terça-feira, 17 de março de 2015

Espero que Dilma tenha razão ao dizer que voltaremos a crescer

Por Arnaldo Jabor


Fonte: YouTube/CBN

Nossa BANDEIRA Jamais Será VERMELHA

Por Reinaldo Azevedo


"Lula é um acidente da história"

Por Joice Hasselmann


A enorme adesão aos protestos deste domingo pegou o Palácio do Planalto de calça curta. Joice Hasselmann junto com os colunistas Augusto Nunes, Ricardo Setti, Marco Antonio Villa e o diretor de redação de VEJA.com, Carlos Graieb, analisam esse momento único na história política brasileira.

Só um País MUDO não MUDA !! 12/04 #VaiSerMAIOR

Por Rachel Sheherazade


A entrevista de um descontrolado e de um deprimido. E tome novo panelaço Brasil afora! PT nunca esteve tão perdido

Por Reinaldo Azevedo

Vejam esta foto, que me foi enviada por um amigo. Desconheço o autor. Se quiser se identificar, é só mandar uma mensagem para o blog.
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Não poderia haver retrato maior da perdição em que se meteu o petismo. Desde que o partido foi criado, nunca o vi cometer tantos erros em série. Com essa tropa de trapalhões, Dilma está lascada. Mas como ignorar que é ela a chefe? Como vocês veem acima, um grupo de negros — tudo indica se tratar de uma família — faz troça da máxima veiculada nas redes sociais pelo PT e por seus asseclas no subjornalismo: só a elite branca teria disposição para ir às ruas. Bem, como eles são obviamente negros e como estão protestando contra Dilma, então passam a ser, segundo critérios petistas, elite branca.

O PT e o governo demonstraram, mais uma vez, na noite de ontem, que não estão entendendo nada. Isso, sim, é perigoso, não a população pacífica nas ruas. Mal os protestos haviam terminado, os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, concederam uma entrevista coletiva. Não foi veiculada em rede nacional. Mesmo assim, ouviu-se um várias cidades do país um panelaço semelhante àquele do dia 8 de março, quando Dilma foi a TV sob o pretexto de homenagear as mulheres.
Apresento a Miguel Rossetto três perigosas golpistas da elite branca, de olho azul... Governo está perdido!
Apresento a Miguel Rossetto três perigosas golpistas da elite branca, de olho azul… 
Governo está perdido! (Foto: Beto Ribeiro)
Com ar deprimido, visivelmente perdido, Cardozo anunciou que o governo pensa num pacote de medidas contra a corrupção. Dilma prometeu o mesmo em 2013. Mas não ficou por aí: apontou a reforma política como a cura dos males. Segundo os ministros, é preciso acabar com a doação de empresas privadas a campanhas políticas — talvez a ideia mais estúpida e malandra do petismo.

O tom de Cardozo em relação às manifestações mudou. Segundo disse, não viu golpismo, não. Aí foi a vez de Miguel Rossetto barbarizar. Para o ministro, “os protestos ocorridos hoje são de setores críticos ao governo, e seguramente essa participação parece ser de eleitores que não votaram na presidente Dilma”. É a tese cretina do terceiro turno. Rossetto, que certamente não estava nas ruas, chamou de golpista, sim, a defesa do impeachment de Dilma. Membro de uma corrente de esquerda do PT chamada “Democracia Socialista”, o ministro certamente nunca viu o povo de verdade, sem o pedigree ideológico da sua turma.

Dia desses, Renan Calheiros disse que o governo tinha envelhecido precocemente. Pode ser. Mas velho mesmo, de verdade, é o PT. Nas ruas, havia pobres, ricos, gente de classe média. Lá estavam negros, brancos, mestiços. Protestavam mulheres e homens, homo e heterossexuais, adultos, jovens e muitas crianças acompanhando os país. O repúdio ao governo petista os unia a todos.

A entrevista, que deveria servir como uma bandeira branca, uma tentativa de aproximação, teve efeito contrário: panelaço, buzinaço, gritos de “Foraaa!”. Ou por outra: Dilma ajudou a convocar a manifestação deste domingo com o seu desastrado pronunciamento do dia 8. Os dois ministros praticamente marcaram um novo protesto.

Pior: a tese da reforma que os dois abraçaram na entrevista não conta com o apoio do PMDB, seu maior aliado. Eu me pergunto que espírito soprou aos ouvidos de Dilma e de seus homens fortes que a entrevista coletiva era uma boa ideia. O bom senso estaria a indicar que o governo deveria, no máximo, ter lido uma nota curta, parabenizando os brasileiros pela manifestação ordeira e pacífica, reiterando que está empenhado em combater a corrupção e reconhecendo que existem motivos para descontentamento. E pronto.
Rossetto, com cara e discurso de descontrolado, e Cardozo, o deprimido:  a entrevista serviu para piorar um pouco as relações com a população e também com o PMDB
Rossetto, com cara e discurso de descontrolado, e Cardozo, o deprimido: a entrevista serviu 
para piorar um pouco as relações com a população e também com o PMDB. Obra de gênios. 
Não é fácil fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Seria um sinal de humildade no dia em que dois milhões tomaram as ruas, segundo dados das Polícias Militares. Mas não! O que se viu foi um atestado de prepotência e de hostilidade com os manifestantes — refiro-me a Rossetto nesse particular. Pior: o governo, que também é do PMDB, oferece como resposta uma saída que não conta — e ainda bem que não! — com o apoio do… PMDB!

