terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Ministro da defesa envolvido nas denúncias do Petrolão. Mais uma medalha do Pacificador (não) cassada?

Por Robson A.D.Silva

O ministro da Defesa Jaques Wagner, mais uma escolha da Presidente da República, já famosa por escolher ministros que depois são afastados por ilicitudes, ou suspeitas disso, foi citado como beneficiário de um esquema de corrupção. Parte do dinheiro teria sido usado em sua campanha para governador da Bahia.

Jaques Wagner foi condecorado pelo Exército em 2009, quando recebeu a medalha do Pacificador concedida por determinação do Comandante Enzo Peri. Ordem registrada pela Portaria nº 402-Cmt Ex, de 29 JUN 09.

Denúncias.

O empreiteiro Ricardo pessoa está literalmente disposto a jogar as fezes no ventilador, e pode sujar muita gente. O empresário, que está preso, havia convocado para testemunhar em seu favor algumas personalidades importantes do país. A Veja publicou na semana passada seus nomes.

“A defesa de Ricardo Pessoa, acusado de liderar o chamado “Clube das Empreiteiras”, quer incluir como testemunhas do empresário o ministro da Defesa, Jaques Wagner, o deputador Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato à Presidência da Câmara, além do ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo e outros três deputados federais: Paulinho da Força (SD-SP), Arnaldo Jardim (PPS-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Jutahy Magalhães (PSDB-SP).”

Ocorre que Pessoa parece não acreditar muito que pode se livrar das acusações geradas pela Operação lava Jato, tanto que já apresentou pedido para ser incluído no rol de “delatores premiados”, e para isso prometeu revelações bombásticas que implicariam até a presidente Dilma Roussef e podem fazer com que criminosos petistas já consagrados sejam novamente implicados, como é o caso de Delúbio Soares e José Dirceu..

O empresário diz que: O esquema Petrolão foi arquitetado durante o governo LULA e o Operador seria Delúbio Soares. Que sua empresa financiou clandestinamente as campanhas de Jaques Wagner em 2006 e 2010. E a campanha de Rui Costa, em 2014. Que a empreiteira o herói petista José Dirceu a pagar despesas pessoais e que Dirceu recebeu mais de 2 milhões da empresa de Pessoa somente porque o PT mandou.Que a campanha de Dilma Roussef, de 2014, e o PT receberam da empreiteira 30 milhões de reais desviados da Petrobras.


Publicado originalmente no site da Revista Sociedade Militar

A Presidenta Incompetenta

Gen Ex R1 Gilberto Barbosa de Figueiredo

Os mais de dez anos de governo do PT nos deixam um triste legado de trapaças, mentiras, roubos, parlamentares vendidos, vagabundagem, desperdícios do dinheiro público, tudo isso associado a uma inacreditável incompetência administrativa.

Lula, ao expirar seu segundo mandato, não podendo mais se reeleger, mas querendo continuar com as rédeas do governo, inventou uma candidata que ele mesmo qualificou como um poste. Para impingir ao povo brasileiro alguém sem nenhuma experiência política e quase desconhecida, tratou de exibi-la como uma gerente de excepcional qualidade, além de não ter poupado esforços, nem dinheiro do contribuinte para, atropelando inclusive a lei eleitoral, apresentá-la aos quatro cantos do Brasil.

A candidata poste ganhou a eleição em segundo turno e iniciou seu mandato. Em pouco tempo, pôde-se perceber que os brasileiros foram vítimas de propaganda enganosa. A gerente de excelsas virtudes, através de atos funestos e omissões injustificáveis, mostrou-se, desde logo, uma grande incompetente.

Impossível seria enumerar todos os desmandos praticados pelo atual governo. Este texto ficaria extremamente longo. Passarei, então, a relembrar alguns poucos fatos, já suficientes para mostrar, com largueza, a inépcia de nossa presidente.

Dilma foi incompetente logo ao montar seu governo. Com mais de trinta ministros era óbvio que seria impossível governar. Mas preferiu ferir a lógica administrativa para acomodar parceiros da chamada base de apoio. Muitos, a maioria talvez, longe de querer cooperar com a administração do estado, pretendiam, apenas, se locupletar com as benesses do poder. Qualquer um com uma mínima noção dos meandros da política sabia disso. A presidente também, com toda a certeza.

