sábado, 8 de agosto de 2015

Reajuste dos militares: Comandante do Exército diz que reajuste pode chegar a 25%.


Essa semana, no programa chamado “Comandante Responde”, em respostas dadas à apresentadora Elane Cajazeira, sobre questões colocadas por militares, o Comandante do Exército falou sobre o reajuste de salário dos militares.

Logo na primeira frase sobre o assunto o General deixa claro que não participou diretamente das decisões. Ele diz que a questão salarial foi resolvida exclusivamente pelo Executivo.

Todos sabemos que desde meados de 2014 as associações de Militares, representadas por Kelma Costa, Genivaldo, Luzardo, os militares dos quadro especial e outros, junto com alguns políticos, se empenharam muito na questão salarial. A coisa foi crescendo a ponto de discutirem francamente com o Ministro da Defesa, que em reunião pública foi chamado até de mentiroso.

Todos lembramos quando ha alguns meses Kelma Costa, irritada com tanto “empurra com a barriga” disse: “Nos vamos fazer como todo mundo faz, prender um é fácil, prender dois é fácil. Eu quero ver prender TRÊS MIL, QUATRO MIL…”

A mobilização acabou mesmo indo para ruas ruas. Em uma reunião com militares na frente do Congresso, vários políticos compareceram e prometeram seu apoio para pressionar o governo. Isso chamou a atenção do Ministério da Defesa, que mandou um representante oficial para ouvir as demandas.  

O comando do Exército alguns dias após a reunião divulgou nota proibindo concentrações de militares da ativa em torno de “assuntos políticos”. 

O Ministro da Defesa prometeu receber as lideranças. Acredita-se que sem a mobilização que ocorreu, os militares, categoria mais penalizada nos últimos anos, ficariam no máximo com o reajuste parcelado de 21.3%, prometido para os civis. Contudo, as lideranças já avisaram que na semana que vem vão agir massivamente para que o citado reajuste de 25% seja creditado em uma só parcela, no máximo duas.

O percentual de 25% equivale, aproximadamente, ao que os militares perderam cumulativamente desde o último reajuste.

O Comandante Villas Bôas disse que o valor está bem abaixo do que os militares pleitearam. Mas, tenta apaziguar as coisas, ressaltando que acredita que o índice é até razoável diante das dificuldades econômicas atualmente vividas pelo governo Dilma Roussef.

Se o comandante, com seu pronunciamento, tentou elevar a moral da família militar, parece que o anuncio surtiu efeito contrário. Nas redes sociais os militares reclamaram bastante. Alguns dizem que o reajuste é ridículo, “uma esmola”, “pífio” e daí pra pior.

Assista o vídeo.

Inflação menor, só na Olimpíada

Por Vinicius Torres Freire


A inflação está perto de 10% ao ano, continua por aí, como não se via desde a crise de 2003, faz uma dúzia de anos. Quando a inflação deve cair? Quer dizer, quando os preços vão começar a aumentar menos, pelo menos?

A inflação, o aumento médio dos preços, deve ficar onde está, em torno de 9,5% ao ano, até mais ou menos novembro. A partir daí deve cair. Sim, vai demorar.

Pelas previsões medianas, a inflação deve chegar aos 6% em junho do ano que vem. Logo depois da Olimpíada de 2016. Sim, vai demorar.

Nem vai ser assim bom. A inflação vai apenas despiorar: 6% foi a inflação anual média dos anos do primeiro governo de Dilma Rousseff, de 2011 a 2014.

Deve chegar a 5,5% em dezembro do ano que vem. Talvez chegue à meta do governo, de 4,5%, em 2017.

Claro que a gente tem visto aumentos muito maiores no dia a dia. A inflação medida pelo IPCA, a chamada "inflação oficial", é apenas uma média. Nos últimos 12 meses, vários preços subiram muitíssimo mais do que 9,5%.

O caso mais escabroso foi o da energia elétrica, que em média subiu 58% no país. Legumes, batatas, raízes, subiram 55%. As carnes vermelhas subiram 20%. O preço das aves, bem menos, 3,6%. O das roupas, menos ainda, uns 2%. O preço de TV e eletrônicos até caiu, em média. Mas quem está com dinheiro para comprar muita roupa e eletrônicos novos? Até por isso, o preço desses produtos sobe menos ou cai.

Mas a previsão de inflação em 6% ao ano em junho do ano que vem é apenas isso: previsão. Pode dar errado. Até pode dar um pouco mais certo. O que pode dar errado é o efeito de um aumento ainda maior do dólar. Dólar mais caro encarece os produtos importados e todos aqueles que podem ser vendidos no exterior, como também a carne.

Se o tumulto brasileiro piorar, o dólar pode dar outra disparada e afetar a inflação. Até por isso também o Banco Central voltou a intervir no mercado, para segurar um pouco o preço do dólar nervoso.

