quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A nossa Liberdade

Por Gen Bda Paulo Chagas
 
Liberdade para quê? Liberdade para quem?

Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar?

Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e hipócritas?

Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura 26!

Fala-se muito em liberdade!

Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumê!

Mas, afinal, o que se vê?

Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros, negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia.

Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos “bullying”, conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas, crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas.

Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras invadidas, favelas atacadas, policiais bandidos e assaltos a mão armada.

Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e seqüestros. Uma terra em que a família não é valor, onde menores são explorados e violados por pais, parentes, amigos, patrícios e estrangeiros.

Mas, afinal, onde é que nós vivemos?

Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças.

Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos. É aqui, na terra da “liberdade”, que encontramos a “cracolândia” e a “robauto”, “dominadas” e vigiadas pela polícia!

Vivemos no país da censura velada, do “micoondas”, dos toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência pacífica do contraventor e com o homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e a vida de dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas cientificas de anos, irrecuperáveis!

Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?

Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a controla?

Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos de paz?

E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do crime, do desmando e da desordem?

Quanta falsidade, quanta mentira quanta canalhice ainda teremos que suportar, sentir e sofrer, até que a indignação nos traga de volta a vergonha, a auto estima e a própria dignidade

Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de volta a nossa liberdade?



Publicado originalmente no site Atualidades  – Gen Paulo Chagas

Um comentário:

  1. Excelente texto! Qualquer adjetivo positivo que eu der peca.. basta só ler e reler!

    Estamos deixando nos governar pela inversão dos valores: primeiro os números e depois a realidade objetiva(recursos naturais).

    Se o desenvolvimento se inicia e depende da infra-estrutura.
    Não há progresso ou manutenção sem bens naturais como energia por exemplo.
    Isso parece óbvio, mas os governantes seguem primeiro os cálculos de convenções econômicas sem base material[uma base puramente artificial como a precificação], para então, somente depois se preocuparem com os recursos naturais...

    Estamos vivendo em um tempo de máquinas muito precisas que calculam usando uma lógica do antiga! É uma vergonha para os países de primeiro mundo aplicar métodos de "Dois Tratados sobre o Governo" de 1689 de John Locke, e ainda o discurso da propriedade privada de Adam Smith. Em pleno século XXI ainda acreditam em uma "mão invisível" sobre a economia e em uma "raça de trabalhadores"? Vamos acordar? Não há nem mão invisível e nem raças - a humanidade está no mesmo planeta e se não cuidarmos dele vamos todos para uma grande cova.

    Assim compartilho a questão do desequilíbrio na "auto-estima" e as consequências nas escolhas políticas:

    I Delirante amor próprio e pífio amor para com os outros: Nazistas, Fascistas, Autoritaristas, Totalitaristas, Ditadores, etc. /
    II Excedido amor próprio e pouco amor para com os outros: Capitalistas Ultra-Conservadores, Capitalistas Neo-liberais,etc./
    III Acanhado amor próprio e provável amor aos outros: Socialistas Soviéticos, Socialistas Maoistas, Socialistas Católicos, etc. /
    IV Abundante amor próprio e grande amor aos outros: Anarco-sindicalistas, Comunalistas, Socialistas Cooperativistas, etc. /
    V Legítimo amor próprio e justo amor para com os outros: Ambientalistas, Ecologistas, Ecotecnocratas, etc,

    ResponderExcluir