Dilma foi incompetente na escolha de seus ministros. A defenestração de um grande número deles, logo no primeiro ano de governo, por suspeita de corrupção, não tem paralelo na história republicana. É bem verdade que a presidente ainda tentou capitalizar para si o fato. Passou a pousar como faxineira de malfeitos, chegando a ganhar alguns pontos de popularidade com isso. Mas bastou uma das denúncias chegar a um de seus amigos próximos – Fernando Pimentel – para a faxineira esquecer a vassoura. Mais tarde, com o foco em sua reeleição, olvidou-se dos malfeitos e trouxe de volta para o ministério políticos ligados aos que tinha afastado.

Dilma é incompetente na gestão do PAC (programa de aceleração do crescimento). O programa não consegue decolar. Verbas já alocadas não são gastas. Algumas obras que conseguem chegar ao fim foram concluídas com qualidade baixa. E logo ela rateia nessa área. Foi apresentada por Lula como mãe do PAC.

Dilma é incompetente na condução – calamitosa por sinal – da política econômica. Às vezes declara que o com-bate à inflação não pode comprometer o crescimento, para, pouco tempo depois, afirmar que esse combate é prioridade em seu governo. O que conseguiu foi um crescimento medíocre com inflação alta. No desespero, tentou conter a escalada dos preços pelo pior caminho, controlando preços. Assim fez com combustíveis, cesta básica, automóveis e tantos outros produtos e serviços. Jamais pensou em conter gastos públicos. Para piorar a situação tem um ministro da fazenda que não inspira confiança e cujas declarações caíram no descrédito geral e são motivo de chacota, no Brasil e no exterior.

Dilma é incompetente ao manter uma política externa dúbia – herdada de seu antecessor – que renega uma larga tradição de bons serviços prestados, pelo Itamarty, ao nosso país. Oscilando entre normas emanadas, ora do chan-celer de direito, ora de um outro de fato, o governo prefere privilegiar a ideologia, em detrimento dos reais interesses do estado brasileiro.

Dilma é incompetente ao demonstrar total insegurança ante qualquer problema mais sério, correndo para pedir conselhos a Lula – logo a quem – e a seu marqueteiro particular – João Santana.

Dilma está sendo incompetente em sua reação às recentes manifestações de rua. Sem consultar a quem é do ramo, apressou-se em propor uma constituinte exclusiva, para tratar da reforma política. Ideia prontamente rechaçada pela OAB, juristas eminentes e pela própria classe política, o que a obrigou a rever sua proposição. Sugeriu, ainda, um acordo sobre responsabilidade fiscal, o que seria primordial. Mas em nenhum momento acenou com a possibilidade de reduzir a imensa e desnecessária estrutura de governo, com um corte substancial no número de ministros, por exemplo, como, também, em muitos dos cargos comissionados. No mais, o pacto proposto prevê alocação de recursos adicionais para a educação, saúde e mobilidade urbana, áreas mais do que prioritárias. Somente não se entende o porquê da iniciativa não ter sido anunciada antes, considerando a relevância que representam para a população e o tempo em que já está no governo.

Tristes tempos em que vive este país. Tão grandioso e tão sofrido; tão espoliado por seus governantes.


Publicado originalmente no Jornal Inconfidência


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Gen Ex R1 Gilberto Barbosa de Figueiredo foi Ex-Presidente do Clube Militar

Lula e o presidente do Instituto Lula foram procurados por empresas

Por Rachel Shaherazade


Eles pretendem treinar em nossa Selva! Por que?
Bandidos do Oriente preparam Invasão Cinzenta

Por Revista Sociedade Militar

Enquanto a República Popular da China (RPC) pleiteia treinar seu exército na Amazônia, eis que Rússia e Cuba também poderão fazer exercícios militares no Brasil ainda nesse ano de 2015. A temeridade se agrava com o pedido da ditadura chinesa para adestramento no Centro de Instrução de Guerra na Selva (fonte jornal manauara “A Crítica”). A nota do dito noticioso segue comentada.

JORNAL A CRÍTICA - Autoridades militares do País receberam com estranhamento informação de que a China pretende treinar tropas no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS)), em Manaus. A desconfiança não está no interesse pela unidade, que já recebe militares de outras nações. O senão está no contato que a China usou com o ministro da defesa, Jaques Wagner, o General Li Jinzhang, militar recém-indicado a embaixador chinês no Brasil, fato raro nas relações entre os países.

