
Enquanto a cúpula do PT se apavora com a "Lava
Jato" e escala um Tesoureiro de emergência (torcendo que não seja mais um
a acabar preso), vale a pena analisar, com todo cuidado, um documento repleto
de pérolas do pensamento político nazicomunopetralha. Trata-se do livreto de
165 páginas: "Caderno de Teses para o 5º Congresso Nacional do PT". O
evento será realizado entre 11 e 13 de junho, em Salvador, na Bahia. O título
da primeira "tese" da publicação chama atenção: "Um Partido para
Tempos de Guerra". Nas 37 páginas iniciais do material, o discurso é
ofensivo e autocrítico: "O Partido que temos não está à altura dos tempos
em que vivemos. Das direções até as bases, é preciso realizar transformações
profundas. Precisamos de um partido para tempos de guerra".
Seria um grito de "Golpe"? Logo no começo, o
documento sintetiza os objetivos nesta "guerra": "Ocupar as
ruas, construir uma Frente Democrática e Popular, mudar a estratégia do Partido
e a linha do governo". Os ideólogos petistas fazem uma constatação clara e
ululante: "O Partido dos Trabalhadores está diante da maior crise de sua
história. Ou mudamos a política do Partido e a política do governo Dilma; ou
corremos o risco de sofrer uma derrota profunda, que afetará não apenas o PT,
mas o conjunto da esquerda política e social, brasileira e latinoamericana. A
crise do PT decorre, simultaneamente, de nossas realizações e de nossas
limitações".
Também fala na constituição de "uma frente popular em
defesa da democracia e das reformas: "O programa mínimo desta Frente Democrática
e Popular deve incluir a revogação das medidas de ajuste recessivo; o combate à
corrupção; a reforma tributária com destaque para o imposto sobre grandes
fortunas; a defesa da Petrobrás e da industrialização nacional; a ampliação das
políticas públicas universais como saúde e educação; a reforma política e a
democratização da mídia. A Frente Democrática e Popular é essencial para
derrotar o golpismo e libertar o governo da chantagem peemedebista. Mas o
objetivo principal da Frente Democrática e Popular é lutar por transformações
estruturais, sendo para isto necessário construir instrumentos de articulação
política e de comunicação de massas que nos permitam enfrentar e vencer o
oligopólio da mídia".
Outro ponto focal da tese petista é uma mudança radical na
estratégia do partido: "Se queremos melhorar a vida do povo, se queremos
ampliar a democracia, se queremos afirmar a soberania nacional, se queremos
integrar a América Latina, se queremos quebrar a espinha dorsal da corrupção, é
preciso realizar reformas estruturais no Brasil, que permitam à classe
trabalhadora controlar as principais alavancas da economia e da política
nacional. Para isto, precisamos de uma aliança estratégica com as forças
democrático-populares, com a esquerda política e social. Precisamos, também,
combinar luta institucional, luta social e luta cultural. Recuperar o apoio
ativo da maioria da classe trabalhadora, 4 ganhar para nosso lado parte dos
setores médios que hoje estão na oposição, dividir e neutralizar a burguesia,
isolando e derrotando o grande capital transnacional financeiro. Isso implica
abandonar a conciliação de classe com nossos inimigos".
O texto do documento apela explicitamente para a militância
e, implicitamente, para a "meliância" (aquele "exército de
Stédile", convocado pelo grande líder $talinácio). Os ideólogos recomendam
a imediata reocupação das ruas: "A oposição de direita controla parte
importante do Judiciário, do Parlamento e do Executivo, em seus diferentes
níveis. Agora está trabalhando intensamente para também controlar as ruas,
utilizando para isto sua militância mais conservadora, convocada pelos meios de
comunicação, mobilizada com recursos empresariais e orientada pelas técnicas
golpistas das chamadas “revoluções coloridas”. Caso a direita ganhe a batalha
de ocupação das ruas, não haverá espaço nem tempo para uma contraofensiva por
parte da esquerda. Assim, a primeira tarefa de cada petista deve ser apoiar,
participar, mobilizar e ajudar a organizar as manifestações programadas pelos
movimentos e organizações das classes trabalhadoras".
