Por Irapuan Costa Junior - Via Besta Fubana
Fidel e seu então guarda-costas, o
autor do livro Juan
Reinaldo Sánchez
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Foi publicado na França, no dia 28 de maio, o livro “A
Vida Secreta de Fidel” (Paralela, 224 páginas, tradução de Júlia da Rosa
Simões), escrito por Juan Reinaldo Sánchez e pelo jornalista francês Axel
Gyldén. Sánchez foi, durante 17 anos, o principal guarda-costas de Fidel.
Gyldén é um jornalista do “L’Express”, que escreveu em 2007 sobre o
Brasil o livro “Le Roman de Rio” (não foi traduzido; a edição francesa
pode ser encomendada no portal da Livraria Cultura.
A vida miserával dos cubanos
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Sánchez, caído em desgraça por ter um irmão que se asilou em
Miami (Fidel achou que ele soube da fuga e não a impediu), foi destituído e
preso por dois anos. Conseguiu fugir de Cuba e conta “segredos” da vida oculta
do ex-ditador. Um deles se refere à vida luxuosa levada por Fidel, inteiramente
às escondidas dos miseráveis cubanos, que sofriam – e sofrem – falta de tudo.
Um dos segredos mais bem guardados até hoje é o da existência da luxuosa ilha
de Fidel, Cayo Piedra. Cayo Piedra fica próxima à costa de Cuba, em frente à
Playa Girón (onde desembarcaram os rebeldes mandados por John Kennedy, em
1961).
A vida miserával dos cubanos |
Local de um antigo farol, demolido nos anos 1960 para as
obras determinadas pelo “Líder Máximo” para seu conforto, a ilha comporta uma
luxuosa casa para uso exclusivo de Fidel, uma casa de hóspedes, aquartelamento
de sua segurança, piscinas, casa de força, abrigos subterrâneos, um viveiro de
golfinhos (!), porto e outras construções. Era nos seus arredores que Fidel
praticava seu esporte preferido, a caça submarina. O que fazia com grande
séquito, como fazia Luis XV, quando caçava nas florestas de Versailles, conta
Sánchez.
Embora dispondo de uma casa de hóspedes, para que os cubanos
não soubessem de seu luxo, para que não vazassem notícias, Fidel poucos
convidados levou a Cayo Piedra, fora de seu círculo mais íntimo. As exceções
foram Gabriel García Márquez e o dirigente comunista alemão Erich Honecker.
A casa de Fidel na ilha Cayo Piedra
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Para seus deslocamentos para Cayo Piedra, Fidel usava seu
iate, não menos luxuoso, o Aquarama II, sucessor do Aquarama I, tomado de
familiares de Fulgencio Batista, quando este fugiu de Cuba, e do Tuxpan, também
luxuoso, e de cuja existência poucos cubanos souberam.
Outra revelação de Sánchez diz respeito às várias casas de
propriedade de Fidel por toda a ilha: são duas dezenas, onde moram a mulher de
Fidel desde 1961, Dalia Soto Del Valle, seus filhos, amantes, ou casas que
simplesmente serviam de pousada aleatória para o ditador, sempre temendo um
atentado.
Revela o ex-guarda-costas a existência de um sósia de Fidel,
Silvino Álvarez. A função de Silvino era enganar os cubanos, quando Fidel
adoecia. Como o ditador não queria perder a imagem de sempre forte e saudável,
fazia Silvino circular por Havana em seu carro Mercedes-Benz, quando enfermo,
para que os pobres cubanos não soubessem que o “Líder Máximo” estava acamado.
Sánchez acompanhou Fidel em quase todas suas viagens, em
Cuba e no exterior (inclusive no Brasil, para a posse do ex-presidente Fernando
Collor), nos anos em que esteve a seu serviço. Dinheiro nunca foi problema
nesses deslocamentos, até porque Sánchez portava uma maleta abastecida com
dólares (cerca de 250.000) para as despesas do ditador. Fidel só consumia (e o
fazia diariamente) o caro uísque Chivas Regall, que tinha sempre à mão, e só se
deslocava em luxuosos carros Mercedes-Benz 500 blindados.
