Por Ucho.Info
Como se sabe, a remessa foi feita a pedido de Alberto
Youssef, que agiu a mando de Paulo Roberto Costa, para atender um pedido do
então ministro Paulo Bernardo da Silva, marido de Gleisi. Tudo isso já está
documentado no processo. Falta ouvir o empresário e é nesse sentido que estão
sendo feitos manobras pesadas nos bastidores. A questão pode atingir
diretamente a OAB do Paraná, já que alguns desses advogados ocupam cargos de
destaque dentro da instituição. Porém, a investida dos três causídicos não deu
resultado. E há desdobramentos que chegam à Brasília.
Declarações do doleiro Alberto Youssef, em depoimento
prestado à Polícia Federal, em Curitiba, detalham o suposto pagamento de
dinheiro desviado do esquema de corrupção na Petrobras para a campanha da
senadora Gleisi Hoffman, em 2010. O pedido de ajuda financeira, segundo o
doleiro, partiu do marido da senadora e foi pago ao tal empresário de Curitiba
“em três ou quatro operações”.
Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo
Roberto Costa, confirmam o pagamento para Gleisi, mas entram em contradição
sobre o ponto de partida do pedido. Youssef disse que Costa contou a ele sobre
a solicitação de Paulo Bernardo antes de ordenar a entrega do dinheiro. Já o
ex-diretor, em depoimento, afirmou que soube pelo doleiro que o ex-ministro
queria recursos para a campanha da mulher e autorizou o repasse. Na agenda de
Costa há o registro de um pagamento com as iniciais “PB”, referentes ao marido
da senadora, segundo ele.
Alberto Youssef disse que repassou que terceirizou a tarefa
de entregar o dinheiro a Gleisi. Afirmou, ao jornal “O Globo”, entretanto, que
para definir como seria repassado o dinheiro recebeu, “uma ou duas vezes”, em
2010, em seu escritório em São Paulo, o interlocutor de Gleisi. Depois de
descrevê-lo como um “senhor com aproximadamente 48 a 55 anos, (que) não era
alto, pessoa clara, pele branca, cabelo baixo”, foi confrontado pelos
investigadores com uma foto do dono do tal shopping popular, reconhecido
imediatamente pelo delator ao se deparar com fotografias apresentadas pelos
policiais.
“O declarante confirma, sem sombra de dúvidas e com 100% de
certeza, gue se trata da pessoa que esteve em seu escritório e para a qual
foram entregues os valores de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffman”, destaca a
transcrição do depoimento de Youssef. Ele diz que o empresário se apresentou
como alguém “próximo de Gleisi Hoffman e Paulo Bernardo”, que “conhecia muitos
políticos em Curitiba” e que “deu a entender que era uma espécie de coordenador
de campanha (de Gleisi ao Senado)”.
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