Por Danielle Cabral Távora
O objetivo da manobra é que o fundo, administrado pela Caixa
Econômica Federal e destinado a investimentos em projetos de infraestrutura,
cubra um terço do rombo do banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social, que na última década privilegiou os apaniguados dos donos do poder.
De início, a Fazenda solicitou R$ 15 bilhões sob o argumento
de que o dinheiro seria destinado ao plano de novas concessões do governo
federal. Entretanto, apurou-se que o dinheiro será usado para cobrir dívidas do
BNDES, que não terá repasse do Tesouro – em 2014 o repasse ao banco de fomento
foi de R$ 60 bilhões.
O pedido formal foi feito na última quarta-feira (29). Pelas
regras, o FI-FGTS não pode investir em bancos, privados ou públicos. Para
viabilizar mais essa manobra malandra do governo do PT seria necessária uma
mudança nas regras do fundo, assunto que cabe ao conselho curador do FGTS. No
primeiro ano de atuação, o fundo recebeu R$ 7 bilhões em debêntures (título de
crédito) do BNDES, sendo que entre R$ 3 bilhões e 4 bilhões já foram pagos.
O conselho, composto por 24 membros, é contra a ação, porém
a maioria é do governo – tanto que o BNDES acredita que a operação terá sucesso.
A decisão então volta ao FI-FGTS e seus 12 integrantes. Com apenas nove votos a
mudança será aprovada.
O BNDES afirma não ser possível avaliar sua necessidade de
recursos, mas é menor que 2014, avaliada em R$ 188 bilhões. Além do FI-FGTS, o
banco tentará arrecadar US$ 15 bilhões com a emissão de papeis do banco no
País.
Publicado originalmente no site UCHO.INFO
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