Coronel P.R.PAIVA - Causa perplexidade que as autoridades militares do País tenham “estranhado” a informação de que a RPC pretenda treinar tropas no CIGS, na medida em que, já faz tempo, mesmo alertadaspor vários especialistas no métier, estas mesmas autoridades continuam permitindo ministrar cursos para militares integrantes da “quadrilha da OTAN”, a sua maioria pertencentes ás forças especiais (FE) de grandes potencias militares que não escondem sua cobiça pela região.

Em verdade, esse adestramento, no mínimo bizarro, avesso aos mais comezinhos ensinamentos do mestre da Arte da Guerra SUN TZU já deveria ter sido suspenso de longa data desde que altos dignitários, daqueles países e do bloco antagônico, passaram a se reportar de forma agressiva sobre a nossa grande região norte.

Assim foi com John Major, ex-primeiro ministro inglês; Mikhail Gorbachev, ex presidente da antiga URSS; General Patrick Hughes, ex Chefe do Órgão Central de Informações das Forças Armadas dos USA, este que, já em 1998,declarava, sem nenhuma cerimônia: - “Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente nos Estados Unidos, temos de estar prontos para interromper esse processo imediatamente.” De modo que esta tal estranheza, em princípio, como sempre, precisa ser transmitida sem maiores inibições, com absoluta reprovação por quem deveria “botar a boca no mundo”!

JORNAL A CRÍTICA - Enquanto isso a Rússia está aperfeiçoando suas forças nucleares e a força aérea espacial do país. Os planos incluem colocar em serviço quatro regimentos de mísseis, dois novos submarinos nucleares (Vladimir Monomakh e Alexander Nevsky) e mais 50 novos mísseis balísticos intercontinentais.

Coronel P.R.R.PAIVA Enquanto isso o Brasil, além de permanecer submisso ao TNP, se contenta com um ”foguetinho”, um tal de MTC (míssil tático de cruzeiro) 300, com um alcance ridículo de apenas 300 Km, que os grandes predadores militares permitiram o Brasil soltar durante as festas juninas, e isto somente porque ”a arma está no limite do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (o MTCR), do qual o Brasil (cúmulo de amadorismo irresponsável) é signatário.

O acordo restringe o raio de ação máximo a 300 Km e as ogivas a 500 Kg, nos vedando o desenvolvimento de vetores que habilitem nossa artilharia bater, no mínimo, com o dobro deste alcance e poder letal, de molde a neutralizar os meios aeronavais potentíssimos, de notórias armadas de respeito que possam se acercar da foz do Amazonas ou da nossa bacia pré-sálica.

JORNAL A CRÍTICA - Na primeira reunião de 2015, o ministro da defesa Serguei Shoigu definiu os planos para esse ano, incluindo manobras militares com Cuba, Coréia do Norte, Vietnã e Brasil.

Coronel P.R.R.PAIVA - O que teria a dizer, sua excelência, o senhor Ministro da Defesa Jaques Wagner? Em verdade acho que nada, na medida em que deve ver com muita naturalidade o “cavalo de Troia” já admitido com a verdadeira brigada de paramédicos cubanos,infiltrada com o tal “Programa Mais Médicos”, prestigiado pela presidenta e comandanta em chefe das FFAA, hoje mais do que nunca necessitada de um braço armado de que possa se valer, no caso da concretização da ameaça de“impeachment”, que está a assombrá-la desde que tomou posse para o seu segundo mandato.

Também é difícil acreditar que o alto comando das FFAA não venha acompanhando esta marcha desenvolta da estratégia “gramscista” de tomada e permanência no poder, palmilhada pela governança comunopetista que, quer queiram quer não queiram os oficiais-generais do último posto integrantes da cúpula das forças singulares, não vai “entregar o ouro” pacificamente, nem com nem sem eleição.

Que não se duvide, porém, estão vendo a banda passar e já perderam o bonde do “bom combate”, pois a luta é inevitável e será tão ou mais sanguinolenta enquanto não se der um basta imediato nas vulnerabilidades que vem sendo admitidas por um colegiado de profissionais das armasque, até sobejas provas em contrário, parece ter perdido toda e qualquer noção do perigo e da realidade nacional.  O Presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo vaticinou com muita propriedade: - “Vocês querem, então vou reconhecer esse sindicato do PT. Mas não esqueçam que esse partido chegará ao poder e, lá estando, tudo fará para instituir o comunismo. Nesse dia, vocês vão querer tirá-lo de lá. E para tirá-lo de lá será a custa de muito sangue!”

