segunda-feira, 31 de agosto de 2015

DA MEGALOMANIA À INSIGNIFICÂNCIA


Certa feita, no ano de 2004, em um dos tantos debates que já mantive com lideranças do PT, ironizei a continuidade que o governo Lula vinha dando às políticas tucanas que combatera tão intensamente e com tanto sucesso eleitoral. Mostrei, uma a uma, as contradições. O abominável Plano Real estava mantido com inteiro rigor. O superávit fiscal, tão execrado pelo petismo, havia atingido, com Lula, o maior valor dentro da série histórica. Os programas de renda mínima, que Lula acusara de serem uma forma de fazer votos graças à fome de quem vota com a barriga, haviam mudado de nome e recebido mais recursos. E por aí fui, até ser interrompido por meu interlocutor que me disse exatamente o seguinte: "Puggina, não se muda a direção de um transatlântico com guinada brusca" e ilustrou o que dizia com o braço desenhando um longo arco. A mudança de rumos estava em curso e seria gradual.

Ele pertencia à alta hierarquia de seu partido e estava bem informado. O tempo o comprovou. O PT destruiu os fundamentos macroeconômicos então vigentes (responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e meta de inflação). Exibiu, pouco a pouco, sua vocação para o totalitarismo. Empenhou-se na armação da luta de classes, forçando o divisionismo dentro da sociedade. Ensaiou várias tentativas de controlar a mídia. Levou o revanchismo até onde pode. Concebeu várias agendas socialistas. Aliou-se aos piores vilões da política nacional e internacional. Não lhe faltaram tentativas de impor absurdos, mediante decretos felizmente rejeitados pela opinião pública e pelo Congresso. Tais foram os casos do PNDH-3, que fazia gato e sapato em nome dos direitos humanos, e do decreto Nº 8.243 (decreto dos sovietes), que pretendia uma desabilitação do poder legislativo. O partido viria, como de fato veio, contaminar e aparelhar o Estado em conformidade com um desígnio totalitário. Tudo para alterar a trajetória do transatlântico.

Na política, tudo ia bem. Os corruptos prosperavam. Não faltava dinheiro à mídia chapa branca, nem capitanias hereditárias aos partidos e aos políticos da base. O crescimento chinês empurrava a economia para a frente, mais ou menos como as elevações da taxa de juros engordam os lucros dos bancos sem que os banqueiros precisem sair da poltrona. O petróleo a mais de US$ 100 viabilizava qualquer estripulia na Petrobras e o pré-sal era portentosa mina, a ser drenada ainda antes de gotejar. A megalomania, os delírios de poder e de riqueza, os projetos faraônicos, o messianismo característico dos partidos e movimentos totalitários recebiam injeções de adrenalina na veia. No limite das aparências, Lula era um Midas. Além das aparências, uma bomba de efeito retardado.

Só agora, concluída aquela curva descrita pelo meu interlocutor no debate acima referido, veem-se todas as dimensões do estrago. O desvio de rota jogou o país contra os rochedos, de modo desastroso. Lula e Dilma, que sequer se animam a aparecer em público, fazem lembrar o rápido e furtivo desembarque do comandante Francesco Schettino após jogar o Costa Concórdia contra os arrecifes junto à ilha de Giglio.

A direção pretendida quando a grande curva foi desenhada chegou onde inevitavelmente haveria de chegar, porque nunca foi diferente o resultado de tais políticas. E se há muita incerteza, hoje, sobre o futuro do país, se os comandantes se escondem mas não desembarcam, ninguém duvida de que o desvio de rota e a megalomania os condenaram à insignificância.


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Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

Mercado imobiliário também sofre com a crise


A guerra de bastidores pelos ministérios

Por Lauro Jardim


O colunista Lauro Jardim fala sobre a intenção do governo de reduzir o número de ministérios. O PMDB diz querer pastas em que seja possível fazer política.

Máfia das Próteses: médico do DF deu sequência a cirurgia mesmo após paciente ir a óbito


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Fim do mundo – Em 16 de julho passado, faltando poucas horas para o início do recesso parlamentar do meio do ano, a CPI da Máfia das Órteses e Próteses aprovou o relatório sobe a investigação que apurou os crimes cometidos por empresas e profissionais da medicina no âmbito de dispositivos médicos implantáveis, com direito a pagamento de polpudas propinas, as quais chegam a 30%.

O relatório de uma CPI sugere às autoridades os nomes dos que devem ser investigados e denunciados, mas como sempre o resultado final da Comissão deixou a desejar, pois muitos dos envolvidos no esquema criminoso foram poupados. Segundo investigação jornalística iniciada pelo UCHO.INFO, uma das empresas envolvidas no esquema criminoso teria pago propina de R$ 4 milhões para ser poupada pela Comissão Parlamentar de Inquérito. Em conversa com o editor do site, o relator da CPI, deputado federal André Fufuca (PEN-MA), se o pagamento de fato ocorreu, o dinheiro terá de ser devolvido, pois o que foi prometido de forma criminosa deixou de ser cumprido.

