Por Ucho Info
A presidente da República e seus assessores mais próximos só
souberam do “downgrade” no início da noite, quando várias agências de notícias
começaram a divulgar a decisão da classificadora de riscos Standard &
Poor’s (S&P).
O fato causou um enorme mal-estar no Palácio do Planalto,
mas um dos argumentos usados por Levy para o sigilo seria não permitir
vazamentos enquanto o mercado financeiro ainda estivesse em funcionamento, o
que para muitos ministros não justificaria deixar a presidente da República
desinformada.
Na verdade, Joaquim Levy conhecia a decisão da S&P desde
a semana anterior, quando jantou com empresário em São Paulo, que lhe antecipou
o fato que estava prestes a se tornar público.
O Planalto inclusive acredita que, caso o ministro da
Fazenda tivesse avisado com antecedência, o governo teria a oportunidade de
traçar uma estratégia para o caso de confirmação do rebaixamento, como, por
exemplo, preparar outras notícias para se contrapor ao fato negativo.
Para piorar a situação, no dia do anúncio Levy
enclausurou-se na sede do Ministério da Fazenda em São Paulo e, apesar de a
presidente ter ordenado que ele falasse à imprensa, o ministro mandou que
impedissem a entrada de profissionais de comunicação no edifício. Assim, os
jornalistas não tiveram sucesso, mesmo depois de telefonaram para pedir ajuda
ao Palácio do Planalto, que tentou liberar a entrada.
Joaquim Levy só divulgou nota oficial sobre o “downgrade”
por volta de 22 horas, quando também concordou em conceder a entrevista ao
“Jornal da Globo”. Apesar disso, a improvisação do ministro na entrevista foi
considerada um desastre pelo governo.
Levy e sua equipe estão bastante descontentes com a condução
da política econômica de Dilma Rousseff, já que a petista continua sem ter
certeza sobre o tamanho dos cortes que necessita fazer no Orçamento do próximo
ano, como forma de preencher o rombo inicialmente previsto na casa dos R$ 30,5
bilhões. A posição ortodoxa de Levy em relação a mais cortes, além de alguns
impostos, continua enfrentando resistência no Palácio do Planalto.
É necessário destacar que o ministro e o secretário da
Receita Federal, Jorge Rachid, estavam demissionários na quarta-feira (2).
Decidiram rever a decisão em suas cadeiras apenas após o presidente do
Bradesco, Luiz Trabuco, conversar com Dilma Rousseff, como antecipou o UCHO.INFO.
Foi por essa razão que naquela data houve um jantar com empresários para
recepcionar Levy em São Paulo.
Na ocasião, o ministro da Fazenda afirmou de maneira clara a
todos os presentes ao encontro que tentará mais um pouco a implantação do
ajuste fiscal, até por volta do fim do ano e, se não tiver sucesso, terá de
sair. Essa declaração confirma notícia antecipada pelo site, que afirmou que
Joaquim Levy aguarda um momento propício para deixar o desgoverno da petista
Dilma. (Daniel Cabral Távora e Ucho Haddad)
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