O documento petista propõe, como quarta tarefa urgente,
mudar o governo Dilma Rousseff - o que parece ser uma das missões quase
impossíveis. Nem a "oposição" seria tão dura quanto a
intelectualidade orgânica nazicomunopetralha, sempre apontando um
"inimigo" a ser vencido e eliminado: "É plenamente possível
derrotar a direita se tivermos para isto a ajuda do governo. É possível
derrotar momentaneamente a direita, até mesmo sem a ajuda do governo. Mas é
impossível impor uma derrota estratégica à direita, se a ação do governo
dividir a esquerda e alimentar a direita. Por isto, o 5º Congresso do PT deve
dizer ao governo: que os ricos paguem a conta do ajuste, que as forças
democrático-populares ocupem o lugar que lhes cabe no ministério, que a
presidenta assuma protagonismo na luta contra a direita, contra o “PIG” e
contra a especulação financeira".
A "tese" nazicomunopetralha insiste em focar no
"inimigo", inclusive tentando descredenciar as livres manifestações
de milhões de brasileiros nas ruas: "Não se trata de descontentamento
“republicano e pacífico”, nem da defesa “legítima” do impeachment. A
mobilização da direita visa criminalizar não só o PT e o conjunto dos partidos
de esquerda, mas também a classe trabalhadora nas suas mais diversas
expressões, organizações e movimentos: os sem-terras, os sem-tetos, os
sindicatos combativos, os grupos e entidades populares etc. Não pode ser outra
a leitura do ódio presente nos atos do dia 15 de março, que abriram espaço até
mesmo para manifestações ostensivas da extrema-direita e homenagem a um
torturador identificado no relatório final da Comissão Nacional da
Verdade".
O documento prossegue com um espetáculo de arrogância
política, agora identificando claramente seus "inimigos" - militares
da ativa e da reserva, junto com os meios de comunicação: "O Partido dos
Trabalhadores defende que a solução para a crise política passa por mais
democracia, não por menos democracia. Por isto reafirmamos nossa defesa da
Assembleia Constituinte, da participação popular e da legitimidade dos
processos eleitorais. Se a oposição de direita quer nos derrotar, que se
organize para disputar as eleições de 2016 e 2018. Por isto mesmo, o PT defende
tolerância zero com a facção golpista da direita. As articulações golpistas,
especialmente as vindas de militares da ativa ou da reserva e de meios de
comunicação, devem ser tratadas como determina a Constituição e a legislação
nacional".
Do ponto de vista tático imediato da "guerra", o
receituário nazicomunopetralha define duas ações básicas: é necessário relançar
a campanha pela reforma política e pela mídia democrática, contribuindo para
que o governo possa tomar 8 medidas avançadas nestas áreas e para sustentar a
batalha que travaremos a respeito no Congresso Nacional. O PT precisa exercer
mais do que um papel de figurante na luta pela democratização da mídia: deve
engajar e orientar seus quadros e militantes a ajudar na construção das
mobilizações que os movimentos sociais a duras penas têm construído no país nos
últimos anos. (...) A militância do PT deve ser convocada a participar
ativamente da luta pela reforma política, apoiando as iniciativas do movimento
social e do partido, particularmente a mobilização da campanha do Plebiscito da
Constituinte e a coleta de assinaturas da campanha do PT".
"Para consolidar toda essa ação de guerra, o PT foca em
outra necessidade que eles já têm em andamento há muito tempo, através do
financiamento milionário, com dinheiro público, de uma "mídia de
aluguel": "Faz-se necessário, também, implementar uma política de
comunicação do campo democrático e popular, iniciando pela construção de uma
agência de notícias, articulada a mídias digitais (inclusive rádio e TV web),
com ação permanente nas redes sociais, que sirva de retaguarda e de instrumento
do campo democrático-popular na batalha de ideias, tomando como exemplos o
papel cumprido pelo Muda Mais na campanha eleitoral de 2014 e as diversas
experiências semelhantes existentes nas mídias partidárias, sindicais e sociais
de esquerda. Esta agência de notícias deve estar articulada à produção de um
jornal diário de massas, criando uma rede com o conjunto das publicações do
campo democrático-popular e integrando esta ação de comunicação política com o
amplo movimento cultural que está em curso neste país e que foi tão importante
no segundo turno. A política de comunicação de que necessitamos se integra à
política de cultura e de educação, com o objetivo de criar uma cultura de
massas orientada por valores democrático-populares e socialistas, combatendo a
crescente ofensiva conservadora no terreno das ideias".
