terça-feira, 7 de julho de 2015

Como será o Brasil no pós-Dilma?

Por Marco Antonio Villa


Os possíveis cenários no Brasil no caso da saída da presidente Dilma Rousseff.

Maior PROGRAMA DE COMPRA DE VOTOS do mundo resiste ao Ajuste Fiscal: Gastos com Bolsa Família mantém ritmo de R$ 2,3 Bi ao mês


Apesar das constantes alegações de falta de dinheiro e da necessidade do ajuste fiscal, o governo Dilma mantém ritmo recorde de gastos com o Bolsa Família em 2015, que já ultrapassa R$ 11,6 bilhões injetados na veia do eleitor de janeiro a maio. 

A média mensal de R$ 2,33 bilhões distribuídos continua bem superior à de 2014, quando foram ‘investidos’ mais de R$ 27 bilhões, recorde absoluto desde a criação do programa.

Se mantiver o ritmo até o final do ano, o Bolsa Família deve superar a marca de R$ 28 bilhões, o dobro do último ano de mandato de Lula.

O cenário de pobreza ainda não foi modificado e Bahia continua sendo o estado que mais recebe recursos. Já foram R$ 1,5 bilhão em 2015.


Considerado “o maior programa de compra de votos do planeta” pelo deputado Jarbas Vasconcelos, o Bolsa Família gasta R$74 milhões/dia. 

Relatório Focus aponta piora generalizada das projeções para 2015

Por Denise Campos de Toledo


O Relatório semanal Focus elevou mais uma vez suas previsões para a inflação deste ano. Pela 11ª rodada consecutiva, a estimativa para o indicador avançou de 8,97% para 9,00%.

Carta de “Mudança Climática” do Papa Citada na ONU, Sua Condenação do Aborto Ignorada

Por Stefano Gennarini
 
NOVA IORQUE, EUA (C-Fam) A nova encíclica do Papa Francisco sobre o meio-ambiente fez um impacto nas negociações da ONU nesta semana. Mas na correria para frisar suas informações sobre mudança climática, a condenação vigorosa que ele fez do aborto e do controle populacional permanece negligenciada.

Nas negociações desta semana sobre desenvolvimento sustentável na Assembleia Geral, María Emma Mejía Vélez, embaixadora da Colômbia, disse que a encíclica do papa sobre “mudança climática” era relevante para a agenda de desenvolvimento da ONU.

A nova encíclica papal sobre o meio-ambiente, “Laudato Si,” tem sido descrita como um “golpe pesado” para os que frisam as causas humanas da mudança climática. Deu o apoio moral do Papa Francisco, e 1 bilhão de católicos guiados por ele, aos planos do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon para um acordo obrigatório global de mudança climática em dezembro.

O embaixador Macharia Kamau do Quênia, que está conduzindo as negociações, invocou a encíclica durante um debate sobre a noção de “fronteiras planetárias,” uma frase muitas vezes usada por Jeffrey Sachs que expressa o temor de que a terra não terá recursos suficientes para sustentar a população do mundo.

“‘Fronteiras planetárias’ é preocupante para pessoas que não leram a encíclica… Não, só estou brincando,” Kamau disse sorrindo, sugerindo que a antiga oposição da Igreja a ideologias que veem os seres humanos como parasitas havia sido abandonada pelo Papa Francisco.

Aliás, a carta papal condena o aborto e o controle populacional, bem como as ideologias que os promovem como meio de reduzir o excesso populacional frente às “fronteiras planetárias” da terra.
O papa repreende os que oferecem justificativas fáceis para o aborto e pede que os cristãos apresentem argumentos contra essas ideologias.

“Já que tudo é inter-relacionado,” ele escreve, “a preocupação com a proteção da natureza é também incompatível com a justificativa do aborto. Como é que podemos genuinamente ensinar a importância da preocupação por outros seres vulneráveis, por mais incômodos ou inconvenientes que sejam, se não conseguimos proteger um embrião humano, até mesmo quando sua presença é incômoda e cria dificuldades?”

O papa denuncia até formas sutis de controle populacional sob o pretexto de assistência de desenvolvimento.

“Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar em maneiras como o mundo pode ser diferente,” ele escreve, “alguns só conseguem propor uma redução na taxa de natalidade. Às vezes, os países em desenvolvimento enfrentam formas de pressão internacional que tornam a assistência econômica dependente de certas políticas de ‘saúde reprodutiva.’”

Algumas das mensagens teológicas mais fortes na encíclica incluem preocupações com o embrião humano, inclusive descrevendo o aborto como um “sinal impressionante de uma desconsideração pela mensagem contida nas estruturas da própria natureza.”

E o papa critica os ambientalistas que querem limites na ciência no que se refere ao meio-ambiente e animais, mas rejeitam fazer a mesma coisa com a vida humana.

“Esquecemos que o valor inalienável de um ser humano transcende seu grau de desenvolvimento,” ele escreveu.

O cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho para Justiça e Paz fará uma apresentação sobre a encíclica na sede da ONU na próxima semana. Talvez ele ajudará a focar na preocupação dos papas por mais de 50 milhões de vítimas do aborto a cada ano.

As Metas de Desenvolvimento Sustentável serão finalizadas em julho e serão adotadas em torno da época em que o Papa Francisco visitar a ONU em setembro. As metas decidirão como bilhões de dólares em ajuda de desenvolvimento serão usados nos próximos 15 anos. No momento, organizações que fornecem e promovem o aborto estão prontas para se beneficiar de modo considerável das novas metas de desenvolvimento.

Tradução: Julio Severo

Fonte:   Friday Fax
Divulgação: Júlio Severo



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Comentário de Julio Severo: A recente encíclica do papa sobre ambientalismo está fazendo sucesso imenso. Talvez seja o documento ambientalista mais famoso da história. Talvez o que tenha garantido tal sucesso seja que, diante de uma grande mídia mundial controlada pela esquerda, o Vaticano tenha convidado importantes personalidades esquerdistas para sua elaboração. A mídia deu destaque abundante para a encíclica, mas ignorou que seu conteúdo também tem posturas contra o aborto. A esquerda ficou com o que lhe interessa: posturas pró-ambientalismo. Nós ficamos com o que nos interessa: posturas contra o aborto. No final, a encíclica tem trechos para todos os gostos esquerdistas e conservadores.

O delator entrega as provas



As anotações e planilhas do delator Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC, revelam como funcionava o esquema de corrupção que unia governo, políticos e empreiteiros no saque ao caixa da Petrobras. Os detalhes da edição de VEJA com Augusto Nunes e Carlos Graieb.

Lula, o pelego?

Por Francisco C. Weffort
 
Que coisas tão graves em seus gastos na Presidência estará Lula procurando esconder da opinião pública? Que de tão grave têm as despesas dos palácios do Planalto, da Alvorada e da Granja do Torto que possam explicar a cortina de fumaça que o governo criou para impedir o controle dos cartões corporativos de Lula, Marisa, Lulinha, Lurian etc.? A estas alturas, só o governo pode responder a tais perguntas. E como o governo não responde, a opinião pública, sem os esclarecimentos devidos, torna-se presa de dúvidas sobre tudo e todos.

É conhecida a ojeriza de Lula a qualquer controle sobre gastos. Evidentemente os dele, da companheirada do PT, dos sindicatos e do MST, sem esquecer um sem-número de ONGs sobre as quais pesam suspeitas clamorosas. Ainda recentemente, ele vetou dispositivo de lei que exigia dos sindicatos prestação de contas ao TCU dos recursos derivados do imposto sindical (agora “contribuição”). Há mais tempo, Lula era contra o imposto em nome da autonomia sindical. Agora que está no governo, deixou ficar o imposto e derrubou o controle do TCU. Tudo como dantes no quartel de Abrantes. O que o Lula e os pelegos querem é o que já existia na “república populista”, dinheiro dos trabalhadores sem qualquer controle.

