As vítimas revelaram que os crimes não ocorreram apenas de
forma isolada. Na semana passada, a ONU afastou Anders Kompass,um de seus
funcionários de alto escalão, sob a alegação de que ele entregou documentos
confidenciais da investigação para a Justiça francesa, apontando para os
responsáveis pelos crimes. Os soldados eram franceses e atuavam sob um mandato
da ONU em 2014.
Entre maio e junho de 2014, uma equipe das Nações Unidas
entrevistou seis crianças nos campos de refugiados e que teriam sido alvos de
abusos ou testemunhas. De acordo com o que foi apurado, era uma vida de terror.
Um garoto de apenas nove anos, revelou que os estupros
contra ele eram frequentes, inclusive, o menino afirmou que “perdeu a conta”
das vezes em que foi abusado. Em todas as ocasiões, ele era obrigado a se
humilhar diante do soldado francês em troca de comida.
Os relatos apontam que os abusos ocorriam em plena luz do
dia. Um deles revelou que foi estuprado em uma rua, enquanto outro garoto
contou que dois soldados alternavam entre quem o violentava e quem monitorava o
local para impedir que fossem vistos.Um outro caso ainda aponta que um garoto
se aproximou de um soldado para pedir comida. A resposta: “venha comigo que vou
te dar”. O menino foi levado para dentro da caserna dos franceses e, ali,
estuprado.
Quase um ano depois dos fatos terem sido registrados ninguém
foi punido, nem na França e nem na ONU.
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