A Folha informa que Dilma desabafou com um assessor: “Eu não contribuí para isso tudo e levo a culpa”. Pois é… Digamos que assim fosse. Quem, então, contribuiu, presidente? De quem é a culpa?

Está tudo errado! Mas é evidente que a presidente não tem motivos para seguir os meus conselhos, não é mesmo? Para piorar, a rede petralha, incluindo os blogs sujos, faz uma pregação abjeta e odienta na Internet, como se isso fosse resolver alguma coisa. Piora tudo.

O PT não entendeu nada. Perdeu o discurso. Perdeu as ruas. Perdeu a hegemonia nas redes sociais. Perdeu o rumo. Isso, sim, é um tanto perigoso. Nessas condições, tende a fazer ainda mais bobagens. A entrevista da dupla serviu para piorar um pouco mais a relação do governo com a população e com o PMDB. É obra de gênios. Não é fácil fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

Publicado originalmente no Blog do Reinaldo Azevedo – VEJA



No dia seguinte a protestos, ministro da Fazenda pede apoio da população a ajustes fiscais

Por Renan Fagalde

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em discurso em São Paulo. 23/02/2014 REUTERS/Paulo Whitaker
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pediu nesta segunda-feira apoio da população ao ajuste fiscal, dizendo que o reequilíbrio das contas públicas precisa ser rápido para evitar cenários marcados por downgrade, crise cambial e inflação alta.

"O apoio da população ao ajuste é muito importante. As razões dele estão claras", disse.

As declarações do comandante da equipe econômica foram feitas em encontro com empresários em São Paulo nesta segunda-feira, um dia após manifestações gigantes tomarem as ruas do país em protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff, marcado por baixo crescimento, inflação alta e aperto nas contas públicas.

"Se fizermos ajuste rápido, as pessoas poderão sentir chão firme para começar a trabalhar", disse o ministro.

Levy lidera um duro ajuste fiscal marcado por aumento de tributos, redução de gasto público, revisão de benefícios trabalhistas e previdenciários, fim de subsídios e revisão de desonerações ao mesmo tempo em que tenta transmitir mensagem de melhora do ambiente de negócios.

Mesmo com autoridades da área econômica indicando uma perspectiva mais positiva, a economia continua mostrando dados desanimadores.

Em janeiro, a atividade econômica brasileira registrou retração de 0,11 por cento ante o mês anterior, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, num prenúncio de mais um ano difícil. [nL2N0WI0OA]

AJUSTE NO DÓLAR

Levy considerou que o "ajuste" no dólar e a desvalorização das commodites são consequência do fim de políticas anticíclicas nos Estados Unidos e na China.

Na manhã desta segunda-feira, a moeda norte-americana recuava ante a divisa brasileira, após fechar na máxima em quase doze anos na sessão anterior, subindo mais de 2,5 por cento em meio a incertezas sobre o futuro do programa de swaps cambiais.

A fim de estimular a retomada de investimentos, o ministro disse que as concessões serão retomadas, mas podem ter novas bases.

"Vamos retomar as concessões, talvez em bases diferentes, para permitir maior participação do capital privado."

Ele também voltou a falar em mudanças nos tributos federais PIS e Cofins em formulação no Ministério da Fazenda, explicando que o objetivo é a simplificação do tributo.



Publicado originalmente no site da REUTERS-BRASIL

Dois milhões saem às ruas de verde e amarelo contra a roubalheira...
Ou: O movimento das pessoas direitas

Por Reinaldo Azevedo
Quem mesmo estava nas ruas? Eram as pessoas direitas
Quem mesmo estava nas ruas? Eram as pessoas direitas, 
o que parece insuportável aos “companheiros”
Em paz, manifestantes protestam contra o PT, pedem a punição dos culpados e o impeachment de Dilma.

Dois milhões de pessoas foram às ruas nos 26 Estados do Brasil e no Distrito Federal — um milhão só em São Paulo. O número decorre da soma de estimativas feitas pelas PMs locais. O Datafolha, que vive sendo malhado pelos blogs sujos, agora mereceu testemunho de fé da companheirada porque assegura que 210 mil passaram pela Avenida Paulista. Considerada só a área dessa via, talvez. Fui ao topo de um prédio muito alto. Todas as perpendiculares estavam tomadas por uma massa compacta. A Rua da Consolação também. A PM diz ter levado em conta essas áreas adjacentes, considerando cinco pessoas por metro quadrado, mesmo critério empregado para chegar aos 12 mil petistas que se concentraram na região no dia 13.