Lula, a chamada “metamorfose ambulante”, não se tornou ele próprio um pelego? Assim como defendeu a gastança dos sindicatos em nome da autonomia sindical, agora defende sua própria gastança na Presidência em nome da segurança nacional. Isso me lembra uma historinha de 1980, bem no início do PT, quando João Figueiredo estava no governo e Lula estava para ser julgado na Lei de Segurança Nacional. Junto com alguns outros, eu o acompanhei numa viagem à Europa e aos Estados Unidos em busca de apoio. Como outros na comitiva, eu acreditava piamente que tudo era em prol da liberdade sindical e da democracia, e as coisas caminharam bem, colhemos muita simpatia e apoio nos ambientes democráticos e socialistas que visitamos. Mas, chegando à Alemanha, fomos surpreendidos pela recepção agressiva do secretário-geral do sindicato alemão dos metalúrgicos. Claro, ele também era a favor da democracia e estava disposto a defender os sindicalistas. Sua agressividade tinha outra origem: o sindicato alemão que representava havia enviado algum dinheiro a São Bernardo e cobrava do Lula a prestação de contas! A conversa, forte do lado alemão, foi num jantar, e não permitia muitos detalhes, mas era disso que se tratava: alguém em São Bernardo falhou na prestação de contas e o alemão estava furioso. Lula se defendeu como pôde, mas, no essencial, dizia que não era com ele, que não sabia de nada.

A viagem era longa. Antes da Alemanha, havíamos passado pela Suécia, e fomos depois a França, Espanha, Itália e Estados Unidos. Em Washington, tivemos um encontro com representantes da AFL-CIO, e ali repetiu-se o mesmo constrangimento. Embora não tão agressivos quanto o alemão, os americanos queriam prestação de contas sobre dinheiro enviado a São Bernardo. Mas Lula, de novo, não sabia responder à indagação referente às contas. Ou não queria responder. Não era com ele.

Nunca dei muita importância a esses fatos. A atmosfera do país nos primeiros anos do PT era outra. Ninguém na oposição estava antenado para assuntos desse tipo. O tema dominante era a retomada da democracia. A corrupção, se havia, estaria do lado da ditadura. Saí da direção do PT em 1989 e me desfiliei em 1995. Até então era difícil imaginar que um partido tão afinado com o discurso da moral e da ética pudesse aninhar o ovo da serpente. Minha dúvida atual é a seguinte: será que a leniência do governo Lula em face da corrupção não tem raízes anteriores ao próprio governo? A propensão a tais práticas não teria origem mais antiga, no meio sindical onde nasceu o PT e a atual “república sindicalista”?

Talvez essa pergunta só encontre resposta cabal no futuro. Mas, enquanto a resposta não vem, algumas observações são possíveis. Parece-me evidente que no momento atual alguns auxiliares da Presidência – a começar pelos ministros Dilma Rousseff, Jorge Hage e general Jorge Felix – foram transformados em escudos de proteção de possíveis irregularidades de Lula e seus familiares. O outro escudo de proteção é Tarso Genro, que usa uma ginástica retórica para, primeiro, garantir, como Dilma, que o dossiê não existia, só um banco de dados. Depois passou a admitir que existia o dossiê, mas que isso todo mundo faz. Mais ou menos como no episódio do mensalão, lembram-se? Naquele momento, o então ministro Thomas Bastos, acompanhado por Delubio Soares, disse que mensalão não existia, que eram contas não regularizadas, sobras de campanha etc. E lula afirmou de público que isso todos os políticos faziam. O que não impediu que o procurador-geral da República visse no mensalão a prática delituosa de uma quadrilha criminosa.

Adotada a teoria do dossiê – aquele que não existia e que passou a existir – criou-se uma pequena usina de rumores, primeiro contra Fernando Henrique Cardoso e Dona Ruth, depois contra ministros do governo anterior. Minha pergunta é a seguinte: quando virão os dossiês contra Lula e Dona Marisa Letícia? Não é este o futuro que deveríamos almejar. Mas no que vai do andar da carruagem dirigida por um Lula cada vez mais ególatra e irresponsável é para lá que vamos, inelutavelmente. Quem viver verá.




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Francisco C. Weffort é sociólogo.

Artigo publicado em 15/04/2008.