Os petistas deixam claro em sua tese que, "para fazer
reformas estruturais, necessitamos de força política e social, já que tais
reformas de caráter democrático-popular contrariarão os interesses das classes
dominantes no plano nacional e internacional". Os petistas também
constatam uma fragilidade estrutural deles: "Por outro lado, chegamos ao
governo, mas não conquistamos o poder. E aqueles setores políticos e sociais
que detêm o poder estão cada vez mais ameaçando nossa continuidade no governo,
como fica claro ao compararmos os resultados das eleições presidenciais desde
2002 até 2014".
Assim, para "seguir adiante", depois de muito
discurso maniqueísta de convencimento da militância, os ideólogos petistas
defendem: "Uma estratégia que reconheça que só é possível continuar
melhorando a vida do povo se fizermos reformas estruturais. Que construa as
condições políticas para fazer reformas estruturais. Que recoloque o socialismo
como objetivo estratégico. Que constate que o grande capital é nosso inimigo
estratégico. Que não acredite nos partidos de centro-direita como aliados. Que
seja baseada na articulação entre luta social, luta institucional, luta
cultural e organização partidária. Que retome a necessidade do partido
dirigente e da organização do campo democrático-popular".
Em resumo, os ideólogos petistas desenham seu próprio drama
existencial do momento, sinalizando com uma necessidade urgentíssima:
"Convencer a nós mesmos, ao PT, de que precisamos sair da situação atual,
em que buscamos melhorar as condições de vida do povo nos marcos do
capitalismo, para uma nova situação, em que melhoraremos as condições de vida
do povo através de reformas estruturais democrático-populares e de medidas de
tipo socialista. Só retomaremos a condição de partido hegemônico no governo, se
nos dispusermos a conquistar/construir as condições para sermos partido
hegemônico no poder de Estado".
Esta fase mais radical das "teses" petistas tem
como autores: Bruno Elias, Jandyra Uehara, Adriano Oliveira, Rosana Ramos,
Valter Pomar e Iole Ilíada, em nome da Direção Nacional da tendência
"Articulação de Esquerda". As demais "teses", na mesma
linha de defesa do "socialismo", defendem exatamente a pregação anti-liberal
sempre adotada no Brasil por ideólogos de direita ou de esquerda: "um
Estado forte e indutor do desenvolvimento".
Desenhando e resumindo a ópera para quem ainda não entendeu
ou não quis compreender: Se o PT for tirado do poder, via impeachment ou
intervenção constitucional, seus militantes e meliantes estão prontos para
partir para a guerra, na base da porrada real e objetiva. Quem pensa que Dilma
possa renunciar, por algum motivo, pode tirar o cavalinho da chuva. O PT quer
retomar a hegemonia e conquistar o poder de fato. Está escrito, para quem
quiser e tiver saco de ler 165 páginas da cartilha nazicomunopetalha.
Chega de doação

Cargo e encargo
Nos últimos dez anos, dois dos quatro tesoureiros do PT
acabaram presos.
Delúbio Soares, no mensalão, e Vaccari, agora na Lava Jato.
Ambos foram acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha.
Cabra certo

À disposição
O Juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em
Curitiba, pode decretar, a qualquer momento, a prisão preventiva de José Dirceu
de Oliveira e Silva, que cumpre prisão domiciliar pelo Mensalão.
Tendo certeza disso, advogados de Dirceu já comunicaram a Moro
que seu cliente "está à disposição" para quaisquer esclarecimentos, a
fim de tentar descartar o risco de retorno do Poderoso Zé à cadeia.
Advogados do Tesoureiro João Vaccari Neto, que está preso,
também já sinalizaram ao juiz Moro que ele "deseja falar" (só não foi
antecipado o que o ex-Secretário Nacional de Finanças do PT teria a dizer...).
Juntos delataremos lá?

Fazendo o que no Panamá?
Engraçado que nem a Polícia Federal, que tem o dever legal
de saber sobre quem entra e sai do Brasil, sabia que a cunhada do Vaccari
estava no Panamá - provavelmente há duas semanas...
Se isto for realmente verdade, o controle de fronteiras
brasileiro está completamente desmoralizado...
Até o advogado dela, Claudio Pimentel, confirmou a viagem
para lá, mas não soube informar de que congresso participava Marice Corrêa de
Lima.
O que todo mundo sabe é que o Panamá é um paraíso fiscal,
onde muito brasileiro honesto ou não pode abrir uma conta corrente e uma
empresa em poucas horas, sem burocracias.
Coincidência...
O consultor José Dirceu de Oliveira e Silva tinha uma filial
de sua JD Assessoria e Consultoria Ltda no Panamá.
