estado. Um caso emblemático é o da cidade de
Hortolândia. Comandado pelo PT desde 2005, o município foi o único onde o então
candidato Alexandre Padilha (PT) conseguiu superar Geraldo Alckmin (PSDB) na
disputa pelo governo de São Paulo. Agora, a cidade de 212 mil habitantes figura
entre aquelas em que políticos do PT, temendo o infortúnio eleitoral em 2016,
ensaiam sair da sigla rumo ao PSB, seguindo o mesmo caminho trilhado pela
senadora Marta Suplicy, que será oficializada na nova casa em junho. O cenário
se repete nas cidades de Araçatuba, Bragança Paulista, Jaú e Itupeva.
Nas últimas semanas, as conversas comandadas pelo
vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), ganharam força. “Tenho sido
procurado sim por prefeitos do PT. O diálogo conosco está aberto”, afirmou
França à ISTOÉ. O prefeito de Itupeva, Ricardo Bocalon (PT), admite ter
conversado com o PSB. Embora ainda não tenha sacramentado a saída do PT, o
discurso de partida já está bem ensaiado. “Eu e outros prefeitos do partido
estamos pedindo à direção para darem mais atenção às cidades menores em que o
PT governa. Se as coisas não mudarem, vamos buscar uma outra alternativa”. Na
tentativa de estancar a deserção, dirigentes do PT têm realizado viagens às
cidades comandadas pelo partido com o objetivo de convencer potenciais
desertores de sua importância para a sigla. Pode ter sido tarde.
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