Stálin é a figura de louvor do PCdoB, o mais fiel e antigo aliado do PT.
Com a desculpa de celebrar um capítulo da vitória dos Aliados contra a Alemanha
nazista, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) fez uma verdadeira homenagem ao
genocida Josef Stálin, responsável pela morte de mais de 60 milhões de seres
humanos.
O PCdoB publicou em seu site o editorial “Em 9 de maio, os 70 anos da gloriosa vitória de um ideal”, no qual confunde propositalmente a derrota dos nazistas com “a vitória do ideal comunista”, uma falsificação da História que lembra as profecias de Orwell:
O PCdoB publicou em seu site o editorial “Em 9 de maio, os 70 anos da gloriosa vitória de um ideal”, no qual confunde propositalmente a derrota dos nazistas com “a vitória do ideal comunista”, uma falsificação da História que lembra as profecias de Orwell:
“O 9 de maio representa a derrocada da ideologia mais
reacionária, terrorista e criminosa que o capitalismo produziu, o
nazi-fascismo[…] Marca também uma retumbante vitória dos povos da União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas e do movimento comunista internacional,
indubitavelmente os principais protagonistas da luta antifascista.”
Os falsificadores da História que escreveram a frase
mentirosa acima certamente querem nos fazer esquecer o pacto Nazi-Soviético,
assinado agosto de 1939 pelo camarada Stálin e Adolf Hitler, dois adoradores do
Estado forte, intervencionista e autoritário.
O pacto celebrado entre Stálin e Hitler proibia agressões
mútuas, vetava alianças com inimigos dos signatários e determinava que
possíveis discordâncias fossem resolvidas com uma “amigável troca de opiniões”.
Ou seja, nazistas e comunistas estiveram no mesmo barco.
Com a eminente deflagração da guerra, Stálin e Hitler
queriam partilhar as conquistas entre eles, criando duas grandes esferas de
influência, uma alemã, outra soviética. A Polônia, rasgada em duas na altura do
rio Bug, seria apenas o primeiro prêmio a ser dividido.
Mas esta bonita história de amor entre nazistas e comunistas
terminou abruptamente em junho de 1941, quando a Alemanha, sem prévio aviso,
invadiu o território soviético. Foi então que Stálin decidiu se travestir de
antifascista e lutar ao lado dos capitalistas burgueses.
O editorial do PCdoB é tão mentiroso que vende um passado
surreal no qual a verdadeira guerra foi travada entre comunistas e
anticomunistas, ignorando o fato de que Hitler, Mussolini e Stálin se admiravam
mutuamente e odiavam a democracia liberal.
Os falsificadores do PCdoB apresentam um Stálin bondoso e
libertador que seria exatamente o oposto do malvado e tirano Hitler:
Na arena internacional, Stálin tentou incansavelmente estabelecer alianças militares contra o nazismo, especialmente com a Inglaterra e a França, sempre recusadas, pois havia o desejo secreto de que Hitler derrotasse os comunistas soviéticos.
Na arena internacional, Stálin tentou incansavelmente estabelecer alianças militares contra o nazismo, especialmente com a Inglaterra e a França, sempre recusadas, pois havia o desejo secreto de que Hitler derrotasse os comunistas soviéticos.
O historiador Timothy Snyder lembra que havia mais
semelhanças do que diferenças entre nazistas e comunistas. Na verdade, eram
dois impérios totalitários da Europa mantidos pela escravização de povos
inteiros, coletivizações e, é claro, genocídio:
“Hitler e Stalin dividiam certa estratégia de tirania: eles causavam catástrofes, culpavam o inimigo de ocasião e depois usavam as mortes de milhões para alegar que seus atos eram necessários. Os dois tinham utopias transformadoras, um grupo para culpar quando suas realizações se provavam impossíveis e uma estratégia de assassinato em massa que podia ser proclamada como uma vitória ersatz (falsa)”
Os nazistas mataram milhões de judeus; os comunistas mataram
de fome milhões de ucranianos. Calcula-se que 3,3 milhões morreram de inanição
na Ucrânia dominada pelos soviéticos, na fome de 1993 que se seguiu à
coletivização destrutiva de Stalin.
“Hitler e Stalin dividiam certa estratégia de tirania: eles causavam catástrofes, culpavam o inimigo de ocasião e depois usavam as mortes de milhões para alegar que seus atos eram necessários. Os dois tinham utopias transformadoras, um grupo para culpar quando suas realizações se provavam impossíveis e uma estratégia de assassinato em massa que podia ser proclamada como uma vitória ersatz (falsa)”
Snyder ainda lembra os cerca de 250 mil cidadãos soviéticos,
predominantemente poloneses, mortos devido à sua origem étnica entre 1937 e
1938. Às vezes, a polícia pegava nomes poloneses de guias telefônicos, ou fazia
prisões em massa em igrejas polonesas.
O camarada Stálin foi também responsável pela morte de cerca
de 700 mil bolcheviques e militares nos chamados Processos de Moscou, no qual a
maioria das “confissões” era obtida por meio de tortura. Matou, torturou e fez
desaparecer seus adversários no partido.
Stálin, enfim, é a figura de louvor do PCdoB, o mais fiel
e antigo aliado do PT, aquele partido que quer "humanizar as
redes" e "democratizar a mídia".
ATUALIZAÇÃO: Após centenas de mensagens
negativas em sua fanpage, o PCdoB retirou a postagem com o texto do editorial
supracitado e a foto de Josef Stálin. Mas o texto continua no site do partido.
____________
Thiago Cortês é jornalista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário