sexta-feira, 5 de junho de 2015

NOTA DE FALECIMENTO DO GENERAL LEÔNIDAS PIRES GONÇALVES

O Comando Militar do Leste (CML) lamenta informar o falecimento do General de Exército Leônidas no dia de hoje, 4 de junho de 2015. O velório acontecerá dia 6 de junho, próximo sábado, no Palácio Duque de Caxias, das 8h30 às 11h30, e a cremação será a partir das 13h no Crematório São Francisco Xavier, no bairro do Caju, Rio de Janeiro/RJ.

Natural de Cruz Alta/RS, o General Leônidas Pires Gonçalves nasceu em 1921 e foi declarado aspirante-a-oficial de Artilharia em 1942, na Escola Militar do Realengo. Serviu no 6° GMAC, na cidade de Rio Grande/RS, onde integrou o contingente de cerca de 2 mil homens que fizeram a guarnição do litoral sul do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi o primeiro colocado de sua turma na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e, em função disso, recebeu a Medalha Marechal Hermes de prata dourada com uma coroa. Como Coronel, comandou o 2º Regimento de Obuses – Regimento Deodoro, em Itu/SP.

Como oficial general, foi chefe do Estado-Maior do I Exército no Rio de Janeiro (1974-1977) e também Comandante Militar da Amazônia. No período de 23 de dezembro de 1983 a 8 de março de 1985, foi Comandante do III Exército, em Porto Alegre/RS.

Tancredo Neves o designou para ser seu Ministro do Exército. Após o falecimento de Tancredo, permaneceu à frente do Ministério durante os cinco anos do governo de José Sarney (1985-1990). Desenvolveu projetos como a FT-90 (Força Terrestre 1990), que permitiram a modernização do Exército Brasileiro, que dentre outras coisas adquiriu a sua Aviação.

Ao longo de sua carreira exerceu inúmeras funções de destaque. O General Leônidas deixa esposa, 2 filhos, 4 netos e 7 bisnetos.


Respeitosamente,


BRASIL, O FILHO PRODIGO CAIU EM SI?


Quando decidi renovar meu velho blog, dando a ele o formato atual em www.puggina.org, escolhi duas frases para aparecerem intermitentemente na “testa” do site: “O bom liberal sabe que há princípios e valores que se deve conservar” e “O bom conservador deve ser um defensor das liberdades”.

Creio nisso e me vejo, como católico, identificado com as duas vertentes. A liberdade é um dom esplêndido, que Deus respeita como atributo de suas criaturas muito mais do que elas mesmas costumam respeitar. E as responsabilidades que obviamente advêm da liberdade recaem sobre os indivíduos, sobre as pessoas concretas e não sobre grupos sociais, coletivos ou sistemas como alguns querem fazer crer.

É aí que entram os valores que balizam as condutas individuais e, por extensão, a ordem social e os códigos. É socialmente importante saber conservar o que deve ser conservado e mudar o que deve ser mudado. O bom conservador rejeita a revolução, a ruptura da ordem, a substituição da política pela violência, reconhece o valor da tradição e aprecia a liberdade como espaço para realização digna dos indivíduos e dos povos.

Não é por outro motivo que o movimento revolucionário e os que com ele colaboram atacam vigorosamente uns e outros. Liberais e conservadores são identificados, corretamente, como os adversários a serem vencidos. Essa batalha se trava no mundo da cultura. Gramsci descobriu isso e fez escola. Seus discípulos brasileiros, ditos intelectuais orgânicos, em poucas décadas tomaram o sistema de ensino das mãos dos educadores cristãos, inclusive na maior parte das instituições confessionais.

Nos anos setenta, incorporaram-se a essa tarefa inúmeros novelistas, diretores e produtores de programas de televisão em canal aberto. Tratei deles em meu artigo anterior “Acabou! Acabou! ”

http://www.puggina.org/artigo/puggina/acabou-acabou/3234). Enquanto o comunismo era propagandeado como expressão sublime da bondade humana (!), coube àqueles profissionais a tarefa de destruir os valores da sociedade, em ação de lago espectro. Assim, foram zombando do bem, exaltando o mal, pregando a libertinagem e depreciando tudo que merecesse respeito. Foi um longo e bem sucedido processo de destruição moral do qual a corrupção que hoje reprovamos é mero subproduto. A população de patifes, canalhas e sociopatas aumentou em proporções vertiginosas.
Houve um relaxamento até mesmo entre as consciências bem formadas. Gravíssima a omissão de quantos a isso deveriam resistir, nas famílias, nas escolas, nas igrejas e nas instituições! Devemos reconhecer, então: há muito mais culpados entre os omissos do que entre os efetivos agentes do processo de destruição dos valores. As liberdades recuaram simultaneamente porque esse era o objetivo final do projeto de dominação cultural: estabelecer a hegemonia política, com o Estado avançando sobre as autonomias dos indivíduos, das famílias e da sociedade e das liberdades econômicas. Foi assim que assistimos, durante décadas, sucessivas derrotas dos conservadores e dos liberais, tão numerosos quanto acomodados.

Felizmente, a cada dia que passa, cresce o número de brasileiros conscientes das causas da desgraça que acometeu a sociedade brasileira. São as pesquisas que o indicam com clareza. Foi tamanha a lambança, tão generalizada a degradação moral, tão impertinentes os abusos do Estado, a cascavel, enfim, tanto agitou seu chocalho que acabou despertando as consciências de sua letargia. A nação dá claros sinais de estar refletindo sobre o que fez de si mesma.


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Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar.