Por Heitor de Paola
Agora, no entanto, extrapolou quaisquer limites ao chamar o bandido
Abbas de “anjo da paz”! Um Papa deveria no mínimo ter cuidado ao usar a palavra
Anjo, os Emissários do Deus Judaico-Cristão, papel que não pode ser atribuído a
um assassino precisamente de Judeus e Cristãos. Nem comento a palavra “paz”
pelo ridículo da expressão dirigida a um terrorista! Quem será o diabo na
história de Francisco? Israel? Os Judeus?
Estará Francisco tentando voltar ao anacrônico antissemitismo católico,
agora no pior dos mundos, pois unido à Teologia de “libertação” comunista?
Enquanto os jovens da PUC-GO se arriscam para mostrar os desvios teológicos da
CNBdoB, o próprio Chefe da Igreja incorre nas mesmas heresias, negando seus
sucessores Leão XIII, Pio XI, Pio XII e João Paulo II que afirmavam que todo
católico que entrasse em conluio com comunistas estava automaticamente
excomungado?
Abaixo um excelente artigo sobre o caso.
Heitor de Paola
Crianças libanesas treinando para a Jihad pelo Hezbollah. Serão eles os
“anjos da paz”?
Por Ugo Volli - (da série “Cartões postais da Eurábia”)
Caros amigos,
O mundo muda, a contra-ofensiva histórica do islamismo agora chega na
forma militarmente organizada a algumas dezenas de quilômetros de nossas
fronteiras (na Líbia) e com vanguardas armadas (terrorismo) já no coração da
Europa, a América de Obama se curva (pela covardia e a ideologia do presidente,
mas também pela fadiga da opinião pública e das dificuldades econômicas e
militares) para a arrogância de um país, somando tudo, pequeno e economicamente
insignificante como o Irã de frente a cada ameaça e a cada inimigo explícitoa,
do Iêmen à Crimea passando por Cuba, o Ocidente foge, tentando apaziguar o
inimigo, fazendo concessões, desarmando amigos.
O mundo muda, mas não para melhor: as ditaduras se estendem, os Estados
democráticos diminuem, as revoluções democráticas (lembrem-se da “verde” em
Teerã, há alguns anos atrás) são traídas e abandonadas à própria sorte. O
autorirtarismo avança. O mundo muda, as democracias estão mais isoladas, estão
sendo experimentadas (na China, na Turquia, na Rússia) formas de autoritarismo
modernista. No entanto, permanece intacto ódio pelo Ocidente, a matriz de todo
o mal para bilhões de pessoas ideologizadas pelas diversas variantes do Islã,
daquilo que resta do comunismo, do neoperonismo da América do Sul, e das formas
híbridas destas doenças políticas. Não importa que todas essas populações
adotem os objetos e rituais da cultura material ocidental, a partir dos
smartphones às calças de brim e até o Facebook, o ódio à liberdade não é
incompatível com o consumismo.
E, naturalmente, esse rancor, na sequência, focaliza-se no
antissemitismo, no temor e na agressividade contra a pequena nação que sempre
se manteve espiritualmente livre e há quase 70 anos obteve o imperdoável erro
de ganhar também a liberdade política, violando a teologia política islâmica,
assim como a cristã e a marxista, que todas as três a queriam como escrava e
sofredora pelo mal de não ter-se convertido, e ficando servil e diluída nas
grandes grandes massas populacionais do mundo.
O aspecto mais chocante desta situação é que a cultura ocidental
assumiu para dentro de si esse ódio. O ódio contra si, levando todos os
pecados, tentativa mais ou menos consciente de desistir de seu lugar no mundo e
destruir sua cultura, em primeiro lugar. Algo mais do que o niilismo, que seria
a destruição de todos os valores: a destruição de seus próprios valores e a
atribuição de mérito inexistente para os outros, só porque são os outros. A
compulsão para repetir todos os pedidos de desculpas, desvalorização de suas
próprias realizações, a negação de sua identidade. As sociedades ocidentais não
são o paraíso na terra, é claro, mas levaram a um nível de prosperidade,
justiça social, liberdade, desenvolvimento da vida absolutamente sem
precedentes na história humana. Nunca houve uma sociedade onde a igualdade de
gênero, a cura para os doentes, a assistência à saúde, a liberdade de opinião,
o tempo livre para o lazer, a justiça social, a disponibilidade de bens e
serviços, o acúmulo do conhecimento científico, e a liberdade artística fosse
tão difundida e elevada. Tudo isso vem da liberdade política e econômica que,
crescendo progressivamente, foram os verdadeiros mananciais da ascensão do Ocidente.
Mas, ao invés de se vangloriar deste imenso sucesso, este verdadeiro
salto na história da humanidade que a Europa e, depois, os territórios
influenciados por sua cultura, fizeram nos últimos três séculos, o Ocidente se
despreza, acusa a si de colonialismo (ignorando o colonialismo dos outros, que
ainda continua, enquanto o nosso, na verdade, durou menos de um século), vendo
suas injustiças residuais e não aquelas dos outros, como a escravidão americana
(também durou um tempo limitado) e não aquelas islâmicas que duram desde o
tempo de Maomé e ainda continuam.
O ódio contra si, do Ocidente, foca também contra o povo judeu,
teologicamente, condenado à escravidão e à destruição, que se obstina a viver,
governar a si próprio, a produzir cultura e prosperidade. Só isso explica a
centralidade continuada, num mundo que está mudando muito, da tentativa de
reforçar o terrorismo palestino, que hoje é talvez o único empenho europeu da
política internacional. A Europa não tem uma voz sequer sobre a Ucrânia, Chipre,
o Estado Islâmico, ou sobre aquele tratado comercial transatlântico destinado a
mudar radicalmente nossas vidas, que passamos. A Europa é uma enorme
burocracia, não uma política explícita, exceto num só ponto: a tentativa de
criar com a máxima de urgência vigésimo Estado árabe e dar suas mãos às forças
terroristas, à custa do único Estado verdadeiramente democrático entre o
Atlântico e a Índia, entre o Mediterrâneo e o Cabo da Boa Esperança.