A extensão da ação criminosa é tamanha, que chega a assustar qualquer profissional experiente na seara das investigações. Não bastassem os muitos esquemas criados na órbita desse esquema criminoso que atenta contra a dignidade do cidadão que procura uma solução médica para problemas de saúde, sentenças judiciais que obrigam os planos de saúde a pagarem o uso de determinadas próteses passou a integrar o cardápio da quadrilha. Sempre lembrando que essas sentenças são regiamente vendidas, sendo que o pagamento é feito pelas empresas fornecedoras das próteses e órteses.

Em Brasília, alguns criminosos são donos de conhecidos hospitais da capital dos brasileiros, detalhe que facilita a ocultação das ilegalidades. Apesar desse esforço por parte dos médicos bandoleiros, o UCHO.INFO está firme em sua investigação sobre um escândalo que pode ser muito maior do que aparenta.

Um dos casos que faz parte da investigação do site, talvez o mais tenebroso, um neurocirurgião decidiu prosseguir determinada cirurgia mesmo depois de informado sobre o óbito do paciente na mesa de operação. O médico fez essa opção criminosa apenas porque queria receber o valor da comissão cobrada sobre o valor da prótese. Inconformados com a atitude do cirurgião, um participante da cirurgia resolveu revelar detalhes do esquema ao editor do site.

Conhecido por hábitos luxuosos e acreditando ser uma espécie de versão tropical de Don Juan, o tal médico faz questão de ostentar, sempre ao lado de belas mulheres, seu poderio econômico, como, por exemplo, carros importados cobiçados e valiosos, viagens internacionais nababescas e matrícula dos filhos em escolas de países europeus. Tudo devida e criminosamente financiado pelo dinheiro das ultrajantes comissões cobradas dos fornecedores de próteses e órteses.

Informado sobre o fato de que detalhes da macabra cirurgia tinham saído do seu controle, o neurocirurgião decidiu abandonar a profissão e colocou à venda o seu consultório em Brasília, sempre muito procurado por figuras proeminentes da capital do País.


A este site faltam adjetivos para qualificar esse suposto profissional da medicina, que ao estrear oficialmente no ofício fez um juramento de manter-se dentro dos padrões éticas que um bom médico deve respeitar. O UCHO.INFO avança nas investigações não poupará os responsáveis por esse crime hediondo e continuado, ao mesmo tempo em que não deixará se intimidar por ameaças e outros procedimentos semelhantes, típicos de mafiosos.

Sr. JANOT; Srs. do TCU, do STF e do TSE:
LULA, DILMA e o PT PASSARÃO.
Vossas Excelências PASSARINHO…


Se há uma qualidade admirável nos petistas essa é a capacidade de se agarrarem ao poder sem nunca jogar a toalha; sem nunca antes tentarem o diabo para preservarem seu acesso aos cofres públicos. Quando se trata de lutar pelo poder, seja para conquistá-lo, seja para preservá-lo, jamais estranhe se encontrar um petista de canivete em punho lutando contra mísseis nucleares.

Nenhum partido brasileiro sobreviveria tanto no poder, ainda mais com uma presidente com as “qualidades” de Dilma Rousseff, e no cenário que hoje ela enfrenta no quarto mandato petista na Presidência da República, sem essa garra. Se o PSDB tivesse 10% da fibra dos petistas o PT já estaria proscrito há muito tempo.

Mas, convenhamos, o PT forçou a mão. Do alto da sua arrogância, o petismo tentou tomar o Estado de assalto (no sentido literal e figurado) antes de completar a conquista dos corações e mentes da maioria dos brasileiros e antes de completar a conquista bolivariana (leia-se: usar a democracia para destruir a democracia) das instituições.

Mesmo assim, o petismo avançou, é preciso reconhecer. Quando vemos essa “juíza” do TSE (Luciana Lóssio); ex-advogada do PT, sentar-se em cima do processo de investigação das contas de campanha de 2014 de Dilma Rousseff para impedir sua condenação após seus pares votarem por maioria pela continuidade do processo, tem-se uma leve noção de até onde chegaram. E o quão urgente é retirá-los do poder. Mas, tudo indica, parece, não avançaram o insuficiente para impedir que o estouro da represa de escândalos de corrupção os leve ao colapso.

Há um “gap” entre as lideranças que mobilizam o povo nas ruas contra o petismo e seus cúmplices, e as lideranças políticas tradicionais que comandam os partidos e os poderes constituídos da República. Para o azar do PT, há hoje, entre as centenas de grupos autônomos que convocam as mobilizações de rua e disputam a opinião nas mídias sociais, milhões de brasileiros que têm a garra que falta ao PSDB para derrotar o PT.