Dilma recebida por Fidel em sua luxuosa residência
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Mas não é só a vida luxuosa de Fidel, seus familiares e
próximos que Sánchez revela. O livro ilumina o julgamento stalinista do general
Arnaldo Ochoa, fuzilado por ordem de Fidel, juntamente com outros graúdos do
comunismo cubano. Cuba necessitava desesperadamente de divisas, depois de
cortado o subsídio soviético que sustentava a depauperada economia da ilha.
Segundo Sánchez, foi de Fidel a ideia de se associar ao cartel de Medelín,
chefiado por Pablo Escobar, e traficar via Cuba para os EUA grandes quantidades
de cocaína e maconha. Havia nessa operação um subproduto: Fidel achava que
contribuía para o enfraquecimento moral da nação norte-americana, no que,
aliás, não estava de todo errado.
Sánchez testemunhou pelo menos em uma ocasião um grande
traficante americano veraneando com a família em Cuba, diretamente autorizado
por Fidel. Quando a CIA, que havia detectado a rota do tráfico, se aprestava a
fazer uma denúncia internacional, Fidel foi avisado pela inteligência cubana,
alertada por seus agentes na Flórida (o serviço secreto cubano era tido como
excelente, superado apenas pela americana CIA, pelo SDECE francês, pelo MI-5
britânico e pelo Mossad israelense).
Fidel, Lula e Raul: encontro de “estadistas”
latinos à
beira da piscina
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Fidel não perdeu tempo e matou dois coelhos de uma só
cajadada. O general Ochoa havia se tornado um grande herói nacional, o que
incomodava sobremaneira Fidel. Combatente de Sierra Maestra, lutara no Congo
com Che Guevara, na Venezuela, na Etiópia, na Nicarágua e em Angola, sempre a
mando de Fidel. Além de ser popular, Ochoa cometera outro pecado capital. Em
Angola, no campo de batalha, onde conhecia a situação, desobedecera a ordens de
Fidel, que resolvera orientar as operações, embora estivesse a milhares de
quilômetros das tropas, e, claro, não tivesse o conhecimento local. Ditador
algum tolera ser desobedecido, mesmo que esteja errado. Sánchez havia ouvido
algumas conversas entre Fidel e Raúl com críticas à ascensão e à independência
de Ochoa. Foi então que se montou o espetacular julgamento (de Ochoa e do
ministro do Interior, José Abrantes). Ao fim do julgamento, Ochoa surgiu como
o grande culpado do tráfico de drogas, e foi rapidamente fuzilado. (Abrantes,
condenado a longa pena de prisão, morreu dois anos depois, em condições
suspeitas, na sua cela.)
Fidel dava ordens diariamente ao juiz fantoche que presidia
a corte, para que tudo saísse a contento. E Fidel saiu do julgamento como o
homem que não tolerava desvios, ficando ainda livre da sombra de Ochoa.
Raúl Castro é alcoólatra, relata Sánchez. O problema parece
ter surgido logo após a vitória da revolução, quando Raúl, por exigência de
Fidel, supervisionou a carnificina dos fuzilamentos, e mesmo participou de
alguns. Agravou-se o problema depois da execução de Ochoa, de quem Raúl era
amicíssimo. Raúl moderou com a vodka a pedido e mesmo exortação de Fidel, a
quem nunca negou absolutamente nada. Há muito mais no livro de Sánchez, que
acaba de ser traduzido pela Paralela, selo da Companhia das Letras. É um caso
raro, porque livros críticos à ditadura dos siameses Fidel e Raúl são escassos
no Brasil. Os admiradores de Fidel e do regime cubano dirão que se trata de
mentiras, e obviamente vão ignorar até mesmo as fotografias com que Sánchez
ilustra o livro. E nosso dinheiro ainda vai para Cuba, graças aos muitos
stalinistas do governo.
Fonte: A Direita Brasileira em Ação
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COMENTÁRIO: COMO SE ENGANA UM POVO, QUE VIVE
QUERENDO FUGIR DO “PARAISO”! É PARA ESTAS MORDOMIAS DO DITADOR QUE MANDAMOS
DINHEIRO (ORIUNDO DOS IMPOSTOS QUE TODOS NÓS PAGAMOS) DO PROGRAMA “MAIS
MÉDICOS”. NOSSA SAÚDE ESTÁ MORRENDO, E O DINHEIRO É DESVIADO, ALGUEM PODE ENCONTRAR
UMA ESPLICAÇÃO PARA ESTE CRIME? - Claudio Szulcsewski <claudio@trainnet.com.br>