Enfim, a alta de preços segue forte até o Natal. Mais do que sempre, a gente vai ter de se virar no mercado para fazer a compra caber no salário.

Dilma indica Rodrigo Janot para mais um mandato à frente da Procuradoria-Geral da República


rodrigo_janot_08Nova temporada – Na noite de quinta-feira (6), confirmando previsão do UCHO.INFO e notícia do programa “Que País É Esse”, a presidente Dilma Rousseff optou por reconduzir Rodrigo Janot Monteiro de Barros para mais um mandato de dois anos à frente da Procuradoria-Geral da República. A petista, inclusive, já enviou a indicação para a apreciação do Senado.

Ontem, pela manhã, a presidente recebeu a lista tríplice dos mais votados da categoria das mãos do presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), José Robalinho Cavalcanti, na qual o procurador-geral obteve 799 votos, seguido de Mário Bonsaglia, com 462 votos. Raquel Dodge, em terceiro, recebeu 402 votos. Ao todo votaram 983 procuradores, sendo que cada um pode escolher três nomes.

O resultado folgado da eleição mostrou que a categoria apoia o trabalho de Janot à frente da Procuradoria. Ele tem sido criticado e alvo de ameaças de retaliações de congressistas devidos às investigações que atingem políticos na esteira da Operação Lava-Jato.

Janot ainda terá de passar por uma sabatina e votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, caso seu nome seja aprovado, sua indicação seguirá para análise do plenário da Casa, onde precisará de pelo menos 41 votos dos 81 votos. Dos 27 titulares da comissão, oito são investigados por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras.

Renan Calheiros, presidente do Senado, que também é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal a pedido de Janot, nega disposição para dificultar a escolha do procurador. Renan chegou a acusar Janot de agir politicamente na definição dos investigados. Porém, nas últimas semanas, o senador diminuiu o tom dos ataques publicamente, em clara estratégia para sair do foco do escândalo de corrupção.

O atual mandato de Rodrigo Janot termina no dia 17 de setembro. No Senado, alguns estão apostando em manobras para atrapalhar a recondução do procurador como, por exemplo, adiar a sabatina.

DE VOLTA AO NINHO

Por Gen Clovis Purper Bandeira

Condenado à prisão no processo do mensalão, o ex-guerreiro do povo brasileiro, como cantavam os petistas ensandecidos, querendo inocentá-lo contra todas as evidências e provas apresentadas durante o processo, havia sido beneficiado pela progressão da pena, ganhando o direito de cumprir em casa o restante da mesma, com seus movimentos monitorados por uma tornozeleira eletrônica.

No entanto, o braço longo da lei foi buscá-lo mais uma vez, e agora não conta mais com os benefícios reservados aos réus primários, pois não é mais nem réu, é um criminoso condenado. Assim, ao ser recolhido ao xadrez da Polícia Federal, em Curitiba, está de volta ao ninho apropriado a criminosos.

Ao recomendar sua prisão, o Procurador da República disse no início desta semana: José Dirceu “repetiu o esquema domensalão” na Petrobrás e foi beneficiário mesmo durante e após o julgamento, continuando a receber suas cotas do dinheiro roubado da petroleira pelo esquema por ele concebido, apesar de estar preso.

Acrescentou ainda: ”a responsabilidade de José Dirceu é evidente aqui, como beneficiário, de maneira pessoal, não mais de maneira partidária, enriquecendo pessoalmente”. E prosseguiu: “temos claro que José Dirceu era aquele que tinha como responsabilidade definir os cargos na administração Lula”.

Assim, a organização criminosa que concebeu e executou o mensalão, comprando apoio político com recursos públicos desviados de empresas aparelhadas pelo PT e aliados, tornou-se, ao fincar suas garras na rica Petrobrás, financiadora de projetos de eternização no poder e de enriquecimento pessoal via roubo puro e simples.

Não se trata de um trabalho de amadores, mas de engenharia complexa só descoberta pela experiência e competência dos procuradores do Ministério Público e pela coragem e denodo do Juiz Sérgio Moro, digno seguidor do exemplo de Joaquim Barbosa no julgamento do mensalão. Segundo o Juiz Moro, Dirceu exibiu “profissionalismo na prática do crime”.

Tirando proveito da delação premiada, que seduziu os envolvidos ao verem a sentença de mais de quarenta anos de prisão para o operador mensaleiro Marcos Valério, os executivos, empreiteiros e doleiros descobertos com a mão na bolsa da maior empresa brasileira começaram a revelar o espantoso esquema montado e operado para sangrá-la.

Entregaram, inclusive, os nomes dos políticos envolvidos nos crimes, os quais começam a ser identificados e denunciados ao STF. Fala-se no envolvimento de vinte por cento do Congresso, o que terá resultados imprevisíveis no panorama de nosso Legislativo. E ainda faltam a Eletrobrás, o BNDES, os Transportes, a Saúde etc.