A argumentação de alguns indignados no sentido de abrirem os olhos do alto comando já está praticamente esgotada!  Os “velhos soldados” serão mártires ou heróis desta luta insana!

De qualquer forma, que Deus os ilumine pela verdadeira cruzada que fazem com as armas da crítica e do esclarecimento. Se cometem alguma impropriedade, o desfecho final mostrará que não há condenação cabível pela última trincheira que, tão poucos, ousaram levantar e continuam defendendo, apesar de todas as injustiças que sofrem, chamados mesmo de “raivosos” pelos “pastores de ovelhas” que, ao invés de se juntarem aos alertas, teimam em “enxugar gelo”, justificando com a disciplina a falta de posicionamento mais firme por parte de comandantes que, parece, se esqueceram do “farol nosso de cada dia”,  que não pode ser apagado e que reza “BRASIL ACIMA DE TUDO!”

Paulo Ricardo da Rocha Paiva  –   Coronel de infantaria e Estado-Maior – Em Revista Sociedade Militar


Publicado no site da Revista Sociedade Militar

IMPEACHMENT: Quando chegar a hora, faça a sua parte

Por Percival Puggina



O que é impeachment, sua utilidade no presidencialismo, e a necessidade de mobilização social para gerar apoio político para salvar o pais das reincidências do governo petista.

Fonte: YouTube

O impeachment da presidente Dilma Rousseff

Por Marco Antonio Villa


Cerca de 40 dias após a eleição de Dilma Rousseff o impeachment da presidente entra na agenda política. Para Marco Antônio Villa, o eleitor foi enganado na campanha da candidata petista e o povo apenas quer fazer valer seu direito. Mauro Motoryn discorda e acredita que estão levando a eleição para um "terceiro turno".

CRISE POLÍTICA E FALÊNCIA DE VALORES

Por Ricardo Vélez Rodríguez

O modelo de sociedade pautada por um Estado patrimonialista está em crise. Mas não apenas pela ação dos políticos larápios e dos empresários cooptados por eles. O nosso modelo social entrou em parafuso por falta de sustentação axiológica. A crise vem de baixo, da grande massa das famílias. Isso ficou evidente em pesquisa recente efetuada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo a qual o Brasil é campeão mundial em mau comportamento em sala de aula, o que leva os professores a gastar 15% do seu tempo tentando manter a disciplina.

Essa lamentável realidade levou a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, a contestar o lema do governo federal, que, no voluntarismo que o caracteriza, tentou erguer o bordão “Brasil, pátria educadora”, ao mesmo tempo que a presidente Dilma Rousseff tenta acobertar os corruptores do PT no caso do petrolão. E ao mesmo tempo que o PT, na sua reunião para “comemorar” os 35 anos de fundação, se solidarizou com os larápios petralhas, ignorando o mal-estar que a sociedade brasileira vive ao ensejo da pior onda corruptora do País, que conseguiu fazer naufragar a nossa maior empresa estatal, a Petrobrás.

Para Amábile Pacios, o slogan “Brasil, pátria educadora” constitui apenas mais um jingle político bolado por marqueteiros. “Eu percebo”, frisou a presidente da Fenep, “que esse desrespeito vem muito do modelo de sociedade que a gente está tendo e pelo modelo de família, e diz respeito à falta de valores que a gente está impondo à sociedade”. A mesma opinião foi externada pelo presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, que representa 1.400 escolas.

Ora, a crise vivida pelo ensino nos seus níveis primário e secundário se estende também às universidades e faculdades. Antigas ilhas de excelência, como a Universidade de São Paulo (USP), têm assistido a cenas de vandalismo e de longa perturbação da ordem, em intermináveis greves de caráter político que têm como prato forte a destruição do patrimônio, o consumo de tóxicos e o desrespeito à sociedade. O modelo anarquista de greves generalizadas no ensino superior estendeu-se pelo Brasil afora e reforça a convicção de que o nosso país perdeu o rumo.

Duas vias se apresentam, nesse conturbado cenário. Do ponto de vista da sociedade, uma tomada de consciência da gravidade do problema, acompanhada da mudança de comportamento, de forma a dar ensejo a nova atitude que leve a gerar responsabilidade nos educandos e educadores. Do ponto de vista político, a urgência de colocar sobre o tapete soluções na reformulação da nossa política, que enveredou por esse caminho de privatização do Estado por clãs, como se o único norte fosse beneficiar amigos e apaniguados.