Se não, como explicar por que o papa não só “reconhece” um Estado que
clara e realmente não existe como a “Palestina” (sem um território definido,
com duas autoridades em guerra um contra o outro, sem independência econômica,
nem militar) mas, até mesmo nomeando “anjo da paz” um terrorista não arrependido,
um incentivador e organizador do terrorismo como Mohammed Abbas (chamado Abu
Mazen segundo seu nome de guerra).
É uma história exemplar, porque o “anjo da paz” em questão, denominado com um
título totalmente novo para a tradição teológica, é o organizador dos atentados
em Munique, onde os atletas israelenses foram mortos no meio dos Jogos
Olímpicos (e lembremo-nos, não só os países árabes, mas também os comunistas
recusaram-se a observar um minuto de silêncio em sua memória), mas é também
aquele que usa a ajuda internacional para pagar altos salários a terroristas
presos, que lança companhas sangrentas de agressão contra civis israelenses,
que recusou todos os acordos de paz que foram apresentados
Para aproximar-se da pessoa do Papa Francisco, o “anjo da paz”, quando
foi convidado pelo papa para uma cerimônia de paz nos jardins do Vaticano, no
ano passado, teve a boa ideia de fazer recitar, no momento da oração, os versos
da segunda Sura do Alcorão, que invoca a derrota dos infiéis um fato escandaloso,
certamente não angelical e totalmente não pacífico, que o comentário do
Vaticano sobre a cerimônia fez tudo para encobrir até retirar o vídeo do YouTube por “violação de direitos
autorais”.
Em resumo, até mesmo o oscilante Papa Francisco, apesar de algum choque
de orgulho, como o ocasional reconhecimento do genocídio armênio, inclina-se
para a narrativa árabe que representa o terrorismo como a paz e a paz como a
ocupação. Talvez porque, desta forma, se põe em perfeita continuidade com o
milenar antijudaísmo católico. Mas também porque de alguma forma herda a
“teologia da libertação”, ou seja, o ódio contra o Ocidente, a política
filo-comunista de uma parte da Igreja, que estava, em princípio, com o
totalitarismo do “povo oprimido” contra a liberdade — mesmo quando os “povos
oprimidos”, depois de eliminar os judeus dos territórios que controlam,
aumentaram sua intolerância aos cristãos, obrigando-o a fugir ou matando-os,
como faz não só o Estado islâmico, mas também, porém em silêncio, e com
cautela, mas não menos eficazmente, o estado não terrorista do “Anjo da Paz”.
Contra esta tendência suicida, temos hoje de resistir, se queremos
legar às gerações futuras nossa prosperidade e nossa liberdade. Mas resistir ao
ódio pela liberdade significa primeiro apoiar Israel. A batalha contra o
islamismo triunfante não é travada hoje nem na Líbia, nem na Síria (onde já
está perdida e ninguém sabe o que fazer), mas nas fronteiras de Israel e contra
a tentativa de Obama e da Europa de destruir o Estado judeu.
Tradução: Szyja Lorber
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Ugo Volli é professor e especialista em semiótica do texto na
Faculdade de Letras da Universidade de Turim, onde também coordena o Centro
Interdepartamental de estudos sobre comunicação e dirige o curso de doutorado
em linguística e comunicação. De 1976 a 2009, foi crítico de teatro do La
Repubblica. Entre seus livros estão Apologia del silenzio imperfetto ([Apologia
de silêncio imperfeito], Feltrinelli 1991), Per il politeismo ([Pelo
politeísmo], Feltrinelli 1992), Il libro della comunicazione ([O Livro da comunicação],
(Il Saggiatore 1994), Il telegiornale – istruzioni per l’uso ([O telejornal –
instruções de uso], com Omar Calabrese, Laterza, 1995), Fascino ([Fascinação,
Feltrinelli 1997]), La comunicazione politica fra prima e seconda Repubblica
([Comunicação política entre a primeira e a segunda República], com Marino
Livolsi, Franco Angeli 1995), Domande alla Torah. Semiotica e filosofia della
Bibbia hebraica ([Pergunte à Torá. Semiótica e filosofia da Bíblia hebraica],
L’epos 2012). Pertencente à comunidade judaica de Trieste, nos últimos anos,
ele tem se envolvido cada vez mais com o judaísmo: presidiu a Lev Chadash
(2006-2012), primeira sinagoga liberal italiana, filiada à World Union
Progressive Judaism. Em 2007, criticou a posição “minoria conservadora” rabino
Riccardo Di Segni sobre a homossexualidade. No início de 2008 ele e outra
professora, Daniela Santus, apresentaram-se na sala de aula da universidade
envoltos na bandeira de Israel para denunciar a intolerância e a agressão de
que foram objeto por seu apoio explícito a Israel. Em maio, durante o auge da
controvérsia sobre a Feira do Livro de Turim dedicada a Israel, ele acusou o
reitor de ter transformado a universidade em um shouk [mercado, em árabe] de
extremistas e a sede da Faculdade de Ciências Humanas em um enorme tazebao
[jornal de parede, em chinês] em favor do boicote à feira.
O texto original foi públicado dia 17/5 no excelente site italiano
‘Informazione Corretta’, que tem como subtítulo, “Como a mídia italiana
apresenta Israel e o Oriente Médio”.
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