Ao contrário do que insinuam as vestais do Planalto, acenando com a ingovernabilidade como consequência da Operação Lava Jato, a operação é uma medida saneadora, que permitirá a limpeza de toda a sujeira acumulada em nossa estrutura governamental, e que vem comprovando o que dizia o Ministro Joaquim Barbosa no STF, a respeito da extensão e profundidade da ladroagem. A Operação Lava Jato é a consequência, não é a causa do descalabro que enfrentamos.

Ao citarmos a mais alta corte do Judiciário, lembremos que a Nação exige punição exemplar para todos os envolvidos, inclusive os que estão acima de Dirceu na pirâmide do poder brasiliense.

Quanto a José Dirceu, está de volta ao lugar que lhe pertence. Que lá permaneça por longo tempo, pelo que já foi descoberto e pelo que virá a caminho, neste longo processo de purificação de nosso mundo empresarial e político.


Fonte:  Clube Militar


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Gen Clovis Purper Bandeira é Editor de Opinião do Clube Militar

A PAUTA é BOMBA, e explode no NOSSO COLO.


Plenário e galerias costumam manter, nos parlamentos, uma relação sinfônica. Raramente a voz das galerias não repercute no plenário. Aliás, a concepção do espaço é democrática: o "povo" na parte superior e os parlamentares no andar de baixo. Desde cima, o "povo" grita, aplaude, apupa e, lá embaixo, a sensibilidade política afina os ouvidos e os discursos.

Escrevo "povo" assim, entre aspas porque raras, raríssimas vezes, vi galerias ocupadas por pessoas interessadas na defesa do bem comum, do interesse público. Na maior parte dos casos, nas mais agitadas mobilizações, o "povo", na verdade, é formado por corporações defendendo com veemência seus próprios interesses. O povo, assim, sem aspas, estava sempre longe dali, tratando de ganhar a vida, trabalhando mais de cinco meses por ano só para pagar impostos ao poder público. Esse povo, pagador das contas, está sistematicamente desinformado a respeito dos maliciosos eventos em que, às suas costas e custas, são assumidos encargos que aumentarão sua conta com o fisco. Ou desqualificarão os serviços que recebe.

Aliás, não existem três possibilidades. Elas são apenas duas. Como o governo não tem um único real que possa, legitimamente, chamar de seu, toda elevação do gasto público significa necessidade de arrecadação maior ou redução de qualidade e/ou quantidade nos serviços prestados.

Galerias satisfeitas, com demandas atendidas, significam votos na urna para seus entusiasmados benfeitores no andar de baixo. Há alguns anos, o Congresso Nacional descobriu um filão que permite aos congressistas sair do varejo e promover essas operações eleitoreiras no atacado. Refiro-me às conhecidas emendas à Constituição que estabelecem pisos salariais ou estabelecer isonomias entre as categorias mais numerosas ou politicamente mais ativas do serviço público. Tais propostas invadem as competências dos Estados e municípios, cujos estreitos orçamentos são abalados por decisões federais que lhes impõe encargos insuportáveis. Verdadeiros atentados à Federação!

Por essas e por outras, muitas outras, o RS, por exemplo, não consegue implementar o piso nacional do magistério. Seu proponente foi Tarso Genro, quando ministro da Educação. Meses mais tarde, coube-lhe, como governador eleito, pagar a conta. Não conseguiu. Criou um contencioso multibilionário com a categoria. Ao que se sabe, Tarso governador rompeu relações com Tarso ministro a ponto de negar-lhe cumprimento.

A mais recente versão dessa demagogia com o dinheiro do povo é a PEC que vincula os salários das carreiras da Advocacia-Geral da União e de delegados civis e federais a 90,25% do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Também estão incluídos procuradores de estado e de municípios com mais de 500 mil habitantes. O custo total chega a R$ 2,4 bilhões por ano. O "povo", é claro, lotava, na noite de ontem, as galerias da Câmara dos Deputados que, sinfonicamente, aprovou o texto-base da PEC com votos favoráveis de 445 deputados. Apenas 16 deputados votaram contra por considerar que essa despesa é incompatível com a crise econômica e fiscal em que o governo petista afundou o país. Trata-se, realmente, de uma pauta-bomba, que vai estourar no nosso colo, agravando a situação financeira da União, dos Estados e dos municípios.



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Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

Dirceu: O tigrão voltou para a jaula



Em 'O Belo e a Fera' dessa semana o colunista de VEJA Marcelo Madureira comenta a prisão ex-ministro da casa civil no governo Lula e lança a campanha: "Doe um agasalho para José Dirceu". Descubra também que foi eleito o panaca da semana.