Desde 2008 até antes de ser preso na Papuda pelo processo do
Mensalão, José Dirceu cansava de ir para lá...
Também por mera coincidência, muitos dos alvos da operação
Lava Jato, como os "colaboradores premiados" Pedro Barusco
(ex-gerente de Engenharia da Diretoria de Serviços da Petrobrás), o doleiro
Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás),
tinham offshores no Panamá para movimentar contas fora do Brasil.
Pedalada doendo

Imposto único
Comentário do leitor Alberto Santos Lima Filho sobre a ideia
do Imposto Único:
"O IMPOSTO NAO DEVERIA SER UM PERCENTUAL DO PREÇO DO
PRODUTO , ESSA PRATICA FAVORECE AO GOVERNO QUANDO OS PREÇOS SOBEM , ASSIM SENDO O GOVERNO E ESTIMULADOR
DO AUMENTO DE PREÇOS. O VALOR DO IMPOSTO DEVERIA SER FIXO PARA CADA PRODUTO,
ASSIM SENDO O GOVERNO SÓ SE BENEFICIARIA , CASO HOUVESSE AUMENTO DA QUANTIDADE
DE PRODUTOS CONSUMIDOS, O QUE BENEFICIARIA A POPULAÇÃO POIS TERIA SATISFEITO
NECESSIDADES DE UMA QUANTIDADE MAIOR DE CONSUMIDORES".
Quem se ferra?
A nova lei dos caminhoneiros não estabelece como será a
fiscalização para saber se o caminhão com eixo suspenso está vazio ou não.
As concessionárias não podem fiscalizar os caminhões nos
pedágios, a Polícia Rodoviária Federal não tem homens suficientes para ficar
nas 257 praças de pedágios do país.
Também não há tecnologia disponível para fazer essa
avaliação automática e há cargas perigosas, como produtos químicos, que não
podem ser abertas na praça do pedágio, impedindo a avaliação do caminhão.
Resultado
O governo de São Paulo, que administra 5.300 quilômetros de
estradas concedidas, decidiu que não vai dar desconto no pedágio a caminhões
com eixos suspensos, descumprindo a lei.
O governo federal, que conta com 11.200 quilômetros de
rodovias concedidas, determinou que proporcionará o desconto a todos os
caminhões com eixos suspensos, independentemente de estarem vazios ou não.
Acontece que os preços dos pedágios subirão de preço para
que os demais motoristas paguem pela benesse (aparentemente justa) dada aos
caminhoneiros.
Batman x
Superman
A Warner
Bros. Pictures liberou o esperadíssimo trailer do filme "Batman
versus Superman: Down of Justice", no qual o Homem de Aço, aparentemente,
tem o "filme queimado" pelo Homem Morcego.
Dirigido por Zack Snyder, "Batman vs Superman: A Origem
da Justiça" traz no elenco Henry Cavill (Super-Homem), Ben Affleck
(Batman), Amy Addams (Lois Lane), Gal Gadot (Mulher-Maravilha), Jason Momoa
(Aquaman) e Jesse Eisenberg (Lex Luthor).
O filme, que vai abalar Gotham City e Bangu, tem estreia
prevista para 25 de março de 2016.
Justiça para quem precisa

Mais para "profano de avental" que Maçom de
verdade, André Vargas será perjuro com a irmandade petralha e partirá para a
"delação premiada"?
Ordem do Mérito Militar
Recado curto e grosso do bom kamarada e historiador Carlos
I. S. Azambuja, a bronca sobre a farta distribuição de honrarias do Exército a
figuras públicas que efetivamente não merecem:
"Jacques Wagner, quando governador da Bahia, alterou o
nome de uma Escola, de Presidente Médici para Carlos Marighela. Depois, foi
nomeado Ministro da Defesa (!) graças ao seu currículo de ter sido aluno do
Colégio Militar. Eu também fui. Agora, leio nos jornais que recebeu do glorioso
Exército Brasileiro a Medalha da Ordem do Mérito Militar, que é destinada
àqueles que tenham prestado "relevantes serviços ao Exército". Eu
também recebi. Lamento ter sido comparado a esse cara, assim como lamento ter
também o José Genoino, o José Dirceu ("guerreiro do povo brasileiro")
e outros que ainda não tiveram suas condecorações cassadas,como manda a Lei!
Que tristeza!"
Cuidado com a ordem

Escrever (errado) é muito perigoso... Se liga, PT...
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