Por Stefano Gennarini

NOVA IORQUE, EUA (C-Fam) A nova encíclica do Papa Francisco
sobre o meio-ambiente fez um impacto nas negociações da ONU nesta semana. Mas
na correria para frisar suas informações sobre mudança climática, a condenação
vigorosa que ele fez do aborto e do controle populacional permanece
negligenciada.
Nas negociações desta semana sobre desenvolvimento
sustentável na Assembleia Geral, María Emma Mejía Vélez, embaixadora da
Colômbia, disse que a encíclica do papa sobre “mudança climática” era relevante
para a agenda de desenvolvimento da ONU.
A nova encíclica papal sobre o meio-ambiente, “Laudato Si,”
tem sido descrita como um “golpe
pesado” para os que frisam as causas humanas da mudança climática. Deu o
apoio moral do Papa Francisco, e 1 bilhão de católicos guiados por ele, aos
planos do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon para um acordo obrigatório global
de mudança climática em dezembro.
O embaixador Macharia Kamau do Quênia, que está conduzindo
as negociações, invocou a encíclica durante um debate sobre a noção de
“fronteiras planetárias,” uma frase muitas vezes usada por Jeffrey
Sachs que expressa o temor de que a terra não terá recursos
suficientes para sustentar a população do mundo.
“‘Fronteiras planetárias’ é preocupante para pessoas que não
leram a encíclica… Não, só estou brincando,” Kamau disse sorrindo, sugerindo
que a antiga oposição da Igreja a ideologias que veem os seres humanos como
parasitas havia sido abandonada pelo Papa Francisco.
Aliás, a carta papal condena o
aborto e o controle populacional, bem como as ideologias que os promovem como
meio de reduzir o excesso populacional frente às “fronteiras planetárias” da
terra.
O papa repreende os que oferecem justificativas fáceis para
o aborto e pede que os cristãos apresentem argumentos contra essas ideologias.
“Já que tudo é inter-relacionado,” ele escreve, “a
preocupação com a proteção da natureza é também incompatível com a
justificativa do aborto. Como é que podemos genuinamente ensinar a importância
da preocupação por outros seres vulneráveis, por mais incômodos ou
inconvenientes que sejam, se não conseguimos proteger um embrião humano, até
mesmo quando sua presença é incômoda e cria dificuldades?”
O papa denuncia até formas sutis de controle populacional
sob o pretexto de assistência de desenvolvimento.
“Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar em
maneiras como o mundo pode ser diferente,” ele escreve, “alguns só conseguem
propor uma redução na taxa de natalidade. Às vezes, os países em
desenvolvimento enfrentam formas de pressão internacional que tornam a
assistência econômica dependente de certas políticas de ‘saúde reprodutiva.’”
Algumas das mensagens teológicas mais fortes na encíclica
incluem preocupações com o embrião humano, inclusive descrevendo o aborto como
um “sinal impressionante de uma desconsideração pela mensagem contida nas
estruturas da própria natureza.”
E o papa critica os ambientalistas que querem limites na
ciência no que se refere ao meio-ambiente e animais, mas rejeitam fazer a mesma
coisa com a vida humana.
“Esquecemos que o valor inalienável de um ser humano
transcende seu grau de desenvolvimento,” ele escreveu.
O cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho
para Justiça e Paz fará uma apresentação sobre a encíclica na sede da ONU na
próxima semana. Talvez ele ajudará a focar na preocupação dos papas por mais de
50 milhões de vítimas do aborto a cada ano.
As Metas de Desenvolvimento Sustentável serão finalizadas em
julho e serão adotadas em torno da época em que o Papa Francisco visitar a ONU
em setembro. As metas decidirão como bilhões de dólares em ajuda de
desenvolvimento serão usados nos próximos 15 anos. No momento, organizações que
fornecem e promovem o aborto estão prontas para se beneficiar de modo
considerável das novas metas de desenvolvimento.
Tradução: Julio Severo
Fonte: Friday Fax
Divulgação: Júlio Severo
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Comentário de Julio Severo: A recente
encíclica do papa sobre ambientalismo está fazendo sucesso imenso. Talvez seja
o documento ambientalista mais famoso da história. Talvez o que tenha garantido
tal sucesso seja que, diante de uma grande mídia mundial controlada pela
esquerda, o Vaticano tenha convidado importantes personalidades esquerdistas
para sua elaboração. A mídia deu destaque abundante para a encíclica, mas
ignorou que seu conteúdo também tem posturas contra o aborto. A esquerda ficou
com o que lhe interessa: posturas pró-ambientalismo. Nós ficamos com o que nos
interessa: posturas contra o aborto. No final, a encíclica tem trechos para
todos os gostos esquerdistas e conservadores.
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