Difícil tarefa, quando o caminho para solucionar os conflitos passa por algo que as pessoas se recusam a observar: os valores que as movem. Sem isso a revisão deles e a mudança de atitudes se tornam tarefas impossíveis.

Mas as coisas não param por aí. É necessário, também, reformular as nossas instituições, a fim de que o Estado passe a servir à sociedade e não continue a ser o balcão de negócios gerido por espertalhões que privatizaram o governo em benefício próprio. Aqui a via necessária é a da reforma política, que deve partir para reestruturar o nexo de responsabilidade entre eleito e eleitor, impedindo a proliferação de partidos nanicos e adotando um modelo de voto, como o distrital, que atrele o eleito às responsabilidades decorrentes da representação de interesses dos cidadãos.

De outro lado, faz-se necessário, na reforma apontada, colocar freio ao excessivo poder acumulado pelo Poder Executivo, capaz de corromper o Poder Legislativo mediante o oferecimento de vantagens pecuniárias. O caminho da reforma, neste ponto específico, seria, em primeiro lugar, o da responsabilização da atual presidente pelas decisões erradas em face da Petrobrás, que de forma criminosa tiraram desta a sustentação de credibilidade no cenário.

Em segundo lugar, a reforma política deveria contemplar a punição exemplar daqueles que puseram as instituições do Estado a serviço de políticas populistas que terminaram esvaziando os cofres públicos. É necessário deixar às claras as obscuras decisões tomadas pelos governos de Lula e Dilma no caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para beneficiar amigos no cenário internacional, sem que aparecessem as vantagens que daí adviriam para o Brasil. Refiro-me, sobretudo, ao milionário financiamento para a construção do porto de Mariel, em Cuba. Isso para não falar da falida aventura da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, da qual participaria com recursos o governo venezuelano, sem que até a data o Brasil tenha recebido um só tostão.

Uma providência necessária seria também acabar com a prática das “emendas parlamentares”, que só corrompem a representação e colocam o Legislativo em mãos das negociatas inescrupulosas do Executivo.

O cenário, como se vê, é complicado e não sairemos dele sem um grande esforço pessoal e coletivo. Escrevia recentemente o Prêmio Nobel Mário Vargas Llosa (Suicídio político em voga, 8/2, A14) que as nações optam, às vezes, pelo haraquiri político, tomando decisões erradas que comprometem o bem-estar de futuras gerações. O Brasil, infelizmente, está nesse caminho. Não será fácil sair dele. Mas não temos outra escolha, se quisermos legar aos nossos filhos um País habitável, e não um cenário de conflito e destruição.


Fonte: Clube Militar 


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Ricardo Vélez Rodríguez é membro do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

Faz sentido Kátia Rabello estar presa, e José Dirceu, no conforto do lar?

Por Reinaldo Azevedo

Temos de estar preparados para a possibilidade de pessoas que cometeram crimes, como os empreiteiros ou o doleiro Alberto Youssef, dizerem a verdade. E isso não os torna inocentes. Apenas põe as coisas nos seus devidos termos. Se qualquer um dos presos da Operação Lava-Jato afirmar que a lei da gravidade existe, serei obrigado a concordar. Nem precisarão insistir que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos porque, ora vejam!, é mesmo. É algo que se pode verificar empiricamente. Nem é preciso recorrer à abstração do gato de Schrödinger, que explica — ou complica — a mecânica quântica. Não entendeu esse papo de gato? Pesquise lá. É fascinante. O que estou dizendo é que pessoas pelas quais não nutrimos grande admiração moral podem falar a verdade.

Antonio Augusto Figueiredo Basto, advogado de Youssef, apresentou nesta quarta à Justiça Federal a defesa do doleiro. Lá está escrito, com todas as letras, que “agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que, enquanto triunfassem, podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza que a opinião pública os absolveria nas urnas”. Em suma: Youssef foi um serviçal de um projeto de poder. Não era o líder de nada. O texto prossegue: “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto de o dinheiro subtraído dos cofres da Petrobras ter sido usado para financiar campanhas políticas no Legislativo e Executivo”.

Querem saber, o advogado de Youssef fala a verdade. Ou alguém acredita que o doleiro chegou metendo os pés da porta do Palácio do Planalto ou do Palácio do Congresso para impor a sua vontade? Ou alguém acredita que, sem a liderança dos políticos, Youssef teria conseguido vender os seus serviços? O petrolão não pode terminar como o mensalão, com os agentes políticos já na rua, e a banqueira e o publicitário presos. Afinal, a quem serviam e para quem trabalhavam?