Quantos estiveram nas ruas na cidade de São Paulo, afinal, neste domingo? Participei ativamente dos comícios das Diretas e estive presente a algumas manifestações pelo impeachment de Collor. É experiência pessoal e memória, sei disto, mas nunca vi nada igual a este 15 de março. Se, no lendário comício das Diretas do dia 17 de abril de 1984, no Anhangabaú, havia 400 mil pessoas, parece-me difícil supor que, neste domingo, o contingente se resumisse à metade daquele.

A massa verde-amarela na Paulista. Um protesto sem vermelho (Foto: Hélvio Romero/Estadão)
A massa verde-amarela na Paulista. Um protesto
sem vermelho (Foto: Hélvio Romero/Estadão)
Mas digamos, para efeito de pensamento, que o instituto esteja certo. Ainda assim, quase um milhão de pessoas teriam marchado em protesto contra o governo Dilma. Seja um número ou outro, já é a maior manifestação política da história. Até porque os comícios das Diretas ocorriam em uma determinada capital e pronto. Desta feita, houve protesto em todas elas e em 185 outras cidades.

Uma imensidão verde e amarela

Este 15 de março marca ainda outro fato inédito. Nas campanhas das Diretas e em favor do impeachment de Collor, as esquerdas davam o tom do discurso — aliás, assim tem sido desde a redemocratização do Brasil. Nas ruas, os petistas passavam a impressão de ser a força hegemônica. O vermelho disputava o espaço com o verde e amarelo. Neste domingo, não! O PT não estava presente. Ainda que Dilma tenha mobilizado boa parte das palavras de ordem, a maioria delas, no tempo em que acompanhei a manifestação — e foi bastante — tinha o PT como alvo principal. Horas depois, ficaria claro, uma vez mais, por quê.

Enquanto governistas falavam em ódio, violência e golpe, manifestantes levavam seus filhos para a rua (Foto: Beto Ribeiro)
Enquanto governistas falavam em ódio, violência e golpe, 
manifestantes levavam seus filhos para a rua 
(Foto: Beto Ribeiro)
Ódio? Qual? Violência? Onde?

Desde que começou a ficar claro que o país poderia assistir à maior manifestação de sua história, o PT, ministros de Estado e a própria presidente evocaram a palavra “golpe”, como se o vocabulário terrorista fosse afastar as pessoas das ruas. Não funcionou. Perdidos, mudaram, então, a estratégia e passaram a fazer estranhas advertências sobre o risco de violência e a política do ódio.

Nem uma coisa nem outra. Hostilidade ao petismo? Ah, havia, sim. Ou os petistas trataram com afeto, em suas pequenas manifestações do dia 13, os que hoje se opõem ao governo Dilma? Violência? Exceção feita a algumas escaramuças aqui e ali — especialmente no Distrito Federal e depois de encerrado o protesto —, nunca se viu povo tão ordeiro. Em São Paulo, a Polícia Militar, em trabalho exemplar, prendeu um grupo de autointitulados “Carecas do Subúrbio”. Carregavam bombas caseiras e soco- inglês. Um deles conseguiu escapar e se escondeu no meio da multidão. Acompanhei o momento em que foi identificado. As pessoas se agacharam, colocaram-no em evidência e chamaram a Polícia. Funcionou.

Sem black blocs

Uma cartolina com uma verdade clara e simples: país mudo não muda
Uma cartolina com uma verdade clara e simples: 
país mudo não muda
As manifestações deste domingo provaram uma tese antiga deste blog. Os “black blocs” nunca foram um fenômeno urbano, uma estética, uma ética — ou seja lá que outro lixo subintelectual se tenha tentado inventar. Eram e são bandidos tolerados e protegidos por movimentos de ultraesquerda. Onde estavam no dia de ontem? Sabiam que não seriam nem abrigados nem protegidos. Sabiam que seriam expulsos da rua pela massa de, estes sim, trabalhadores!

Como esquecer que Gilberto Carvalho, em entrevista histórica concedida à Folha, confessou ter se reunido várias vezes com lideranças da canalha mascarada?

Eram poucas as faixas porque praticamente não havia movimento organizado. Também não se permitiu que o protesto fosse aparelhado por partidos políticos — e, com isso, não estou rejeitando a política, não! Ao contrário! Vi nas ruas um momento de tomada de consciência de pessoas que já não aguentam mais a conversa mole e vigarista, segundo a qual, na prática, uma suposta justiça social serve de compensação à roubalheira descarada.

O Brasil está mudando. Os reacionários do PT e suas franjas fascistoides na subimprensa optam, agora, por atacar a população de trabalhadores que vai às ruas. Perderam o eixo e a noção de tudo. Com satisfação, vi uma frase de um texto deste blog estendida na Paulista: “Não somos de direita. Somos brasileiros direitos”.

Atenção! A democracia nos reserva, sim, o direito de ser de direita. Mas, neste domingo, as pessoas direitas é que estavam nas ruas, de direita ou não.



Publicado originalmente no Blog do Reinaldo Azevedo – VEJA

DILMA demonstra FRAQUEZA

Por Fernando Rodrigues & Marco Antonio Villa