Nelson
Freire Lavenére-Wanderley |
A família de Nelson Freire Lavenére-Wanderley vem a público
para protestar veementemente contra a absurda e mentirosa afirmação da Comissão
da Verdade de que o referido seria responsável por qualquer tipo de crime em
sua vida e/ou em sua carreira militar.
Sua vida inteira foi marcada por um espírito nacionalista,
patriótico e de Homem de bem. Seus contemporâneos, no país e no exterior, que o
conheceram, independente de credo político, guardam dele a melhor lembrança que
se pode ter de uma pessoa honrada e de princípios.
Suas virtudes são comprovadas pelos conhecidos, amigos,
colegas de farda, familiares, por quem com ele conviveu ou o procurou e pela
História da Força Aérea Brasileira registrada até ontem.
Mesmo após reformado, permaneceu se dedicando exclusivamente
a assuntos vinculados à Aeronáutica, como historiador e conferencista.
Sem poder imaginar essa mentirosa insinuação que hoje lhe
fazem e expressando seu amor à FAB ele disse: “A epopéia do Correio Aéreo
Nacional não terminará; ela se transfere, de geração em geração. Sob novos
tempos, ela prosseguirá impulsionada pelo anseio que empolga a Força Aérea
Brasileira de servir à Pátria, de ser útil e de participar da integração e do
desenvolvimento nacional”.
No decorrer do texto do relatório da comissão, seu nome
surge pelo fato de que em 4 de abril de 1964, ao assumir o comando da 5ª Zona
Aérea foi alvejado com tiros, dos quais 2 o acertaram, desferidos por um
oficial a quem dera voz de prisão e que, ato contínuo foi morto por um 1 tiro
dado por um terceiro oficial presente no recinto de seu gabinete.
O fato foi largamente divulgado por toda a mídia nacional,
foi instaurado um inquérito para apuração dos fatos e um processo penal que
absolveu, em todas as instâncias, o oficial que alvejou o insubordinado. Até a
viúva do oficial morto, em carta aberta publicada no jornal O Globo, se
manifestou elogiando o Comandante por ter mandado prestar honras militares ao
oficial por ocasião de seu enterro.
Durante os depoimentos para comissão, a verdade foi distorcida,
escamoteada e escondida para que o falecido fosse considerado vítima militar da
revolução e justificasse uma indenização. Para isso então surgiu uma versão de
que o mesmo teria sido vítima de rajada de metralhadora nas costas, com 16
perfurações apontadas numa perícia médica.
Essa versão teve sua revogação pedida por participantes da
comissão, mas esta optou por não discutir se a morte ocorreu por legítima
defesa e salientou-se que o deferimento da versão já dada se concretizou por
decreto presidencial e que a CEMDP não teria competência para revogá-la e assim
permanece até hoje, conforme consta nas páginas 60 e 61 do Direito à Memória e
à Verdade da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, da
Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da Republica, de 2007.
A acusação de crime é contra o Patrono do Correio Aéreo
Nacional, título que lhe foi concedido, em 12 de junho de 1986, em
reconhecimento à sua carreira militar e ao seu legado para a FAB.
Principalmente, por seu pioneirismo no CAN, onde, junto com Eduardo Gomes,
Lemos Cunha, Casemiro e tantos outros traçaram os caminhos que hoje unem a
Nação Brasileira.
Em Ordem do Dia do Comandante da Aeronáutica em 12 de junho
de 2014, foi dito: “HOUVE UM DIA EM QUE PIONEIROS EMPUNHARAM O ESTANDARTE DOS
BANDEIRANTES E COMEÇARAM A SEMEAR, POR ESTE IMENSO PAÍS, AS OPORTUNIDADES DO
ENCONTRO, DA SOLIDARIEDADE E DA INTEGRAÇÃO. HÁ OITENTA E TRÊS ANOS, OS TENENTES
NELSON FREIRE LAVENÉRE-WANDERLEY E CASEMIRO MONTENEGRO FILHO VENCERAM A SERRA
DO MAR E FIZERAM DO 12 DE JUNHO DE 1931 UM MARCO DE PATRIOTISMO E TENACIDADE”.
O mesmo Homem que entre as inúmeras homenagens que a FAB lhe
prestou ressaltamos apenas a última, ocorrida em 15 de outubro de 2014 quando
foi inaugurado um auditório na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da
Aeronáutica com seu nome, é apontado no relatório final da Comissão Nacional da
Verdade como responsável por crimes cometidos.
Publicado originalmente no site A Verdade Sufocada
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