Na quinta-feira (26), a Polícia Federal prendeu o presidente
do Grupo Galvão, Dario de Queiroz Galvão. As empresas do grupo doaram R$ 1,4
milhão para a campanha de Gleisi na disputa pelo governo do Paraná em 2014.
Acontece que essas doações, assim como todas feitas pela Galvão, estão sob
suspeita.
A prisão de Dario Galvão deixa a petista Gleisi em pânico,
pois aumenta a possibilidade de ser denunciada em nova delação premiada. A
senadora já foi incluída na lista do procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, por ter sido delatada pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa,
e pelo doleiro Alberto Youssef. Nos depoimentos de ambos, a senadora foi
acusada de ter embolsado, em 2010, R$ 1 milhão desviado da Petrobras.
Em 2014, a ex-chefe da Casa Civil da Presidência arrecadou
R$ 21 milhões (registrados no TSE) para sua campanha ao governo do Paraná,
sendo que boa parte desse dinheiro veio de empreiteiras envolvidas nos desvios
da Petrobras, que estão sendo investigadas no âmbito da Operação Lava-Jato.
O dinheiro frio com origem no Petrolão entregue a Gleisi
Hoffmann é o quesito que a Polícia Federal tem da forma mais documentada e com
as mais detalhadas informações. Sabe-se, por exemplo, quem recebeu para Gleisi:
foi um empresário curitibano dono de um shopping popular. Sabe-se também quem
levou o dinheiro para Curitiba: Rafael Angulo Lopez, o mensageiro de Youssef,
que repassou os recursos em quatro parcelas, em dinheiro vivo, nas dependências
do tal shopping. Sabe-se até mesmo a data exata de uma das entregas: 15 de
julho de 2010, estabelecida pela PF com base em um voo de Angulo para a capital
paranaense.
Apesar dessa fartura de elementos incriminadores, a defesa
de Gleisi Hoffmann continua adotando uma linha que nos tempos do então
presidente Lula seria considerada “aloprada”. Para tentar rebater as
gravíssimas acusações feitas pelo ex-diretor da Petrobras e pelo doleiro, o advogado
da senadora tenta colocar em dúvida as acusações, baseada em pequenas e
irrelevantes inconsistências nos depoimentos dos delatores. Essa linha pífia e
tênue tende a naufragar de vez no momento em que mais uma delação – ou novos
indícios de recebimento de propina – surgir no horizonte da Lava-Jato.
A prisão do presidente do Grupo Galvão aumenta de forma
exponencial a possibilidade de novas provas incriminadoras contra Gleisi. O
mandato conquistado com o uso de dinheiro de origem duvidosa pode estar com os
dias contados.
Publicado originalmente no site UCHO.INFO
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