Conversei com Basto ontem à noite. Ele não está afirmando que seu cliente é inocente como as flores. Se achasse que não cometeu crime nenhum, acordo de delação premiada para quê? Ele busca justamente minimizar a pena desde que o acusado ou réu ajude a iluminar os meandros do crime — logo, crime houve. Mas alguém é tolo o bastante para supor que Youssef era chefe de alguma coisa?

Conheço as leis e sei como e por que, no fim das contas, a banqueira Kátia Rabello está presa, em regime fechado, condenada a 16 anos e 8 meses de cadeia, e José Dirceu, já em prisão domiciliar e se organizando para disputar postos de poder no PT. Ora que mimo! Ele acabou condenado por um crime: corrupção ativa; ela, por quatro: gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. Digamos que a pena dela tenha sido justa… E a dele?

Os advogados não se assanhem a me explicar como funciona a tipificação dos crimes e a dosimetria. Conheço isso tudo direitinho. Mas só se chega a essa perversidade técnica — então a banqueira conseguiu fazer uma quadrilha para servir ao esquema gerenciado por Delúbio, mas ele não é quadrilheiro? — porque a leitura inicial do mensalão estava errada. E só se revelou com clareza nos votos de alguns ministros, muito especialmente Gilmar Mendes, Ayres Britto e Celso de Mello.

O mensalão foi uma das ações empreendidas pelo PT para tomar o estado de assalto. Foi obra, como definiu Celso de Mello no julgamento, de “marginais do poder”.

Qualquer pessoa que leia direito o que vai aqui percebe que não estou pedindo para aliviar a barra de ninguém, não. Até porque, parece-me, os bens que Youssef aceitou entregar à União deixam claro que já não sairá incólume. Mas é preciso não perder de vista o que está em curso.

Entendo que o agente público que pratica delinquência mereceria uma pena ainda mais severa do que a do agente privado: além de macular os interesses da coletividade, como qualquer bandido, ele também trai a confiança que nele foi depositada pela sociedade, por intermédio do ente estatal. Usa de uma posição de poder para delinquir com menos risco.

Youssef certamente não agia por ideologia, partidarismo, convicção ou o que seja. A população brasileira não depositou nele sua boa-fé e suas esperanças. Mas o que dizer daqueles para os quais trabalhou, com quem negociou, para os quais operou?


Álbum de Figurinhas - Craques da Dilma

Por Vem Prá Rua Brasil


Fonte: YouTube

Socialismo à brasileira

Por Denis Lerrer Rosenfield

Entre os modelos disponíveis de socialismo, os governos petistas optaram pelo aparelhamento e pela intervenção do Estado, com resultados muitíssimo negativos

A bandeira do socialismo se presta a múltiplas configurações, tanto podendo sinalizar para uma proposta moral quanto para intervenções estatais na produção, passando por genocídios de suas populações.

Uma proposta de tipo leninista se caracteriza pela eliminação da economia de mercado, pela intervenção estatal na economia, por um distributivismo social conduzido pelo Estado e pela eliminação das liberdades civis, além da supressão da democracia e do estado de direito.

Aqueles que são os valores que tendemos a considerar como universais foram, simplesmente, jogados no lixo da história como se fossem meramente “burgueses”. O resultado foi a fome, os campos de trabalhos foçados, a repressão constante, a tortura e, no final, o desmoronamento deste regime, que caiu podre, vítima de suas contradições.

Ocorre que a ideia socialista/comunista, que deveria ter morrido junto com o óbito de sua realização histórica, continua sendo considerada, pelos ideólogos que a defendem, como válida, como se ela fosse eterna, religiosa, não sendo desmentida por nenhuma efetivação feita em seu nome.

Veja-se como, ainda hoje, um regime decrépito como o cubano, dirigido por líderes anacrônicos, continua a suscitar interesse em uma América Latina que teima em não progredir.

A Venezuela tem ainda sua contribuição ao implementar o “socialismo do século XXI”, que nada mais é do que uma repetição da mesma ideia socialista/comunista, com uma inovação: a subversão da democracia por meios democráticos, sendo as eleições o seu instrumento.