Há uma conexão “espiritual” entre o povo que vai as ruas por um Brasil decente e o juiz Sérgio Moro, os procuradores e delegados da PF que investigam a Lava Jato. Eles não foram eleitos para nos representar, mas, pelos mecanismos republicanos que os colocaram nas posições que ocupam para exercer o dever que exercem com dignidade, eles nos representam mais do que nenhuma autoridade sufragada nas urnas.

Para que a vontade legítima do povo de remover o petismo e seus cúmplices do poder (expressa nas pesquisas de opinião e nas ruas) seja correspondida pelas atitudes dos líderes da oposição, pelas autoridades do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, há obstáculos a transpor.

E os primeiros estão dentro da oposição. É inadmissível que o senhor Geraldo Alckmin, diante da falência do Estado brasileiro e do sacrifício cobrado das futuras gerações em função dos governos petistas, se dê ao luxo de impedir a unidade do PSDB com as oposições e com o PMDB, em torno do impeachment, movido apenas pelo calculismo desprezível de alguém que coloca suas ambições pessoais acima dos interesses de toda uma nação. Para quem já foi visto como uma liderança promissora; um eventual presidente mais qualificado que outros líderes do PSDB, Alckmin hoje é percebido como um TRAIDOR! Como um estadista para Pindamonhangaba, pois, para ser presidente dos brasileiros, não serve!

Felizmente, Alckmin sozinho não tem poder de impedir que deputados e senadores do PSDB se unam ao PMDB para selar o acordo capaz de abreviar, com a benção da cúpula das Forças Armadas, o mais rápido possível, dentro das regras da democracia, e passagem do petismo pelo poder. Mas, isso não basta.

Apesar do pessimismo de muitos diante das manobras desesperadas do petismo para sobreviver (mais um adiamento no TCU, mais um adiamento no TSE), o fato é que que a trajetória da cassação do mandado de Dilma, seja pelo TSE, seja pelo impeachment no Congresso, segue avançando.

A confirmação desses avanços está nas mãos dos ministros do Tribunal de Contas da União; do presidente da Câmara dos Deputados e seus liderados, do presidente do Senado e dos seus liderados, do Procurador Geral da República, dos ministros do TSE e dos ministros do STF.

Jogo duro? Sim, duríssimo. Sem pressão do povo nas ruas, não avançaremos.

Dispo-me, nesse momento, da minha condição de analista político e invisto-me da condição de cidadão e pai de um brasileiro de dezesseis anos de idade.

Há mais de trinta anos rompi com o Partido dos Trabalhadores e me converti em seu crítico contumaz ao descobrir em estado larvar o verme da corrupção e do autoritarismo que hoje ameaça nossas liberdades, nossa democracia e o futuro da nação.

Há muito perdi as ilusões ingênuas que nutrimos na juventude com relação à natureza humana nas relações de poder e interesse. Agradeço ao PT pela lição. Por isso, não vou apelar ao espírito altruísta e republicano de vossas excelências. Vou apelar aos interesses pessoais de cada um dos senhores e senhoras que, no TCU, no TSE, no STF e no Congresso Nacional, têm o poder de tomar decisões em consonância com a vontade do povo. Por instinto de sobrevivência.

Não nos façam perder a paciência (que já está no limite). Não nos façam perder a fé e a confiança numa solução democrática e institucional para a situação em que o petismo meteu o Brasil que vamos entregar aos nossos filhos. Os senhores estão abusando. Isso não é ameaça. É alerta!

Sim; sei, aprendi com Maquiavel e os pensadores liberais. O auto interesse é o motor do ser humano e a mola do progresso. Por isso, sei que os senhores não são capazes de ouvir a vontade das ruas.  Sei que os gabinetes herméticos de Brasília, nos quais os senhores tramam as estratégias de suas carreiras movidos por ambições desmesuradas, os impedem de se conectarem aos sentimentos mais puros e profundos do povo que os colocou no topo das instituições desse arremedo de “república” que construímos.

Por isso, vou apelar ao sentimento mais nobre e autêntico que move o ser humano; o egoísmo, o auto interesse que, a despeito das vontades individuais, gera o interesse coletivo em colaborar para a estabilidade social.

Sem estabilidade social não há paz, não há bem-estar material, não há progresso. Sem esse equilíbrio gerado pelo interesse de todos na paz social e na segurança pública, não há civilização e nem autoridades constituídas. Há a guerra de todos contra todos.



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Paulo Moura é Professor e Membro do Grupo Pensar+

ATENÇÃO SENHORES PAIS, EDUCANDÁRIOS E PROFESSORES!

Por Guilherme Shelb


Procurador da República orienta os pais sobre como agir em casos de excessos na educação sexual infantil dentro das escolas.

O link para o formulário da notificação extrajudicial é: www.bit.ly/protegerfamilias