Por Ucho.Info
Ambos os movimentos
realizarão atos em Brasília em frente ao Tribunal de Contas da União (TCU) –
que analisa o balanço contábil do governo Dilma. Também protestarão em frente à
residência do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), que deve
ser o responsável por conduzir a votação das contas de Dilma no Congresso
Nacional.
Na última semana, o
ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, em
caráter liminar, que as contas de Dilma precisam ser votadas por sessão
conjunta – formada por deputados e senadores, não separadamente pelas Casas
Legislativas. Esta decisão tirou poder do presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vinha ditando o ritmo do processo de apreciação do
balanço contábil de Dilma.
Desta forma, uma
eventual votação pelos parlamentares das contas deveria ser conduzida por
Renan, que já foi alvo dos protestos no domingo por ter se aproximado do
Palácio do Planalto e ter feito gestos políticos que têm ajudado Dilma a sair
do sufoco.
“Nossos próximos
atos, que não serão em massa, estarão focados na questão do julgamento das
pedaladas fiscais e demais irregularidades nas contas da Dilma pelo TCU. Não
temos data ainda. Vamos começar a decidir isso hoje [segunda-feira]”, revelou
um dos líderes do “Vem Pra Rua”, o empresário Rogério Chequer. “É necessário
que a campanha de Dilma também seja investigada”.
Sobre as
manifestações do último domingo, na avaliação dos movimentos, os grupos que
organizam os atos conseguiram alinhar os discursos uns com os outros. “Não foi
a menor manifestação, nem a maior. Mas foi a melhor, pela unificação do
discurso dos movimentos e pela maior politização dos manifestantes”, ressaltou
Renan Haas Santos, um dos porta-vozes do MBL.
Chequer atribuiu a
uniformização dos discursos ao levantamento das insatisfações feito pelos
movimentos. “Foi interessante ver que o coro estava mais uniforme de norte a
sul do Brasil. O que se ouviu foram as mesmas coisas: impeachment [de Dilma],
apoio a investigações [em relação à Operação Lava Jato] e o repúdio ao retorno
de Lula”, afirmou Chequer. “É resultado de levantamento de quais são as
insatisfações”, completou.
O empresário disse
ainda discordar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que escreveu, na
segunda-feira (17), no Facebook, que uma eventual renúncia de Dilma seria um
“gesto de grandeza” da petista.
“O problema da
renúncia é que a gente depende única e exclusivamente de Dilma, que não tem
tomado as melhores decisões ultimamente. O impeachment não acaba dependendo
dela. Acontece que o país vai sofrer muito pelo tempo que isso pode demorar”,
disse Chequer. “Ainda sinto falta de mensagem mais alinhada vindo do PSDB”,
finalizou. (Danielle Cabral Távora)
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