Observe-se que a intervenção estatal na economia produziu a maior desordem, com filas nos supermercados, o desaparecimento dos produtos de maior necessidade, a inflação galopante e a ausência total de perspectivas. Como sempre, a explicação é uma teoria conspiratória voltada contra a “burguesia”, os Estados Unidos e a mídia.

Outro tipo de experiência foi a socialdemocrata dos países europeus, correspondente a uma outra vertente do socialismo, a do reformista Eduard Bernstein, seguida pela Alemanha como os governos socialdemocratas e pelos países escandinavos. Na verdade, em nada diferia substancialmente das propostas do Estado de Bem Estar Social, levadas a cabo por governos de “direita”.

Convém salientar que nesses países a economia se desenvolveu conforme os princípios de uma economia de mercado, sendo o “socialismo”, por assim dizer, reservado para a distribuição social dos benefícios do capitalismo, como saúde e educação públicas, seguro desemprego, previdência pública e assim por diante.

Note-se a importante distinção entre produção e distribuição de riquezas. Só pode haver distribuição de riquezas onde há a produção das mesmas. Se não há produção de riquezas, o distributivismo social é apenas um sonho passageiro, focado na distribuição de uma riqueza passada.

A doutrina política petista está baseada no apagamento desta distinção, além de tentar recuperar ameaças às liberdades civis como o “controle social da mídia” e os “conselhos populares”. É como se o distributivismo social fosse melhor realizado se acompanhado por uma maior intervenção estatal na economia, o que termina produzindo a desorganização econômica e social.

Ademais, a intervenção estatal na economia termina sendo acompanhada por um processo de cunho político que é o do aparelhamento de empresas estatais pelo partido dominante e pela subordinação de empresas privadas, obrigadas a seguirem o modelo partidariamente estipulado.

Ocorre que Lula, em seu primeiro mandato, teve a inteligência de adotar um modelo socialdemocrata sem dizer o seu nome, embora tenha feito várias concessões aos ideólogos socialistas. Aproveitou-se de um contexto internacional extremamente favorável, beneficiando a exportação brasileira de commodities, para levar a cabo uma política social distributivista. Baseou-se, para tal, em preservar a produção de contaminações socialistas, escolhendo, para o Ministério da Fazenda, Antônio Palocci e, para o Banco Central, Henrique Meirelles.

No que diz respeito à política econômica, adotou, na verdade, uma política “neoliberal”, mantendo os fundamentos de seu antecessor, Fernando Henrique. Suas concessões ideológicas foram feitas na condução da política externa (um fracasso), nas tentativas de amordaçamento da liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral e no apoio e financiamento a movimentos sociais, de cunho leninista, como o MST, que tomaram conta do campo brasileiro.

Com a saída de Antônio Palocci do Ministério da Fazenda, o governo Lula começou a mudar de caráter, com um intervencionismo estatal progressivo na economia e já se fazendo presentes os efeitos do aparelhamento partidário do Estado. Revelou-se uma corrupção estarrecedora no mensalão e se escancarou, agora, no Petrolão, fruto precisamente desta época.

Dilma, em seu primeiro mandato, manteve a mesma política de distributivismo social, alterou, porém, substancialmente o apoio governamental aos movimentos sociais, relegando-os a uma posição secundária e não levou a cabo nenhum projeto de cerceamento da liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral.

Conservou intacta a política externa petista. Contudo, a grande mudança consistiu em um maior intervencionismo estatal na economia, com a política das grandes empresas campeãs, com o favorecimento de setores como os das empreiteiras e das montadoras de automóveis, no abandono da responsabilidade fiscal e em uma contabilidade criativa que abalou a própria credibilidade nacional.

Caiu na tentação de levar uma política socialista para a produção de riqueza, comprometendo a sua própria política social. O resultado reside nas contradições do atual governo que ora sinaliza para uma volta à liberal produção de riquezas, ora na sua mitigação.

Ora, o país chegou onde está, com uma crise enorme estampada à vista, graças precisamente a essa intervenção estatal na produção de riquezas. O atual governo, na verdade, não sabe exatamente o que fazer, ficando à deriva de sua própria falta de convencimento do que deve ser feito.


Publicado originalmente no site do Diário do Comércio


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Denis Lerrer Rosenfield é professor, graduado em Filosofia pela Universidade Nacional Autônoma do México, e “Doutor de Estado” pela Universidade de Paris - Panthéon Sorbonne. 

Estradas e Argentinos nas alturas, e beija flor que se cheire

Por Rede Ovo