Comento abaixo um trecho do discurso indecente de Dilma
Rousseff nesta quarta-feira (25) na Bahia. A presidente está no Nordeste para
recuperar a popularidade perdida na pesquisa do Datafolha. Como? Enganando mais
uma vez os pobres e espancando o idioma, é claro.
I. “Eu faço ajuste no meu governo como uma mãe, uma dona de
casa faz na casa dela.”
De fato, o governo do Brasil virou a casa da Mãe Dilma, que
afogou o país em crise generalizada. O jornal britânico “Financial Times” acaba
de apontar 10 motivos que podem levar Dilma ao impeachment:
1) Perda de apoio no Congresso;
2) Escândalo de corrupção na Petrobras;
3) Queda na confiança do consumidor;
4) Aumento da inflação;
5) Aumento do desemprego;
6) Queda na confiança do investidor;
7) Déficit orçamentário;
8) Crise econômica;
9) Falta d’água;
10) Risco de apagões elétricos.
II. “Nós precisamos agora de [sic] dar condições da gente
retomar um novo [sic] ciclo de desenvolvimento econômico.”
Nós e a gente. Precisamos “de” dar. “Retomar um novo”. É um
festival de agressões ao idioma em uma só frase. E se é preciso retomar o desenvolvimento
econômico, é porque o desenvolvimento não existe mais. Sob o governo Dilma, só
houve retrocesso. Econômico, linguístico, moral.
III. “Pra quê? Pra gerar mais emprego, pra segurar mais
renda e pra fazer com que o Brasil continue a crescer de forma mais acelerada.”
Isto é discurso de candidata, não de presidente em segundo
mandato. São apenas promessas de quem já demonstrou não ter a capacidade de
cumpri-las.
1) O emprego na indústria, por exemplo, caiu 3,2% em 2014,
segundo o IBGE, a maior queda desde 2009. O índice de desemprego no país
atingiu 6,8% e deve crescer nos próximos dois anos, atingindo 7,1% em 2015 e
7,3% em 2016, segundo previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
2) Quando Dilma fala em “segurar mais renda”, escondo logo
minha carteira. O PT já segurou uma renda de 640 milhões de reais da Petrobras.
3) Para que o Brasil “continue a crescer”, seria necessário
que estivesse crescendo. A verdade é o oposto disso. Dados do Banco Central
mostram que, em 2014, a economia brasileira recuou 0,15%, sendo que Dilma e
Guido Mantega estimavam no Orçamento do ano passado um crescimento de 4%. A
presidente arrastou o Brasil para a recessão. E a tendência é continuar
piorando “de forma mais acelerada”.
IV. “Ninguém pense que por causa disso nós vamos parar
programas sociais como o Minha Casa Minha Vida. Não vamos não!”
Não vão, até acabar o dinheiro dos outros, como de hábito no
socialismo.
V. “E por que nós não vamos? Ora, se a gente faz essas [sic]
ajustes e correções para garantir que tenha mais oportunidade para os
brasileiros e as brasileiras, por que nós iríamos acabar… [Dilma interrompe a
frase.] Gente, eu engasguei comigo mesma. [Dilma afeta uma limpeza gutural:]
Ram-rã.”
Qualquer pessoa com consciência moral estaria mais sujeita a
engasgar ao prometer o que é incapaz de cumprir. No caso de Dilma, que já
afetou uma queda de pressão após o debate do SBT ao perder o raciocínio,
desconfio que a frase tenha ficado longa demais para que tico e teco pudessem
concluí-la.
VI. “Por que que nós vamos acabar [?], e não expandir [?]
programas da importância do Minha Casa Minha Vida?”
Isto é Dilma, completamente perdida, contradizendo-se
involuntariamente, antes de recorrer à sua colinha e mudar de assunto. Os
momentos mais sinceros de seus pronunciamentos são esses atos-falhos.
VII. “Por isso eu quero dizer pra vocês: eu tenho coragem
suficiente pra fazer as mudanças que são necessárias.”
Dilma só tem coragem suficiente para enganar trouxas com
novas promessas.
VIII. “Por quê? Eu tenho só um compromisso na minha vida: o
compromisso com a população e a cidadania desse país, com o povo pobre desse
país.”
Se isto fosse verdade, Dilma já teria renunciado há muito
tempo.
Michel Temer deu uma mensagem curta e grossa por telefone à
presidente Dilma Rousseff: ou o governo dela convida o PMDB para as formulações
estratégicas ou o partido sai da base aliada. Significa: o PT terá que abrir
mão de suas iniciativas revolucionárias no âmbito parlamentar. Temer também que
ingerir na formulação da política econômica. Significa: acabou-se a autonomia
de Dilma Rousseff.
Meu filho, também do ensino fundamental, concluído em 2014,
foi aprovado para cursar Ciências Matemáticas e da Terra na UFRJ. Mas como o
Brasil só se prepara para ter maus alunos, os bons alunos têm que enfrentar
todas essas barreiras em processos judiciais para conseguirem ser reconhecidos
em suas capacidades e competências.
No caso do sergipano que passou para medicina, a secretaria
de educação fez uma prova de proficiência para conceder o certificado de ensino
médio. A lei diz que ter nota acima 450 nas provas do Enem e mais de 500 em
redação, concede a certificação para maiores de 18 anos sem necessidade de
nenhuma prova adicional. Quer dizer que a idade deve ser mais importante que o
conhecimento? Quer dizer que a Secretaria de Educação tem mais poder e
capacidade de avaliação do que o Governo Federal? Quer dizer que um aluno
jovem, que estudou além do que foi determinado para a sua faixa etária, tem um
reconhecimento menor do que muitos marmanjos, que por vezes largaram os
estudos, e hoje fizeram um cursinho para o vestibular e conseguiram notas muito
inferiores a deles? Por que os maiores de 18, muitos dos quais com nem metade
do conhecimento que nossos filhos têm, são aceitos como aptos e maduros, quando
estamos cansados de saber que a idade não define nada disso? Por que o nosso
país tem políticas para alunos abaixo da média, mas não as têm para alunos
acima da média? Quando é que a meritocracia deixará de ser exceção para passar
a ser regra? Quando bons alunos poderão colher os frutos do seu esforço pessoal
sem precisar de intervenção do judiciário para isso? Uma coisa eu posso
garantir: meu filho com 15 anos já estudou até hoje, muito mais do que muitos
universitários formados. Não só na escola, mas também nos cursos que conquistou
através das Olimpíadas de Matemática das Escolas Públicas.
Ao invés de termos que correr atrás da burocracia para
brigar por seus direitos, deveriam ser "os grandes pedagogos da
nação" que deveriam vir trazer para ele esse certificado com orgulho. Ele
é aluno da rede pública de ensino e superou todas as adversidades, greves e
falta de professores para chegar onde chegou. Nada é de graça. Cada ponto foi
conquistado com muito esforço.Não é favor reconhecer isso. É uma obrigação de
qualquer educador sério. O caso do meu filho se difere dos demais
principalmente porque ele já faz um curso universitário especial concedido pela
OBMEP.
"A Iniciação Científica (em matemática) é um programa
que visa transmitir aos alunos cultura matemática básica e treiná-los no rigor
da leitura e da escrita de resultados, nas técnicas e métodos, na independência
do raciocínio analítico, entre outros.
O aluno participa em ATIVIDADES DE PESQUISA CIENTÍFICA OU
TECNOLÓGICAS, orientadas por professores qualificados, NAS INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR E DE PESQUISA. Com isso, pretende-se despertar a vocação
científica do aluno, além de estimular a criatividade por meio do confronto com
problemas interessantes da Matemática."