Por Paulo Roberto Gotaç
Significado do crucifixo dado por Evo Morales
ao Papa
Francisco
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Na sua ânsia de
tentar mudar a face da igreja católica, colocando-a a serviço dos mais
necessitados, criticando o consumismo, como expresso na sua encíclica Laudato
si, e demonstrando simplicidade e despojamento por todos o países que visita
mundo afora, o Papa Francisco é obrigado a ouvir resignado a observação do
cocaleiro Evo Morales, através da qual este declara sentir-se feliz e
esperançoso ao receber Sua Santidade depois de "momentos na História em
que a Igreja foi obrigada a subjugar e
oprimir ", referindo-se àqueles mesmos acontecimentos pelos quais o Papa
recorrentemente se desculpa, numa especie de "meu passado me
condena".
Mas nada se compara à surpresa estampada em seu semblante
quando foi presenteado por Evo, que na ocasião exibia um certo sorriso maroto,
com um estranho e assimétrico crucifixo com a desnecessária forma da foice e do
martelo, simbolo do comunismo.
"Isso não está certo"(sic).
Assim reagiu o Papa Francisco, segundo tradução
divulgada pela provedora de notícias
relacionadas ao catolicismo, Catholic News Agency (CNA), ao desconforto gerado
pelo inusitado presente, embora não se tenha esquivado de recebê-lo.
Não há dúvida que, com esta polêmica oferenda, o presidente
boliviano roubou a cena e esvaziou a importância da visita do sumo pontífice,
mudando o foco do evento principal para uma pirueta política da qual foi o
maior beneficiário, no contexto de uma disputa conflituosa entre seu governo e
as autoridades eclesiásticas de seu país que teve seu auge mais ou menos na metade da última
década.
Isso está certo, Sr . Evo?
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Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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